Hoje, no Brasil, é reciclado apenas 4% dos 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos gerados anualmente, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Além disso, mais de 70% dos brasileiros não separam o lixo orgânico do reciclável, segundo pesquisa de 2023 do Ibope.
Pensando em uma cadeia ética efetiva e responsável, a SIG, empresa especializada em envase e embalagens cartonadas, anuncia a parceria com a Earthworm Foundation Brasil (EF Brasil), organização sem fins lucrativos constituída sobre valores e movida pelo desejo de impactar positivamente a relação entre as pessoas e a natureza.
A parceria, que também conta com o apoio do governo do Paraná, está alinhada às iniciativas da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Estado e tem o objetivo de garantir a origem do material reciclável e a qualidade ética de condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis.
Além disso, buscará estabelecer mecanismos e sistemas de verificação dos fornecedores e suas cadeias, por meio de uma análise de fluxo, plano de ação e segmentação dos fornecedores, e, também, incentivar a reciclagem em centros de triagem de resíduos sólidos, especialmente embalagens do tipo “longa vida”.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apenas 5% dos catadores de materiais recicláveis atuantes no País estão organizados em associações ou cooperativas, contando com alguma estrutura de trabalho.
Os outros 95% estão trabalhando nas ruas ou lixões, locais para onde vão 40% de todo o resíduo urbano coletado pelas prefeituras, segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Para que haja uma cadeia ética, assegurando impactos sociais e ambientais positivos e impulsionando a adoção da circularidade no setor de embalagens cartonadas, é necessário garantir essa origem e potencializar os impactos sociais para os trabalhadores.
Para Isabela De Marchi, Gerente de Sustentabilidade da SIG na América do Sul, poder contar com agentes transformadores como a Earthworm, garante que a companhia está no caminho da expansão e alinhada aos objetivos da estratégia global de sustentabilidade.
“Nos preocupamos em fomentar uma cadeia ética de reciclagem. Temos como objetivo ter rastreabilidade e assegurar que, no processo, os cooperados tenham condições dignas de trabalho, remuneração justa, e que não houve trabalho escravo ou infantil. Iniciar esse programa no Estado do Paraná, local onde temos nossa primeira fábrica de embalagens cartonadas da América Latina e, em breve, teremos nossa planta de reciclagem, só será possível com o apoio do governo do Estado, que possui diversas iniciativas com foco em reciclagem”, explica Isabela.
Dentro do escopo de trabalho estão: a categorização dos centros de triagem e suas fontes geradoras para proposição de um modelo de rastreabilidade, estruturação de uma plataforma (dashboard) para monitoramento e avaliação da adequação das fontes geradoras e da triagem, e aprovação de um plano de trabalho viável e com metas de impacto definidas.
Para Dov Rosenmann, Country Head da Earthworm Foundation Brasil, o fundamental da parceria é fortalecer a relação de cooperativas e agregadores de resíduos com as empresas, consolidando um valor compartilhado da garantia dos direitos fundamentais de trabalho das pessoas que atuam na cadeia de fornecimento de materiais pós-consumo.
“O nosso papel, técnico, é estabelecer uma comunicação transparente entre todos os elos dessa cadeia, com foco no desenvolvimento de soluções permanentes e replicáveis. Acreditamos que há muito a ser feito para aumentar os fluxos de materiais para reciclagem e, nesse processo, os responsáveis por manter o ciclo ativo devem ter garantidos os seus direitos, como pessoa e como trabalhadores”, ressaltou.
A SIG já está no caminho da cadeia ética de reciclagem e conta com parcerias que procuram aumentar a quantidade de embalagens recicladas, conscientizar sobre educação ambiental, mudar o comportamento da população e ampliar projetos na área de sustentabilidade.
Empresas como Menos 1 Lixo, So+ma e Recicleiros têm ajudado a transformar o cenário dessa cadeia de reciclagem brasileira.