O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,56% no Brasil em outubro, enquanto, em Curitiba e Região Metropolitana (RMC), a variação foi de 0,42%.
Nos últimos 12 meses, o índice acumulado foi de 4,76% para o país e de 3,78% na região de Curitiba, indicando uma inflação mais amena localmente.
Para o economista e assessor da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, a inflação nacional ultrapassou o limite máximo da meta, fixado em 4,50%.
Ele acredita que o índice oficial de 2024 pode exceder esse teto, o que obrigaria o novo presidente do Banco Central a justificar o descumprimento da meta em Carta Aberta ao ministro da Fazenda.
“É muito provável que teremos uma inflação oficial acima do limite superior de 4,50% em 2024”, avalia Dezordi.
O grupo de alimentos in natura em Curitiba registrou alta de 11,19% no acumulado de 12 meses, impactado principalmente pela estiagem e queimadas nas regiões produtoras.
Entre os produtos com maior elevação de preços em outubro estão a laranja-pera (13,46%), acém (10,76%), capa de filé (9,55%), melão (9,17%), costela (8,65%), pepino (8,25%) e alcatra (8,03%).
Segundo Dezordi, o aumento no preço das carnes reflete um cenário já previsto em análises anteriores, em decorrência das queimadas que prejudicaram o pasto.
Por outro lado, tiveram redução de preço itens como manga (-19,01%), cebola (-14,42%), passagens aéreas (-14,16%), mamão (-11,88%), banana-prata (-8,49%) e batata-inglesa (-7,84%).
Dezordi ressalta a continuidade da queda nos preços de tubérculos e a expressiva redução nas passagens aéreas no mês de outubro.
A escassez hídrica e queimadas têm exercido forte pressão sobre a oferta de alimentos, especialmente os mais sensíveis a variações climáticas.
No acumulado de janeiro a outubro, itens como tangerina (69,95%), café moído (34,79%), azeite de oliva (27,10%), leite longa vida (25,30%), alho (22,64%) e laranja-pera (22,51%) registraram altas expressivas em Curitiba. Dezordi alerta que a tendência é de pressão adicional no IPCA, especialmente devido aos aumentos previstos nas carnes.
Por outro lado, produtos como passagens aéreas (-45,77%), cenoura (-28,13%), cebola (-25,22%), tomate (-22,67%) e transporte público (-20,28%) mostraram quedas acumuladas no ano, aliviando parcialmente o impacto geral da inflação.
No acumulado dos últimos 12 meses, itens como tangerina (107,42%), laranja-pera (36,19%), azeite de oliva (35,74%), café moído (33,66%) e leite longa vida (22,97%) apresentaram elevações significativas na RMC.
Em contrapartida, preços de passagens aéreas (-31,56%), cenoura (-25,81%), tomate (-16,98%), mamão (-16,74%), gás encanado (-12,31%) e transporte público (-12,15%) caíram, refletindo a diversidade de pressões que marcam a inflação na capital paranaense.