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Empreendedor: o “não” é a sua palavra de ordem

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Foto: FatCamera / Getty Images Signature

Eu nunca gostei de conflitos. Sou aquele tipo de pessoa que busca fazer o meio de campo sempre. Olhar o outro lado. Meu marido até brinca que eu, num neologismo mais puritano para esta coluna, devo parar de “destitiquizar a titica”. Por isso, pra mim, o mundo empreendedor trouxe mais esse desafio: o “não”.

Quando somos empregados em uma empresa, o “não” é mais calado. Raras são as vezes em que podemos nos dar o luxo de utilizá-lo. Afinal, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Claro que isso muda de personalidade para personalidade, mas o empreendedor que vem de uma carreira do CLT sente um choque maior ao ter que soltar o famigerado “não” de vez em quando.

Sei que não estou inventando a roda. Você já ouviu isso antes de outros profissionais, mas é a mais pura verdade. O “não” é a palavra de ordem que dói na hora de sair da garganta, mas traz uma recompensa gigante, que é a sua autovalorização. E se você quer que outros valorizem o seu trabalho, isso é crucial. Quem não se valoriza, não terá isso de terceiros. Fato indiscutível.

O “não” quer dizer que você sabe o que quer. Que sabe pelo que precisa ou pelo que não deve mais passar. Que tem a plena consciência de que não é obrigado a aturar certas atitudes.

Não tenha medo do “não”. Ele é a palavra que vai te salvar de enrascadas. De clientes tóxicos – sim, eles existem. O “não” te coloca na linha – porque, às vezes, o “não” precisa ser pra gente mesmo. Esse tipo, com certeza, é o mais difícil e escorregadio. Damos voltas e mais voltas, com desculpa atrás de desculpa, para que ele fique quietinho num canto obscuro.

O “autonão” precisa ser usado em situações em que a emoção quer tomar conta – e a gente sabe que, para o empreendedor, isso é corriqueiro.

Claro que o “não” não precisa ser dito dessa forma seca (apenas em casos de urgência). Há meios de negar algo sem ser ofensivo, grosseiro e sem fechar portas. Impor seus limites não é errado. É, além de necessário, saudável. Eu prefiro dizê-lo (aliás, estou aprendendo a…) e ter minha paz do que engolir e ter que conviver com estresse, dor de cabeça e ansiedade.

Saber coexistir com o “não” é libertador, até porque, como empreendedor, você precisa estar pronto para ouvi-lo também. De desconhecidos. De potenciais clientes. De gente que você jurou que iria te apoiar. Sob essa perspectiva, podemos até dizer que o “não” é um revelador, mostrando quem, realmente, acredita em você e na sua ideia.

O “não” é seletor. Faça suas escolhas e não tenha medo de soltar o “não” se a situação exigir. Racionalize. Estamos falando do seu negócio, do seu ganha-pão. Da sua vida.

Vai por mim.
O “não” é a palavra de ordem.

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Editora-chefe do Economia PR. Fundadora da BASIS Comunicação. Community Manager. Acelerada Camila Renaux. Consultoria em Comunicação Estratégica. Prêmio Sangue Bom de Jornalismo (SINDIJOR PR 2014)

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