Dominar a linguagem dos dados se tornou crucial para empresas que desejam se manter competitivas e relevantes no mercado. Através da análise de informações, a ciência de dados oferece um panorama detalhado do comportamento do consumidor, tendências do mercado, desafios operacionais e oportunidades de crescimento.
Com base em dados confiáveis e análises precisas, as empresas podem otimizar processos, reduzir custos, desenvolver produtos e serviços inovadores e tomar decisões estratégicas com maior segurança e assertividade.
Fundada em 2020 pelos engenheiros Guilherme Francesco Cittolin e Tiago Machado, a startup curitibana ST-One desenvolve uma tecnologia que utiliza a Ciência de Dados para promover a digitalização em diferentes setores da indústria. Em seu portfólio de clientes, conta com grandes marcas como Bosch, Klabin, Mococa e Kraft Heinz.
O Economia PR Drops conversou com o CEO da ST-One, Rodrigo Cruz, para saber mais da startup, do cenário atual da Ciência de Dados e quais os próximos passos da empresa. Confira:
Como surgiu o insight do negócio?
Rodrigo: Guilherme e Tiago trabalharam por muitos anos no setor industrial, e depois como consultores para diferentes ramos industriais, para diferentes matrizes de multinacionais pelo mundo, como Alemanha e Índia. Durante este tempo perceberam um grande gap, que era como coletar os dados de diferentes máquinas e equipamentos, de diferentes séries e fabricantes e unificá-los em uma única plataforma, para que o nível de gestão industrial pudesse cruzar as informações necessárias de todas as etapas e processos da linha produtiva. Com isso, investiram em criar um hardware capaz de fazer a leitura e coleta dos dados dos diferentes maquinários que existe em um parque fabril e um algoritmo inteligente capaz de classificar todas as milhares de informações disponíveis em um CLP (Controlador Lógico Programável) para depois criar uma interface amigável capaz de elaborar em gráficos o cruzamento dos dados mais relevantes.
Quais os diferenciais da ST-One?
Rodrigo: A Solução ST-One é plug&play, e extremamente flexível, o que a permite ser escalável e crescer de acordo com a necessidade do cliente. Como a solução permite, de forma robusta e segura, compatibilidade com mais de 86% dos equipamentos industriais, os dados ficam à disposição para que as primeiras análises sejam feitas de forma muito ágil.
Como a tecnologia da ST-One contribui para a sustentabilidade e responsabilidade social nas indústrias que atende?
Rodrigo: A tecnologia ST-One é uma tecnologia brasileira, curitibana, que tem como principal propósito tornar o cotidiano industrial mais inteligente, tecnológico e humano. O princípio da solução permite que os processos fabris sejam executados de maneira otimizada, tanto em termos de insumos quanto de recursos de pessoas, pois com a digitalização e automatização de tarefas extremamente manuais e repetitivas, é possível agilizar tarefas operacionais e disponibilizar tempo e segurança para que operadores sejam treinados para desenvolver tarefas a nível estratégico. Além disso, a própria aplicação da solução costuma ser base para tomadas de decisões em pontos de ESG que são estratégicos para a própria indústria, por exemplo: tomadas de decisão que resultarão na diminuição da pegada de carbono, de energia elétrica e gás natural, além de contribuir para que o consumo de água e tratamento de água seja mais eficaz e otimizado. A ST-One já possui cases como esse em diferentes setores, como em multinacionais de alimentos, bebidas, bens de consumo e químico.
Como a presença da ST-One em 20 países influenciou a estratégia de expansão da empresa e quais foram os desafios enfrentados nesse processo?
Rodrigo: Hoje a ST-One está presente em 23 países, e contando. Uma das principais influências estratégicas que essa escolha ruma a empresa é de que cada vez mais a ST-One é estruturada para atender a diferentes matrizes de corporações multinacionais. Por mais que o modelo de negócio permita atender uma única unidade fabril, de uma indústria local, a flexibilidade da solução permite adaptação e escalabilidade para atender matrizes de indústrias multinacionais em diferentes países. Um exemplo é como a solução consegue atender a ABInBev em toda a extensão da América Latina. Para que a solução pudesse se tornar escalável e flexível dessa forma, a ST-One está em constante aprendizado. Cada novo projeto que é desenvolvido internamente, é documentado para que as lições aprendidas possam ser aplicadas de forma sustentável enquanto solução, com a preocupação de sempre possuir uma usabilidade intuitiva e amigável para o usuário. Com a escalabilidade em mente, alguns processos já nascem pensados em sua universalidade.
Como a ST-One planeja continuar inovando nos próximos anos? Existem novos projetos ou tecnologias em desenvolvimento?
Rodrigo: A ST-One está sempre em busca de atender cada vez mais e cada vez melhor, diferentes áreas dentro do parque fabril e tornar esta solução em uma replicável para diferentes setores de indústrias manufatureiras. Hoje o maior time dentro da ST-One é o de desenvolvimento, e cada área possui investimento dedicado à pesquisa e desenvolvimento. As inovações vão desde aprimorar o hardware para que seja cada vez mais robusto e suporte os mais hostis ambientes fabris até novas aplicações da plataforma que permitam explorar e descobrir os dados mais relevantes para o processo em análise. Sempre com foco em melhorar a experiência da indústria com todas as interfaces da solução, de modo a agregar valor significativo através da Ciência de Dados investigativa.
Quais as metas e próximos passos da ST-One?
Rodrigo: A ST-One possui uma estratégia palpável de crescimento para os próximos anos, que são a tradução em números do propósito da empresa: Impactar o setor industrial em três principais frentes – tecnologia, pessoas e produtividade. Ao explorar e democratizar o potencial transformacional dos dados, a ST-One busca criar uma mudança significativa na maneira como as industriais operam, impulsionando-as em direção a um futuro mais eficiente, competitivo e inovador. Os próximos passos são continuar tornando a tecnologia desenvolvida nacionalmente em uma acessível, habilitadora e empoderadora, por meio de parcerias com o meio acadêmico, com os próprios clientes ou com consultorias.