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Credibilidade empresarial, selos e o “realmente ser”

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Foto: KamiPhotos / Getty Images

Quando isso tudo era mato, o Instagram tinha o selinho azul para contas verificadas. Era o Santo Graal da plataforma. Poucos conseguiam o estimado símbolo. Você precisava comprovar sua relevância por meio de links em portais de notícias, ações, notoriedade. Ao receber a honraria, seu perfil passava a ter mais credibilidade, já que cumpriu as “12 missões de Hércules”. 

Mas isso mudou. Como todo bom capitalista, Mark Zuckerberg resolveu monetizar o selinho azul. “Pagou, levou”. Com isso, a questão “credibilidade” já não está mais tão vinculada ao sinal. Claro, ainda tem seus benefícios – mas verdade seja dita, perdeu um pouco do encanto. O que era exclusivo caiu na graça de todos e, agora, basta pagar a sua mensalidade para conquistar (opa, não é mais uma conquista!) A verificação do perfil.

Por que estou dizendo isso?

Porque estou vendo, na minha singela percepção, o mesmo acontecer com o selo GPTW (Great Place to Work).

Antes de entrar em qualquer polêmica, pontos que quero destacar:

  1. Sim, o GPTW é uma ação incrível e de prestígio.
  2. Sim, empresas merecem ser reconhecidas por suas políticas e climas organizacionais.

Numa rápida comparação, com números da própria GPTW, no ano passado, 72% das empresas que se candidataram, conseguiram a verificação (um total de 3.868). Em 2022, 4.000 empresas participaram do processo de pesquisa e 60% conquistaram a certificação de bom ambiente de trabalho.

Isso dito, o que eu quero levantar, na verdade, são dois pontos: ficou mais fácil conquistar o título de empresa “bacanuda” ou as empresas estão realmente se esforçando para obter o status?

Esses dois questionamentos ainda ramificam outras ponderações:

  1. Se ficou mais fácil, a GPTW está, tal qual o menino Marquinhos (Zuckerberg) abrindo mais espaço sem os mesmos critérios de antigamente? A diferença é que a empresa realmente precisa merecer para ganha-lo e mantê-lo. Isso garante uma “nota de corte”. O que me faz pensar, então, na segunda pergunta.
  2. Se as empresas estão se esforçando mais para obter o título GPTW: elas realmente querem ser um lugar agradável, propício e saudável para trabalhar ou estão apenas atrás do selo para se tornarem mais atrativas no e para o mercado?

Afinal, empresas que são reconhecidas por seu bom clima organizacional e boa gestão têm:

  • Ganhos de R$ 201 milhões com ideias dos colaboradores;
  • 3x menos rotatividade em relação a outras empresas do mercado;
  • Lucros 7% mais altos do que as maiores empresas do país;
  • Retorno financeiro três vezes mais atraente para acionistas;
  • Rendimento 60% superior no mercado de ações americano;
  • Elevação da confiança interna e do engajamento

(Dados: GPTW)

Muito atrativo. Tentador, até. Quem não gostaria desses números?

E esse é o ponto que me incomoda.

O “fazer de fachada”. Por status e por aparências. 

É fazer o colaborador se sentir realizado porque ganha pizza no Dia da Pizza, mas descartá-lo sem qualquer humanização, sem qualquer empatia ou respeito.

O verdadeiro selo e reconhecimento deve vir de dentro. Do funcionário que se sente bem, acolhido, que fala para a família e compartilha nas redes sociais que, num dia qualquer, ele se sentiu especial. Se sentiu ouvido. Se sentiu parte.

Você quer o selo GPTW para a sua empresa?

Maravilha!

Corra atrás, faça por merecer.

Mas, antes de mais nada, mais do que qualquer outra coisa e, principalmente, SEJA um bom lugar!

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Editora-chefe do Economia PR. Fundadora da BASIS Comunicação. Community Manager. Acelerada Camila Renaux. Consultoria em Comunicação Estratégica. Prêmio Sangue Bom de Jornalismo (SINDIJOR PR 2014)

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