Além das ações voltadas à segurança e ao entretenimento, o Governo do Paraná também está investindo em ciência e sustentabilidade no Verão Maior Paraná, que teve a sua programação aberta neste sábado (21).
São R$ 6,6 milhões destinados a projetos para incentivar a criação de peixes e ostras, impulsionando a economia do Litoral, e a transformação da casca de coco verde em subprodutos, gerando emprego e renda para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Para o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Bona, os investimentos refletem o compromisso do Governo do Estado com o saber científico e a sustentabilidade.
“São três projetos importantes e com ganhos econômicos para a população da região. Além disso, estamos na arena do Verão Maior Paraná com as sete universidades estaduais fazendo prestação de serviços ao cidadão, visando a popularização da ciência e mostrando o que é produzido nas nossas instituições de ensino superior do Paraná”, destacou.
Em uma parceria entre a Seti, a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), serão investidos R$ 3 milhões para impulsionar a maricultura, por meio do incentivo à produção de ostras. Serão beneficiados seis dos sete municípios do Litoral: Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Paranaguá e Pontal do Paraná, todos produtores de ostras do Estado.
Atualmente, os produtores paranaenses precisam buscar sementes de ostras em outros estados. Com o projeto, serão criados laboratórios para o desenvolvimento de técnicas e sistemas eficientes para produção de suas próprias sementes para fornecer aos produtores.
Isso irá facilitar o acesso, aumentar a produção e a renda familiar das comunidades, além de promover a sustentabilidade, uma vez que reduz a pressão da extração sobre as populações locais de ostras.
O projeto envolve eventos de capacitação, apoio no licenciamento ambiental das comunidades interessadas na produção sustentável de ostras, realização de oficinas para confecção de lanternas e travesseiros para cultivo em sistema long-line e travesseiros flutuantes; instalação de unidades de pesquisa e extensão e de Referência Tecnológica, entre outras ações.
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), ambos vinculados à Seab, também fazem parte do projeto.
Em 2023, o Paraná teve um Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) relacionado às ostras de R$ 3,2 milhões, com uma produção de 193 mil dúzias. Somente Guaraqueçaba e Guaratuba respondem, juntas, por 80% dessa produção.
A Fundação Araucária, vinculada à Seti, em parceria com a UFPR, investirá R$ 3 milhões para o desenvolvimento da aquicultura no Estado, em especial no Litoral.
Será produzido o peixe robalo, nativo da costa marinha brasileira e muito utilizado tanto na gastronomia quanto na pesca esportiva. O projeto terá início no primeiro semestre de 2025.
O robalo será reproduzido nos laboratórios do Centro de Estudos do Mar (CEM), da UFPR, em Pontal do Paraná. Neste projeto, os peixes são trazidos do mar e reproduzidos em laboratório.
Os primeiros alevinos serão levados às gaiolas nas baías do Litoral até chegarem ao peso comercial de 250 gramas a 300 gramas, quando poderão ser comercializados pelos maricultores parceiros a restaurantes especializados, por exemplo, estabelecendo assim uma cadeia produtiva.
Durante o processo, são necessários cuidados com a ancoragem das gaiolas, correntes marinhas, variações do ambiente e influência do cultivo nas regiões.
Assim, o projeto contará com o sistema de Aquicultura Integrada, no qual junto das gaiolas, outros cultivos que se alimentam dos resíduos da alimentação dos robalos entram em cena para garantir a sustentabilidade ambiental do projeto.
“O objetivo principal é implementar o Projeto Estratégico Blue Economy, que abre caminho para a integração de outros setores econômicos que utilizam os oceanos para além da aquicultura. Aqui estamos atendendo também uma demanda histórica de promoção de novas opções na região, atividades que são empreendedoras e com alto potencial de geração de novos empreendimentos, emprego e renda”, afirmou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.
Criado em 2017 pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), o projeto “Nossa Praia Mais Limpa e Sustentável” promove o reaproveitamento das cascas de coco verde na produção de fibras, casquilho e substratos.
A iniciativa visa a inclusão social e econômica de pessoas em situação de vulnerabilidade, gerando emprego e renda, principalmente na coleta seletiva durante a alta temporada e na produção de subprodutos ao longo do ano.
Aliado a isso estão os ganhos ambientais, com a correta destinação da casca do coco verde e evitando que ele seja levado ao aterro sanitário.
O investimento na iniciativa será de R$ 600 mil. Por meio de uma parceria com a Cooperativa Eco Pontal, as ações acontecerão de 20 de janeiro a 2 de fevereiro.
Serão três etapas principais: capacitação dos bolsistas e planejamento logístico, coleta e armazenamento do coco verde, e realização de oficinas para turistas.