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Carreiras: Priscilla Bomfim, de Publicitária a Cientista de Dados

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Foto: Arquivo pessoal / Divulgação

Priscilla Bomfim, 37 anos, residente em Curitiba-PR, possui uma trajetória diversificada no campo da comunicação e tecnologia. Formada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda, Priscilla iniciou sua carreira em um momento crucial, quando o digital começava a ganhar destaque.

Iniciando como estagiária em web design, Priscilla também mantinha um blog sobre Webwriting, focado na produção de conteúdos otimizados para a internet. Sua carreira se desenvolveu através de diversas áreas em agências de propaganda e empresas, proporcionando-lhe uma visão ampla e integrada da comunicação. Em 2014, sua trajetória deu um novo salto quando foi aprovada em um concurso público, estabelecendo-se na área de comunicação institucional.

O serviço público, meta de muitos profissionais de diferentes áreas, porém, promoveu uma satisfação profissional com data de validade e, oito anos depois, Priscilla tomou a decisão de pedir exoneração de seu cargo para embarcar em uma carreira completamente nova: a Ciência de Dados.

Conheça mais dessa trajetória e transição, onde a profissional compartilha seus desafios, conquistas e aprendizados.

Como surgiu a ideia para fazer uma transição de carreira e por que para a área de tecnologia? Já havia algum interesse?

Priscila: O serviço público é ótimo para quem busca estabilidade, mas pode ter suas limitações em termos de crescimento profissional e novas oportunidades. Em 2019, decidi que precisava de uma mudança de vida e novos desafios profissionais, foi quando comecei a cogitar uma transição de carreira, mas ainda sem saber ao certo o que fazer e para onde ir. Olhando para trás, posso dizer que essa combinação de comunicação e tecnologia sempre fez parte dos meus interesses e da minha trajetória profissional. Estive sempre envolvida com criação de sites, aplicativos, redes sociais e explorando novas tecnologias que pudessem facilitar ou aprimorar o meu trabalho. Mas, apesar de gostar e ter uma certa facilidade, nunca me vi trabalhando como programadora, por exemplo. Então, o meu desafio era encontrar uma área que despertasse meu interesse e que eu tivesse uma certa afinidade para aprender do zero, além de ser alinhada ao estilo de vida que eu estava buscando.

Como foi participar da imersão IBM? Foi alguém que incentivou ou foi uma iniciativa própria? Já existia a ideia de mudar de área?

Priscilla: No mesmo ano em que comecei a pensar sobre transição de carreira (2019), a IBM lançou a Maratona Behind the Code, uma competição com foco em inovação tecnológica, envolvendo Inteligência Artificial, Machine Learning, Cloud Computing, Internet das Coisas (IoT) e Blockchain, com 8 desafios ao longo de um mês. Eu não tinha nenhum conhecimento nesses temas, mas o que me chamou atenção foi que o objetivo da competição era capacitar pessoas e todos os desafios teriam tutoriais e dicas para que os participantes pudessem aprender na prática. Me inscrevi com o desafio pessoal de aprender algo novo e estudei muito para conseguir completar todas as etapas da competição. No fim, a Maratona teve mais de 26 mil inscritos, eu fui a única que não era da área de tecnologia a chegar à final da competição.

Em que momento dessa caminhada tecnológica você viu que era isso que gostaria de fazer? O que foi a virada de chave?

Priscilla: A Maratona Behind the Code foi toda online, mas os 100 finalistas ganharam uma viagem para a Praia do Forte, na Bahia, para disputar o último desafio presencialmente. E foi só quando eu cheguei lá e vi que eram todos da área de tecnologia – e a cara de espanto das pessoas quando eu dizia que não sabia programar! – que eu me dei conta do tamanho da minha conquista. Recebi várias dicas e muito incentivo dos outros finalistas e da equipe organizadora. Foi um momento muito marcante e ali foi a minha virada de chave.

Quais os principais desafios para a transição?

Priscilla: Minha história com essa competição me deu bastante visibilidade, mas ‘na hora do vamos ver’ eu perdia oportunidades pela minha falta de experiência na área. Mesmo focada nos estudos, cursando uma nova graduação, participando de competições e eventos, percebi que uma transição de carreira não era um processo fácil e que o mercado pode ser bem difícil para quem está (re)começando. Pensando no que teve impacto pra mim, diria que os principais desafios são: se manter confiante, não desanimar e não diminuir o ritmo de estudos diante dos ‘nãos’, porque eles virão. E ter paciência, respeitar seu tempo e a sua realidade, que muitas vezes é bem diferente da realidade daquela pessoa celebrando no LinkedIn uma transição de carreira em três meses. Conhecer histórias de sucesso é inspirador, mas mantenha o foco na sua própria jornada.

Como está a sua carreira hoje e quais as suas metas?

Priscilla: A competição da IBM me deu um importante direcionamento, depois disso fiquei entre os finalistas também nos 2 anos seguintes, participei de um reality show de desenvolvedores e, em 2022, fui indicada pela IBM, como uma ‘New Creator’, pessoas com a visão de mudar o mundo através da inovação. Tudo isso foi me preparando para a oportunidade que tornaria real o sonho da transição de carreira: passei na seleção do programa de Trainee Cientista de Dados, da Bradesco Seguros. Foi um ano de muito aprendizado até a conclusão do programa, fui efetivada e sigo estudando e me descobrindo nessa nova carreira. A área de dados é bastante ampla, me encontrei nessa conexão entre tecnologia e negócios, mas também me encanto pelo desenvolvimento de soluções baseadas em Inteligência Artificial.

Que conselho(s) você daria a alguém que deseja mudar de carreira?

Priscilla: A transição para uma nova carreira é uma jornada empolgante e desafiadora. Pela minha experiência, esse caminho envolve algumas etapas importantes: tudo começa com uma autorreflexão sobre o que te motiva, quais seus pontos fortes, o que você gostaria que sua nova carreira te proporcionasse; identifique as habilidades necessárias, o que você já tem e quais são as lacunas de conhecimento para direcionar seus estudos; participe de comunidades e eventos da área, construir uma rede nesse seu novo campo te dá acesso a informações valiosas e pode abrir portas; vá ganhando experiência e construindo seu portfólio, seja com projetos próprios, voluntários ou competições, mão na massa é importante; e, por fim, nunca é tarde para redirecionar sua carreira, seja persistente, comemore cada evolução e não pare de aprender. Quando você segue se preparando, a oportunidade certa aparece, é só questão de tempo.

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Jornalista, Community Manager e Editora-chefe do Economia PR

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