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Com mercado de adjuvantes aquecido, setor projeta novas tendências

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Foto: Divulgação

Por Daniel Petreli, Engenheiro agrônomo, coordenador técnico e de marketing Adyuvia Latam da DVA Agro

Já tem algum tempo que o produtor rural abriu a mente e as porteiras de suas fazendas para as tecnologias e a adoção de novas ferramentas e inovações que ajudam na maior produtividade e na melhor qualidade das colheitas.

Entre as soluções mais adotadas, destacam-se os adjuvantes agrícolas. De acordo com o levantamento FarmTrak, da Kynetec Brasil, essa categoria de produtos movimentou, somente em 2023, cerca de R$ 2,9 bilhões no País.

Ou seja, o uso quadruplicou em nove safras, já que, em 2015, esse número era de R$ 734 milhões.

De maneira detalhada, o estudo apurou que os adjuvantes são mais utilizados nas culturas de soja, gerando R$ 1,6 bilhão em negócios (56% do total), e no milho, com R$ 522 milhões (18%).

Já o trigo e o algodão corresponderam, respectivamente, a R$ 140 milhões e R$ 136 milhões (5%), e a cana-de-açúcar, R$ 113 milhões (4%).

O resultado demonstra que a classe produtora se apercebeu da importância de ser mais eficiente e assertiva, já que o uso dessa tecnologia proporciona muitos benefícios, diretos e indiretos.

Sua utilização melhora a cobertura das pulverizações nas superfícies das plantas, garantindo uma aplicação mais eficaz de agroquímicos.

Também ajudam a enfrentar os desafios colocados pelas condições ambientais, como vento ou chuva, melhorando a estabilidade e o desempenho, diminuindo o famoso efeito de deriva.

Somado a esses benefícios, otimiza a interação entre defensivos e plantas-alvo, elevando a eficácia geral e os resultados do controle de pragas, doenças e plantas daninhas.

Embora os adjuvantes possam incorrer em custos adicionais, os resultados potenciais, em termos de melhor desempenho, redução do impacto ambiental e maior proteção das culturas, contribuem para uma relação custo-benefício positiva.

Com tantos reflexos benéficos com o seu uso, o futuro se torna um cenário com alto potencial de exploração, marcado por diversas tendências e expectativas, indicando avanços nas práticas agrícolas.

Como exemplo, temos os produtos específicos para a operação de aplicação, tornando-se mais especializados para determinados defensivos (pulverizações foliares, tratamentos de sementes ou aplicações no solo).

Outra vertente é que se espera uma ênfase contínua na agricultura sustentável. Os pesquisadores estão explorando adjuvantes verdes que contribuem para um manejo integrado mais seguro de pragas e práticas agrícolas ecologicamente corretas.

Também podemos citar como forte tendência a compatibilidade aprimorada com produtos biológicos. Com o uso crescente das biossoluções, o desenvolvimento de adjuvantes que melhorem o desempenho e a compatibilidade desses produtos pode ganhar importância.

Além, é claro, da crescente ênfase na sustentabilidade e na gestão ambiental para impulsionar o desenvolvimento de tecnologias com impacto ambiental reduzido.

Não podemos deixar de lado a temática dos avanços na tecnologia, como veículos aéreos agrícolas não tripulados (UAVs) e técnicas de aplicação, como drones, que estão influenciando o desenvolvimento de adjuvantes.

A integração da tecnologia nos métodos de aplicação de pesticidas está guiando esses produtos para novas fronteiras, melhorando as características e a eficiência da pulverização.

Por esse viés, tem ainda a tomada de decisão baseada em dados, proporcionada pelas novas tecnologias. A integração das informações e da aprendizagem automática na agricultura pode levar ao desenvolvimento de adjuvantes baseados em insights pautados em dados.

As ferramentas de apoio à decisão podem, então, recomendar soluções específicas com base em dados históricos, condições atuais e dinâmica das pragas.

Destaco o desenvolvimento de adjuvantes concebidos para enfrentar desafios específicos em diferentes condições climáticas, como temperaturas extremas, secas ou umidade elevada, que podem ser formulados para melhorar a resiliência e a fiabilidade das aplicações de pesticidas.

Os requisitos regulatórios para os adjuvantes também sofrerão mudanças nos próximos anos, principalmente para atender a requisitos de segurança e impacto ambiental.

Sem dúvida, o mercado de adjuvantes ainda tem mudanças a passar e muitos produtores a conquistar, especialmente no Brasil, que está sempre na vanguarda da adoção de ferramentas tecnológicas e eficientes.

Espera-se que as vendas saltem ainda mais a cada safra, impulsionadas pela necessidade de maior eficácia, agricultura sustentável e avanços. Paralelamente, as organizações que navegam nessas tendências podem se posicionar de forma eficaz no cenário de mercado em evolução.

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