Por Reynaldo G. Júnior e Marco Stoppa, diretores da Reymaster Materiais Elétricos
Empresas de qualquer porte, das mais variadas atividades econômicas, têm um dever de casa: implantar Agenda ESG (Environment, Social and Governance) ou Meio Ambiente, Social e Governança em bom português.
Dizemos que é um dever de casa porque aderir à Agenda ESG não é uma mera questão de escolha, de querer ou não querer. É um dever mesmo – um dever com a sociedade, com o planeta.
E, de quebra, faz bem para o negócio, visto que o mercado e os consumidores, cada vez mais, exigem e valorizam as organizações comprometidas com a sustentabilidade.
Sabemos que incorporar essas práticas não é um processo fácil, nem feito do dia para noite. Não há um momento em que paramos e dizemos: “Pronto, Agenda ESG concluída com sucesso”. É um processo contínuo e exige comprometimento, planejamento e regularidade na implementação das práticas dentro da empresa.
Um estudo da Beon ESG e Aberje, denominado, “A maturidade ESG nas empresas brasileiras: avanços e desafios”, com dados recentes, do último ano (2024), mostra que apenas 20% das organizações publicam relatório de sustentabilidade, e que só 27% dispõem de avaliação de materialidade das práticas empregadas.
Em contrapartida, o mesmo estudo sinaliza que nos últimos anos o engajamento das empresas com ESG vem em ascensão.
A letra “S”, de Social, é a que concentra a quase totalidade das ações. O conceito de responsabilidade social está na cultura das empresas há muito tempo, bem antes do surgimento da Agenda ESG. No Brasil, tivemos a ascensão, nos anos 1990, de práticas de responsabilidade social empresarial, fomentadas pelo terceiro setor.
Antes, a responsabilidade social voltava-se à promoção de necessidades básicas às pessoas. Iniciativas de contrapartida social, ações de formação, campanhas de combate às desigualdades estão na origem.
Hoje, para além dessas, vemos a promoção da igualdade étnico-racial e o respeito às diversidades.
Para o pilar Meio Ambiente, as emergências climáticas acenderam o sinal de alerta. Desse modo, se ampliam exemplos de organizações com medidas de mitigação ou mesmo eliminação de impactos.
Certificações que atestam práticas sustentáveis estão aí para estimular e reconhecer as empresas de fato comprometidas com a sobrevivência do planeta.
No que diz respeito à Governança, há a necessidade de autocrítica, olhar para dentro da corporação. Por isso talvez seja o mais complexo.
Exige mudança de cultura e a quebra de paradigmas. Encontrar o equilíbrio entre preservação da história e da identidade da empresa e, ao mesmo tempo, adotar princípios, estruturas e processos que gerem valor sustentável, é uma das tarefas mais complicadas.
A Agenda ESG demanda consciência, arregaçar as mangas e resiliência para prosseguir, mesmo sabendo que os resultados não são imediatos, e nem sempre mensuráveis. Entretanto, o retorno vem. Se você ainda não começou, vale o ditado: “Nunca é tarde”. Se já está implementando: Parabéns!