As tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos às exportações alemãs estão reconfigurando o comércio global e podem abrir novas oportunidades para o Brasil, especialmente para as indústrias do Paraná e de Santa Catarina.
Na Alemanha, setores estratégicos, como o automobilístico, de máquinas industriais e produtos químicos, estão entre os mais impactados. De acordo com o US Census Bureau, a Alemanha importou cerca de 71 milhões de euros dos EUA em 2023.
As imposições comerciais americanas à União Europeia tendem a reduzir o fluxo comercial com a Alemanha, reordenando cadeias globais e abrindo espaço para novos fornecedores.
Segundo Bruno Carvalho de Abreu, Diretor de Vendas e Marketing da Bermo, “essas tarifas aumentam os custos de exportação para as empresas alemãs, tornando seus produtos menos competitivos no mercado americano. Com isso, o Brasil pode se beneficiar, pois o país tem potencial para atender parte dessa demanda, especialmente em setores como agronegócio, produtos químicos e maquinário industrial”.
Bruno Abreu destaca que os estados do Paraná e Santa Catarina possuem setores que se destacam pela capacidade de exportação e qualidade dos produtos.
“O agronegócio, com a produção de soja, carnes e café, além de indústrias têxteis, de bebidas e de maquinário, pode ganhar espaço no mercado alemão”, explica. Ele reforça que esse movimento comercial exige planejamento estratégico e adaptação às exigências europeias. “As empresas brasileiras precisam investir em diferenciação e qualidade, além de buscar certificações que comprovem práticas sustentáveis e alinhadas às demandas internacionais”, completa o executivo.
Para atender a essa demanda, Abreu recomenda que as empresas do Sul do Brasil invistam em:
- Certificações internacionais, com foco em qualidade e sustentabilidade;
- Parcerias estratégicas, especialmente com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha do Paraná, para facilitar a entrada no mercado alemão;
- Inovação tecnológica e eficiência logística.
“A abertura desse mercado é uma grande oportunidade, mas exige preparação. É fundamental investir em inovação, eficiência e na construção de relacionamentos com parceiros alemães”, finaliza Bruno Abreu.
Além das oportunidades com a Alemanha, as mudanças no comércio global também favorecem o Brasil em relação aos Estados Unidos.
Com a busca americana por fornecedores alternativos, o Brasil pode ampliar suas exportações em setores estratégicos, como agronegócio, energia sustentável e produtos industriais, fortalecendo sua posição no mercado norte-americano.
A AHK Paraná tem um papel essencial neste cenário, promovendo rodadas de negócios, missões empresariais e facilitando parcerias entre empresas brasileiras e alemãs.
“Por meio de sua rede de associados e parcerias internacionais, a Câmara fortalece o intercâmbio comercial, abrindo caminhos para novos contratos e investimentos entre os dois países”, finaliza Augusto Michells, gerente regional da AHK.
