O setor de Recursos Humanos (RH) tem enfrentado desafios significativos no contexto atual, marcado pela transformação digital e mudanças nas demandas dos profissionais.
De acordo com um levantamento da PwC, 78% das lideranças de RH acreditam que a adaptação à tecnologia e à automação é crucial para o sucesso organizacional. Esse movimento busca não apenas otimizar processos, mas também melhorar a experiência dos colaboradores e reter talentos em um mercado competitivo.
Ao mesmo tempo, a integração de práticas de trabalho híbrido ou remoto vem exigindo adaptações nos métodos de gestão, ampliando o foco em bem-estar e saúde mental.
Para saber mais sobre os rumos do setor, o Economia PR Drops conversou com a gerente de RH do Condor, Charmoniks Heuer, que recentemente recebeu o Prêmio de RH Mais Admirado do Paraná, em uma premiação realizada pelo Grupo Gestão RH.
Charmoniks está à frente do Capital Humano do Condor desde 2017 e gerencia uma equipe de mais de 13 mil colaboradores. Ela é formada em Magistério e Pedagogia, com especialização em Gestão de Pessoas, Coaching e Relações Trabalhistas, além de ser mestre em Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento. Charmoniks também é vice-presidente da ABRH-PR.
Confira:
Quais são os maiores desafios do setor de Recursos Humanos no cenário atual?
Charmoniks: Acredito que um dos grandes desafios do RH hoje gira em torno da adaptação rápida às mudanças constantes do mercado, incluindo a transformação digital, a necessidade de desenvolver estratégias de retenção eficazes e o alinhamento entre a cultura organizacional e as expectativas dos colaboradores. Além disso, temos o tema da diversidade e inclusão que exigem inovação e sensibilidade por parte dos líderes.
Como o RH pode contribuir para manter a motivação e engajamento dos colaboradores?
Charmoniks: É necessário promover um ambiente de trabalho saudável, que valoriza a comunicação aberta e incentiva a autonomia. Isso pode ser feito por meio de programas de reconhecimento, planos de desenvolvimento, treinamentos e iniciativas de bem-estar que consideram a saúde mental e física dos colaboradores. O importante é criar as expectativas dos colaboradores e os valores da empresa devem ser constantemente reforçados.
Como a gestão de talentos se transforma frente a novas demandas e mudanças frequentes no mercado?
Charmoniks: O RH precisa adotar tecnologias que facilitem o recrutamento e a análise de performance, criar planos de desenvolvimento mais flexíveis e fomentar uma cultura de aprendizado constante. A personalização das jornadas de carreira, o foco em competências comportamentais e a capacidade são elementos essenciais para a gestão de talentos.
Estamos vivendo um grande choque de gerações com a chegada da Geração Z ao mercado de trabalho. Como você vê esse momento? Quais os principais desafios e como contorná-los?
Charmoniks: Esse choque de gerações é importante e traz desafios, como a necessidade de conciliar diferentes expectativas em relação à carreira, propósito e formas de trabalho. A Geração Z traz consigo uma nova visão de flexibilidade, busca por propósito e valorização da diversidade. Para contornar esses desafios, é necessário que as lideranças e o RH adotem práticas mais inclusivas e promovam espaços de diálogo.
Quais tendências você acredita que moldarão o futuro do trabalho e o papel do RH nos próximos anos?
Charmoniks: O papel do RH se tornará cada vez mais estratégico, voltado para a promoção de experiências centradas no colaborador, desenvolvimento de lideranças adaptativas e foco na construção de uma cultura de inovação. O RH será visto como um motor de transformação que equilibra a tecnologia não perdendo a humanização das relações de trabalho.
Quais habilidades e competências serão mais valorizadas em um futuro próximo no mercado de trabalho?
Charmoniks: No futuro próximo, habilidades como adaptabilidade, inteligência emocional, pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas complexos continuarão sendo altamente valorizadas. A competência em trabalhar de forma colaborativa em ambientes diversos e a habilidade de se comunicar de maneira clara e eficaz também ganharão ainda mais destaque. Esses pontos, não tenho dúvida, que refletem a necessidade do RH de se reinventar , não ficar no comodismo, assumir um papel estratégico junto com todas as áreas da empresa na construção de ambientes de trabalho mais engajadores, onde as pessoas queiram trabalhar.