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Londrina tem estoque de imóveis para apenas sete meses

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Foto: Gustavo Mezacasa

Em um momento de inflação controlada, baixa taxa de desocupação e alto nível de confiança dos investidores, o mercado imobiliário tem nadado de braçada.

Depois de superar os percalços da pandemia, que elevou os custos de construção e corroeu o poder de compra da população, o setor vive um momento inusitado.

Em Londrina, a demanda por imóveis supera o ritmo de lançamentos. Pelo movimento atual de vendas, se nada mais fosse lançado, o nível de estoque de imóveis residenciais novos na cidade terminaria em apenas sete meses.

Os dados são do Radar Imobiliário, divulgados pela Futura Inteligência, empresa de pesquisa, com sede no Espírito Santo, com mais de 30 anos de atuação em todo o Brasil.

O especialista econômico da Futura Inteligência, Lucas Dias Schuller, explica que Londrina tem, hoje, um nível de estoque de imóveis menor que a metade do considerado saudável, de 15 meses, e inferior ao do Brasil, de 10 meses.

De acordo com o levantamento realizado no último mês, a cidade possui 81 edifícios novos com pelo menos uma unidade residencial em estoque – prontos ou em construção -, o que representa um volume de R$ 1,23 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV).

De acordo com Schuller, o Radar Imobiliário monitora empreendimentos do mercado primário, ou seja, os imóveis disponibilizados pelas construtoras para a primeira venda.

Ele atribui o aquecimento do mercado a diversos indicadores positivos que impactam diretamente no setor da construção civil, como a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, ampliada para 3,2%; a inflação e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) controlados; o menor nível de desocupação desde 2014 – sendo 6,9% no Brasil e 4,4% no Paraná; o aumento do índice de confiança dos empresários da categoria; e o recorde histórico da massa de rendimentos em circulação no País, que bateu R$ 318 bilhões neste ano.

“Não tem ambiente jogando contra. O único indicador, em um nível mais restrito, é o crédito imobiliário, mas o volume de concessão de financiamentos tem crescido, mesmo com taxas altas. O setor vive um momento muito favorável para lançar novos empreendimentos, dado o baixo volume de estoque, a alta demanda por imóveis e a perspectiva de manutenção desse cenário”, analisa o especialista.

A presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) Paraná Norte, Celia Catussi, destaca que o fato de o Paraná ter o menor índice de desemprego dos últimos dez anos e de estar crescendo acima da média do Brasil tem contribuído para a demanda aquecida na compra de apartamentos novos.

“O estoque ofertado para o mercado não chega à média do que normalmente se pratica em Londrina. Isso é muito bom, levando em conta que todos os lançamentos que ocorreram na cidade foram positivos em termos de velocidade de vendas”, afirma Celia.

Ela acrescenta que, dentro do Plano Diretor, previsão de zoneamento e demanda de mercado, existem várias áreas de expansão em Londrina, na zona sul, para imóveis de alto padrão, e áreas específicas das regiões leste e oeste, para empreendimentos de médio padrão e de interesse social.

Celia esclarece que o controle de estoque é regulado pelo próprio mercado e, como o ciclo da construção civil é longo, existe uma atenção especial das construtoras em relação ao nível de unidades novas para vendas.

Pesquisas de mercado auxiliam incorporadoras na tomada de decisão para que o ritmo de lançamentos atenda a demanda por imóveis na cidade.

A diretora executiva da Vectra, Roberta Costa Alves Nunes Mansano, diz que, em média, o tempo de planejamento da concepção e realização do projeto leva de 12 a 18 meses, já o período de execução da obra pode variar de 36 a 48 meses.

Com o auxílio das sondagens sobre comportamento do consumidor, cenário macroeconômico, e inovações, são definidas as metragens de cada produto, assim como os itens de lazer, design de fachada, paisagismo e VGV.

“Trabalhamos com um master plan, baseado em estudos técnicos, mapeamento de regiões e terrenos, e tendências de mercado. Estabelecemos o tipo de produto e as previsões de lançamento, início e fim de obra”, detalha Roberta.

O empresário Anderson Henrique Escarpim aproveitou o bom momento do mercado imobiliário para fazer um upgrade no seu apartamento.

Ele tinha investido em um imóvel na planta, de 86 m², localizado no centro de Londrina, com previsão de entrega para o fim deste ano. Diante da oferta de novos produtos pela construtora, decidiu migrar para outro empreendimento, de alto padrão, com unidades de 121 m², na Nova Prochet.

“Tenho certeza que fiz um excelente negócio. A construtora me disponibilizou mecanismos que facilitaram a aquisição e o pagamento de um imóvel maior em uma região bem localizada”, comemora Escarpim.

O aquecimento do setor da construção civil impacta diretamente em outros segmentos da economia, entre eles, serviços e comércio.

Há seis meses no novo endereço, na avenida Waldemar Spranger, o empresário e dono de uma oficina para carros de luxo, Denis Simões, conta que escolheu a localização pela expansão da Nova Prochet, uma das regiões da cidade onde estão em construção diversos edifícios de alto padrão.

Para ele, a mobilidade, segurança e tranquilidade oferecida pelo bairro favoreceram o desenvolvimento do negócio e contribuíram para a satisfação dos clientes.

“Antes, minha oficina era na PR-445, perto da UEL. Percebi que essa região começou a crescer bastante e decidir vir pra cá”, revela.

A sócia-proprietária de uma floricultura instalada na mesma avenida, Ludmila Haussler, saiu de uma sala de 37 m² na Gleba Palhano para um espaço de 110 m² na Nova Prochet.

Ela relata que, no endereço antigo, apesar de circular bastante gente, isso não era convertido em vendas. Por isso, a família, que conduz o negócio, entendeu que seria mais prático e estratégico ir para um ambiente maior, com mais opções de estacionamento e fácil acesso.

“Acreditamos que essa região de Londrina vai crescer bastante, já que tem vários prédios em construção e mais pessoas virão morar por aqui. Isso nos ajudará a ganhar mais clientes fixos”, projeta.

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