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Como incorporar novas tendências sem comprometer a identidade da marca

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Foto: Pexels

A pressão para inovar é constante em praticamente todos os setores. Novas tecnologias, formatos de comunicação e modelos de negócio surgem a cada ano, mas a adoção desenfreada de tendências pode resultar em perdas de identidade e de conexão com o público.

Baseado em uma pesquisa da Deloitte 2025 Global Marketing Trends, Rafael Ribas especialista em marketing de produto aponta que 75% dos clientes informam que têm mais probabilidade de comprar uma marca que entrega produtos personalizados.Isso mostra o quanto a coerência entre inovação e essência é determinante para o sucesso das organizações.

O desejo de “estar à frente” muitas vezes se choca com o receio de descaracterizar o que foi construído ao longo dos anos. De acordo com o Edelman Trust Barometer, 60% dos consumidores deixam de comprar de marcas que consideram incoerentes em relação à proposta de valor que divulgam.

Esse contraste evidencia a importância de avaliar se determinada tendência realmente contribui para reforçar o DNA da empresa ou se pode enfraquecê-lo.

“As marcas que conseguem evoluir sem perder de vista o que as torna únicas saem na frente. O cliente sente quando o discurso e a prática caminham juntos,” comenta Rafael Ribas.

Uma marca se consolida por meio de valores, narrativas e símbolos que criam conexão emocional com o público. O relatório Salesforce State of Marketing reforça que 88% dos profissionais de marketing consideram a consistência de marca fundamental para garantir uma experiência coesa e de confiança aos clientes.

Manter a autenticidade, portanto, é essencial para sustentar relacionamentos de longo prazo.

Pesquisas de mercado realizadas pela Salesforce mostram que 73% dos consumidores esperam de suas marcas preferidas uma mensagem clara e coerente em todos os pontos de contato.

Quando uma empresa abandona ou altera bruscamente esses elementos (cores, tom de voz, posicionamento), corre o risco de tornar-se irrelevante ou até de gerar desconfiança. O público já “compra” não apenas o produto, mas também a história e os valores que a marca carrega.

1. Revisitar o propósito

Avaliar se cada inovação reforça ou contradiz a missão principal do negócio. O Deloitte Global Marketing Trends aponta que 61% das empresas que integram novas soluções guiadas pelos valores centrais geram maior fidelidade nos consumidores.

2. Mensurar o fit entre tendência e marca

Antes de mergulhar em um conceito emergente, pesquisar o impacto em diferentes áreas — como produto, atendimento e comunicação.

Um estudo da McKinsey & Company sobre transformação digital mostra que projetos-piloto ou testes de conceito reduzem em até 30% o risco de fracasso em inovações, justamente por permitir ajustes iniciais.

3. Comunicar internamente

A equipe precisa entender o porquê das mudanças. De acordo com a Edelman, companhias que investem em comunicação interna constante mantêm colaboradores alinhados à cultura e reduzem falhas de execução no momento de implementar novidades.

4. Integrar o novo ao storytelling

Mudanças de posicionamento ou ajustes visuais devem estar amarrados a uma narrativa contínua.

O Salesforce State of Marketing indica que campanhas de storytelling bem alinhadas ao DNA da empresa aumentam o engajamento em 24% nas redes sociais, pois o público percebe autenticidade na evolução da marca.

Além de evitar perdas de credibilidade, a adoção de tendências alinhadas à essência pode gerar ganhos reais. Segundo a Kantar BrandZ, marcas com posicionamentos fortes e atualizados consistentemente apresentam crescimento médio 12% superior em valor de marca em comparação àquelas que mudam de direcionamento de forma errática.

“Em vez de simplesmente aderir a qualquer novidade, as marcas mais bem-sucedidas inserem essas tendências dentro de uma visão de longo prazo. O cliente reconhece a evolução e permanece engajado, pois percebe coerência nos passos que a empresa dá,” destsca Rafael Ribas.

Inovar não é uma opção, mas uma necessidade para sustentar a competitividade no mercado. Ainda assim, a identidade construída ao longo do tempo não pode ser sacrificada em nome de tendências passageiras.

Relatórios recentes de organizações como Deloitte, Salesforce, Edelman e Kantar indicam que a chave do sucesso está em avaliar criteriosamente o que se encaixa ou não no propósito, comunicar as mudanças de forma transparente e integrar cada novidade ao storytelling da marca.

A recompensa surge em forma de fidelidade do público, crescimento sustentável e fortalecimento do vínculo emocional com os consumidores. Em um cenário em que a confiança é cada vez mais valiosa, manter a autenticidade enquanto se adapta às transformações do mercado se torna o grande diferencial competitivo.

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