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Evento debate a participação de mulheres no setor de tecnologia

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Foto: Thomé Lopes

O primeiro algoritmo de computador da história mundial foi escrito por uma mulher. Ada Lovelace foi uma matemática inglesa que morreu aos 36 anos, em 1852, deixando um legado para a ciência da computação. Além dela, outras mulheres se destacaram na área da tecnologia, até meados da década de 1970. Mas, de lá para cá, a participação de mulheres no setor foi reduzida e, hoje, elas ainda são minoria nos cursos de Tecnologia da Informação (TI) e nas empresas. A necessidade de inclusão do público feminino nesse mercado foi tema de um dos painéis do ECO.TIC.NOVA, na tarde desta quarta-feira (28), no Villa Planalto, em Londrina.

Integraram o painel a presidente do APL de TIC de Londrina, Ana Paula Murakawa; a diretora de inovação da Software by Maringá e presidente do Hub de Mulheres em GovTech, Patrícia Saugo; a consultora do Sebrae/PR, Danubia Milani; e o presidente da Softex, Ruben Delgado. O debate girou em torno da importância de criar políticas públicas que favoreçam a inclusão das mulheres no mercado da tecnologia, com ações que contemplam a sensibilização das meninas na educação básica, para que elas entendam que podem ocupar esse espaço.

Ana Paula Murakawa lembra que o setor da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) é aquecido e está em constante busca por novos talentos, portanto, o País não pode abdicar da participação das mulheres, que são a maioria da população, dentro desse segmento. Diversas mulheres ganharam destaque por suas importantes contribuições na área da tecnologia, mas o reconhecimento veio tardiamente, como é o caso de Ada Lovelace. Na avaliação de Ana Paula, é necessário criar mais referências e reconhecer o papel das mulheres que fazem a diferença no setor.

“Quando falamos da inclusão das mulheres, precisamos trabalhar, primeiro, com a sensibilização, para que elas entendam que o ambiente da tecnologia, ciência e inovação também é delas. A grande barreira que precisamos superar é a da entrada delas no mercado”, analisa.

Para incentivar a inclusão de mulheres na TI, a Softex, uma Organização Social Civil de Interesse Público que desenvolve ações para promover a melhoria da competitividade da indústria de software, serviços de TI e comunicações, criou vários programas voltados para o público feminino. São ações que passam pelo apoio a startups lideradas por mulheres, capacitações e mentorias para alçar mulheres a cargos de liderança, bolsas de estudos internacionais e capacitações virtuais gratuitas.

O presidente da Softex, Ruben Delgado, afirma que o Brasil aproveita muito pouco da inteligência e da capacidade feminina para o setor da tecnologia. Para incentivar a inclusão das mulheres nesse mercado, ele conta que a associação possui programas exclusivos para elas, pois acredita que deve haver equidade na participação de mulheres e homens em cargos técnicos, de liderança e à frente de startups. Para ele, esse afastamento se deve a questões culturais.

“Lá no Ensino Médio, quando os jovens começam a escolher suas profissões, normalmente o palestrante é homem, você vê a novela que o analista de sistemas é homem. Então, os meninos se identificam mais, e isso deve mudar”, exemplifica.

Em Maringá, Patrícia Saugo, que integra um hub com 14 fundadoras de GovTechs – empresas que utilizam a tecnologia para inovar na gestão pública – diz que ainda existe uma barreira muito grande na entrada de mulheres no setor governamental, por isso, a união em grupo facilita essa interação. O hub oferece ações para capacitar as mulheres para uma jornada de vendas eficaz com o setor público.

“Acreditamos que, para aumentar a presença feminina na área da tecnologia, é preciso ir até as escolas, falar com as meninas sobre a importância da inovação e do uso da tecnologia para garantir o nosso futuro enquanto sociedade. Na área de GovTech, as mulheres têm muita oportunidade de prosperar, porque elas, em geral, quando vão para a área de tecnologia, têm a preocupação de investir em negócios com responsabilidade social”, avalia.

A consultora do Sebrae/PR, Danubia Milani, que destacou no painel a relevância da participação de mulheres no setor de tecnologia nos séculos XIX e XX, diz que o debate fomentou a curiosidade sobre por que as mulheres perderam espaço numa área que hoje é tão promissora. Ela lembra que ainda permeia a sociedade a crença de que a mulher tem mais afinidade com a área de humanas, por ser mais emocional, e os homens com as exatas, mais racionais, e isso ficou inserido na cultura e contribuiu para afastar o público feminino das áreas de engenharia.

“Ficou muito clara a importância de trabalhar essa cultura lá na educação básica. Inclusive, no final do painel, fui chamada por uma instituição de ensino para falar com as meninas sobre tecnologia”, conta.

A 12ª edição do ECO.TIC.NOVA terminou com um recorde de público. Cerca de 700 pessoas passaram pelo Villa Planalto nos dois dias de evento. O sucesso fortalece a Aliança Estratégica Londrina-Maringá, que uniu os ecossistemas das duas cidades e transformou a edição em um dos maiores eventos de TIC do Paraná, com visitas de empresários de várias cidades do Estado.

“O ECO.TIC.NOVA também se posicionou como um evento que o Sebrae apoia em nível estadual, o que favorece a interação entre todas as regionais do Paraná, extrapolando as regiões de Londrina e Maringá”, afirma Danubia.

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