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Menos de 30% dos brasileiros com deficiência encontram espaço no mercado de trabalho

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Foto: Freepik

Em setembro é comemorado o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência. A data foi instituída por lei em 2005, com o intuito de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, que ainda caminha a passos lentos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 18,6 milhões de habitantes com deficiência, entretanto, somente 26,6% das pessoas com deficiência encontram espaço no mercado de trabalho, mesmo após três décadas da Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência. O nível de ocupação para o resto da população é de 60,7%.

Há mais de trinta anos, a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência determina que empresas com 100 empregados ou mais reservem vagas para o segmento. Felipe Donizetti, gerente de Recursos Humanos (RH) da Metalus Indústria Mecânica, que fornece soluções em processamento de chapas metálicas para diversos setores, considera de extrema importância o papel integrador que a empresa tem.

“Temos muito sucesso com a contratação de deficientes e estamos nos preparando, cada vez mais, para receber as pessoas de acordo com suas limitações, sem distinção”.

Na empresa, as pessoas com deficiência estão empregadas na área administrativa e no setor de compras. De acordo com o gerente de RH, o objetivo da indústria mecânica é que os colaboradores, deficientes ou não, se sintam acolhidos.

“Todos os colaboradores recebem o mesmo tratamento no dia a dia e nos treinamentos, isso porque não temos profissionais PCD’s que precisam de grandes adaptações e tutores”.

Para ser realmente um ambiente inclusivo, a indústria escuta de seus colaboradores com deficiência como eles querem ser tratados e se é necessária alguma melhoria na estrutura física e organizacional da empresa.

“Atualmente, as pessoas com deficiência que ingressam na empresa trabalham em locais que não necessitam de adaptações. Como nosso objetivo é fazer com que eles se sintam à vontade, sem qualquer tipo de desconforto, perguntamos no momento da contratação como querem que seja o dia a dia na empresa. Porém, é claro que, caso o PCD ou algum outro colaborador perceba alguma dificuldade, pode entrar em contato com o RH que serão tomadas as providências necessárias”, ressalta Donizetti.

A Metalus Indústria Mecânica, é associada à Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha do Paraná (AHK-PR), entidade que representa a economia alemã no estado, além de promover cursos, grupos de intercâmbio para trocas de experiência e networking entre empresas. A inclusão, como um todo, está entre os assuntos debatidos pela Câmara em seu Comitê de Diversidade e Inclusão.

O trabalho da pessoa com deficiência e a lapidação dos direitos humanos foi um dos temas tratados pelo Comitê em 2024, que contou com a palestra de Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, o primeiro Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná deficiente visual.

“O debate foi importante demais. Tivemos a participação de diversas empresas associadas que, assim como a Metalus, já trabalham com a inclusão no seu dia a dia e querem tornar o ambiente empresarial ainda mais confortável. Desse encontro, saíram diversas ideias e exemplo para uma verdadeira inclusão, aquela que não apenas contrata, mas pensa no bem-estar desses colaboradores”, destaca Augusto Michells, gerente regional da AHK-PR.

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