Desde a pandemia, eu trabalho de casa – logo eu, que sempre fui de trabalhar em equipe. Eu gosto de conversar, trocar ideias, brainstorm, ouvir o outro ponto de vista e, dessa forma, ir complementando o que poderia ser um projeto simplório em algo grandioso.
Foi assim que ganhamos o Prêmio Sangue Bom de Jornalismo em 2014. Com um projeto de muitas mãos e vozes que cresceu pela força do coletivo. Mas com a COVID-19, o coletivismo passou para algo distante.
Não era mais apenas virar a cadeira e falar com o colega. Passamos a depender da tecnologia. Era preciso alinhar agendas, encontrar um horário em comum, marcar a call (vulgo “reunião”). Virou um processo baseado em protocolos e zero espontaneidade.
Obviamente, quando virei MEI, não tinha mais nada disso mesmo. Mas eu achei uma forma de fazer um brainstorm na minha individualidade: o ChatGPT.
O uso dessa ferramenta de inteligência artificial me ajuda muito nos dias de criação mais intensa. Mas, veja bem: ele não tem as ideias por mim. Como mencionei no início deste parágrafo, é uma ferramenta. Está ali para auxiliar e não para fazer o trabalho por mim, o ser pensante da dupla.
Basicamente, o que eu faço é:
Prompt correto e detalhado
O ChatGPT precisa que você seja específico nos seus comandos. Então, no prompt inicial, eu descrevo exatamente o que eu preciso, para quem e como eu quero.
Por exemplo: “Preciso de ideias de slogan para uma empresa de produtos sustentáveis. Palavras-chave: “mudança”, “futuro”. Arquétipo de marca: Governante”.
Aqui, entra a parte do seu conhecimento sobre a marca. Você é quem determina o que entra, o que sai, o que cabe e o que desencaixa da estratégia e do branding.
Seleção e edição
Com o prompt inicial, você receberá uma série de sugestões do ChatGPT. Mas, verdade seja dita, é pouco provável que alguma agrade 100% de primeira. Veja os exemplos que surgiram:
- “Liderando a mudança para um futuro sustentável”
- “O futuro que governamos começa com a mudança de hoje”
- “Mudança consciente, futuro garantido”
- “Pioneiros na construção de um futuro sustentável”
- “Comandando a mudança para um amanhã melhor”
- “Governando o presente, moldando o futuro”
- “Nossa liderança, sua mudança para o futuro”
- “Inovação que transforma hoje para liderar amanhã”
São boas, mas elas realmente se encaixam na estratégia da marca? Você vê o seu cliente em algum desses dizeres?
É hora de filtrar e trabalhar em cima do que você acha válido – o nosso brainstorm começou!
Desenvolva e mude
Vamos supor que eu escolha esta “Pioneiros na construção de um futuro sustentável”. Agora, como disse, é hora de lapidar para termos algo mais da personalidade da marca. Então, eu trago um novo prompt ao ChatGPT: “Desenvolva mais ideias a partir desta sugestão, mas deixe numa linguagem mais acolhedora”. O resultado:
- “Juntos, abrindo caminhos para um futuro mais sustentável”
- “Construindo com você um futuro melhor para todos”
- “Nossa jornada começa agora, rumo a um amanhã sustentável”
- “De mãos dadas, transformando o futuro em algo mais verde”
- “Cuidando do presente, para um futuro mais sustentável”
- “Com você, criando um futuro que respeita o planeta”
- “Pioneirismo sustentável, para um amanhã que acolhe a todos”
- “Passo a passo, construímos um futuro mais sustentável juntos”
Termine o trabalho
Você pode pedir para refazer e fazer quantas vezes quiser. O lado bom do GPT (para os íntimos) é que você pode realmente ter uma conversa com ele – eu até peço “por favor” de vez em quando. Força do hábito…
Então, esse processo pode ser rápido ou durar horas, dependendo do que você busca e de como as ideias serão apresentadas. Você pode pedir para misturar, adicionar palavras, tirar, começar do zero. O brainstorm é livre!
Vale reforçar que o ChatGPT pode ser um grande aliado de estratégias de comunicação. Só lembre que você é quem deve estar no controle.
Afinal, você, ser humano, é o lado do “brain” nessa tempestade.