Por Francisco Essert, Presidente do Conselho Diretor da GERAR
A taxa de desemprego no Brasil, atualmente em 6,8% no trimestre encerrado em julho, representa o menor índice desde 2014, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua divulgada pelo IBGE. Embora o número seja alentador, devemos lembrar que os desafios para a juventude brasileira no mercado de trabalho permanecem significativos. O desemprego entre os jovens é o dobro do registrado para o restante da população, uma estatística alarmante que exige atenção e ação contínuas.
A GERAR, desde sua fundação em 2003, tem se dedicado a ser um agente transformador na sociedade, com a missão de impactar e transformar vidas. Nossa organização sem fins lucrativos, baseada em Curitiba, capital do Paraná, tem como foco a geração de emprego, renda e promoção da igualdade social. Acreditamos que o caminho para a superação das desigualdades passa pela educação, capacitação e inserção dos jovens no mercado de trabalho. É com base nesses valores que desenvolvemos iniciativas como o programa Aprendiz GERAR, que tem sido uma resposta direta ao gargalo do primeiro emprego para jovens em todo o país.
O primeiro emprego é um desafio monumental para muitos jovens, especialmente aqueles provenientes de comunidades vulneráveis. Sem oportunidades, esses adolescentes se encontram em um ciclo vicioso onde a falta de emprego os expõe a riscos como o envolvimento com o crime e o tráfico de drogas. É nesse cenário que o Aprendiz GERAR entra como uma solução eficaz, oferecendo a esses jovens a chance de um futuro melhor. Através do programa, eles recebem não apenas um salário que muitas vezes se torna a âncora do orçamento familiar, mas também formação humana e técnica que lhes proporciona novas oportunidades e perspectivas.
No entanto, a atuação da GERAR não se limita apenas à inserção de jovens no mercado de trabalho. Entendemos que é preciso ir além, oferecendo ferramentas que permitam aos participantes de nossos programas saírem melhores do que entraram. Se nossos programas não resultarem em uma mudança positiva na vida dessas pessoas, então nosso trabalho não terá atingido seu objetivo. É por isso que, atualmente, atendemos mais de 15 mil pessoas em diversas frentes, incluindo 10 mil aprendizes, mais de 3000 estagiários, além de muitos outros que participam de cursos pré-vestibulares gratuitos ou de ações que fomentam o empreendedorismo.
Oferecemos ainda 12 cursos: Agronegócios, Alimentação, Asseio e Conservação, Auxiliar de Produção, Comércio Atacado e Varejo, Desenvolvimento Full Stack, Frentista, Logística, Magarefe, Operador de Telemarketing, Saúde e Serviços Administrativos.
Todos eles são voltados para o desenvolvimento de jovens, com o objetivo de atender às demandas mais atuais do mercado de trabalho e às necessidades específicas das empresas que buscam profissionais diferenciados, com maiores chances de efetivação, devido à qualidade da formação ofertada. Esses cursos foram planejados e adaptados para qualificar os jovens com as chamadas real skills, um termo utilizado para descrever habilidades da vida real, preparando-os para enfrentar desafios concretos do mundo corporativo, contribuindo diretamente para sua inserção e crescimento nas empresas.
O empreendedorismo é, aliás, uma das soluções que enxergamos para os problemas sociais que afligem o Brasil. Ao incentivar a educação e o empreendedorismo, acreditamos que é possível tirar pessoas de situações de vulnerabilidade social, oferecendo-lhes uma alternativa para o desemprego e a falta de oportunidades. O impacto desse tipo de iniciativa vai muito além do indivíduo; ele reverbera em toda a comunidade, criando um ciclo virtuoso de desenvolvimento e progresso.
A preparação para o mercado de trabalho deve ser vista como um processo contínuo e multifacetado. Não basta apenas inserir o jovem em uma vaga; é preciso capacitá-lo, dar-lhe ferramentas e perspectivas para que possa não apenas se manter no emprego, mas também prosperar e, eventualmente, criar novas oportunidades para si e para os outros. O mercado de trabalho está em constante evolução, exigindo cada vez mais dos profissionais, e é nosso dever, enquanto sociedade, preparar a juventude para enfrentar esses desafios.
Em resumo, a redução da taxa de desemprego no Brasil é um sinal positivo, mas ainda há muito a ser feito, especialmente em relação à juventude. O trabalho da GERAR, com programas como o Aprendiz GERAR, tem sido fundamental para combater o desemprego juvenil, mas precisamos continuar expandindo nossos esforços. A preparação dos jovens para o mercado de trabalho é uma responsabilidade coletiva, que deve ser compartilhada por governos, empresas e organizações da sociedade civil. Somente assim conseguiremos garantir que nossos jovens tenham as oportunidades que merecem e possam construir um futuro melhor para si e para o Brasil.
