As vendas da greentech ERT Bioplásticos, maior produtora de bioplástico compostável da América Latina, cresceram 104% de julho a setembro deste ano (comparação com igual trimestre de 2023), período que concentra os pedidos para a Black Friday e o Natal.
O aumento é puxado pela produção de “bags de e-commerce” –os sacos plásticos que embalam as mercadorias do varejo até a casa dos clientes.
Segundo a diretora de estratégia e sustentabilidade da ERT Bioplásticos, Gabriela Gugelmin, a demanda é reflexo do aumento das compras online, que escalaram a partir da pandemia, e do entendimento das marcas e dos varejistas de que é preciso fazer algo pela gestão de resíduo, sobretudo o plástico.
“O consumidor brasileiro entendeu que é possível comprar tudo online e percebeu também que a produção de lixo aumentou em casa. Sob pressão dos clientes, um número maior de empresas passou a buscar soluções menos prejudiciais ao meio ambiente”, diz Gugelmin.
O Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, com 11 milhões de toneladas ao ano, sendo que menos de 2% é reciclado.
E, descartado na natureza, o plástico derivado de petróleo pode levar mais de 200 anos para se decompor, e acaba nos oceanos, dentro dos animais marinhos, e até na corrente sanguínea de humanos.
A ERT é pioneira no Brasil na produção de plástico 100% compostável. Desde 2021, a empresa desenvolve o biopolímero, que chega ao consumidor em embalagens, sacos de lixo, sacolas, potes, copos e talheres.
O bioplástico da ERT é feito a partir da fermentação da cana-de-açúcar e vira adubo em até 180 dias, sem gerar microplásticos, diferentemente da maioria dos plásticos oxibiodegradáveis. Gabriela Gugelmin afirma que o material já é uma opção viável.
“Algumas empresas que decidem banir o plástico convencional, sobretudo para descartáveis, de uso único, migram para o papel. Além de não servir para algumas finalidades, como no caso de talheres, é mais caro. Uma sacola de bioplástico compostável custa em torno de R$ 0,15 para o varejo, a metade do preço de uma de papel e apenas R$ 0,05 mais do que uma de plástico comum, que leva dois séculos para desaparecer do meio ambiente”, diz Gabriela Gugelmin.
Atualmente, a ERT produz 3,6 mil toneladas do bioplástico na unidade de Curitiba, que atende predominantemente o mercado externo (América Latina e Estados Unidos), e vai dobrar a capacidade com a abertura, neste mês, de uma fábrica em Manaus, com o foco no mercado nacional.
O CEO da ERT, Kim Fabri, reforça o compromisso da empresa em liderar a transformação do segmento rumo a soluções menos nocivas ao meio ambiente.
“Nossa visão é de uma indústria plástica que evolui e se adapta, oferecendo ao mercado alternativas mais sustentáveis e eficientes. Os bioplásticos, especialmente os compostáveis, são uma resposta promissora para reduzir o impacto ambiental e atender às demandas do consumidor, com produtos funcionais e ecológicos”, diz Fabri.