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Carreiras: O encantamento que levou Daniela Ferro ao design mobiliário

daniela ferro design economiapr
Foto: Divulgação

Os rascunhos iniciais de Daniela Ferro já eram um traço do caminho que estava desenhado para ela. Aos 15 anos, no saudoso CEFET (hoje UTFPR), o curso técnico de desenho industrial já revelava sua inclinação natural para a área. Ali, ela começou a compreender a profunda relação entre forma e função, conceitos que seriam a base de sua filosofia de design. Graduada pela Universidade Federal do Paraná na década de 90, onde se encantou por mestres brasileiros do design mobiliário, como Joaquim Tenreiro e Sérgio Rodrigues. A decisão pela carreira como designer de móveis surgiu deste encantamento.

A designer rapidamente se destacou com um projeto inovador de cadeira de balanço, marcando o início de uma carreira dedicada ao design de mobiliário. Fundadora do Asadesign Studio, Daniela Ferro consolidou sua jornada ao longo de mais de duas décadas, sempre buscando a fusão perfeita entre estética e funcionalidade, com inspiração na cultura brasileira e na biodiversidade do país. Ela também colabora estreitamente com fábricas para melhorar práticas produtivas, refletindo seu compromisso com um futuro mais sustentável.

Entre os prêmios recebidos, destacam-se o iF Design Award pela cadeira Manacá, o Prêmio Salão Design pela cadeira Buriti e o terceiro lugar no Prêmio Museu da Casa Brasileira pelas mesas laterais Tiê.

Em 2023, Daniela Ferro lançou a marca Lampejo, focada em objetos decorativos de cerâmica, expandindo sua visão criativa e proporcionando uma dimensão poética aos ambientes. Com planos de expansão internacional, ela continua a criar designs que promovem prosperidade e bem-estar, solidificando sua reputação como uma das principais designers brasileiras. Daniela desenha o futuro com cada nova criação, traçando caminhos de inovação e beleza no universo do design. Conheça mais dessa jornada:

Quais foram os principais desafios que você enfrentou no início da sua carreira e como você os superou?

Daniela: Quando iniciei, as empresas ainda não compreendiam o design como fator estratégico, mas apenas como um retoque final no projeto de produtos. Precisei elaborar argumentos baseados em referências internacionais, mostrando como o design pode agregar valor, e ser persistente em meus argumentos. Foi necessário acontecer o lançamento de um produto desenhado por mim, que foi muito bem-sucedido, para que as oportunidades de carreira começassem a surgir.

Como você descreve a evolução da sua carreira desde os primeiros projetos até o reconhecimento internacional?

Daniela: Percebo que houve uma evolução muito grande: o design deixou de ser visto como algo desimportante, quase um devaneio, para tornar-se fator crucial para o sucesso da indústria de móveis. Há 20 anos atrás, ninguém dava crédito ao designer. Hoje, a assinatura de design vale muito.

Quais foram os momentos mais marcantes da sua trajetória como designer de produto?

Daniela: A oportunidade de trabalhar numa fábrica de estofados, logo que me formei, foi decisiva para me ajudar a compreender o funcionamento da indústria. Depois, com a fundação de meu studio de design, pude desenvolver uma visão mais empresarial da atividade, e isso me ajudou muito a dialogar com os empresários do setor moveleiro, apontando os caminhos e as oportunidades que o design pode abrir. Sem dúvida, um momento muito marcante foi quando comecei a ver produtos por mim desenhados em vitrines de lojas importantes, em todo o Brasil. Os prêmios que recebi também foram muito estimulantes e são motivo de orgulho.

Como você equilibra a criatividade com a necessidade de atender às demandas do mercado?

Daniela: Estou sempre pesquisando tendências e necessidades de consumo, pois o usuário é o principal foco de meus projetos. Busco entender as peculiaridades e a vocação de cada marca parceira. Entendo que, para ser relevante, o design precisa dar retorno a quem desenha e fabrica, além de proporcionar bem-estar. Ou seja, tudo o que faço tem de estar dentro de um contexto.

Que projetos ou realizações você se orgulha mais ao olhar para sua carreira?

Daniela: É muito difícil apontar algum projeto em especial, pois foram diversos… talvez meu maior motivo de orgulho seja o retorno que os meus projetos proporcionam para a indústria, e como o meu trabalho ajuda a criar e manter empresas competitivas e empregos dignos, na cadeia produtiva do setor de móveis.

Quais habilidades e conhecimentos você considera fundamentais para quem deseja seguir uma carreira em design de produto?

Daniela: A habilidade mais importante, para mim, é a capacidade de compreender processos complexos, pois estamos o tempo todo lidando com inúmeras variáveis: técnicas, culturais, econômicas… O design é uma atividade que precisa conciliar isso tudo, pois não temos a liberdade absoluta do artista: como designers, precisamos colocar nossas ideias em contexto.

Que conselhos você daria para jovens designers que estão começando suas carreiras?

Daniela: Procure sempre fazer melhor e propor novas soluções. Não se conforme com as coisas que já estão prontas, pois quem trabalha com projetos, precisa ter uma postura sempre criativa. Invista na ampliação de seu repertório cultural. Cultive boas relações: projetar é olhar para o futuro, com generosidade e otimismo.

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Jornalista, Community Manager e Editora-chefe do Economia PR

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