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Clima na empresa e saúde do trabalhador: o que muda a partir de maio 

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Foto: SeventyFour de Getty Images/Canva

A norma  que regulamenta as diretrizes de Segurança e Saúde no Trabalho (NR1)  e define requisitos para o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais – vai exigir que as empresas adotem ações efetivas no mapeamento e controle dos riscos psicossociais, a partir de maio de 2025. (Portaria MTE nº 1.419/2024).

(Sei que você empresário/empreendedor: mais uma norma para seguir…pois é…contudo o cenário pede este cuidado.)

O adoecimento psíquico, embora subjetivo e não sendo um risco novo, tem se tornado mais evidente nos ambientes corporativos. Segundo dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) de 2024, os afastamentos por doenças mentais cresceram 38% em um ano. 

“A partir de maio será obrigatório o monitoramento, a identificação e, principalmente, a definição de medidas para reduzir a incidência dos riscos psicossociais”, destaca César Kawakami, médico do trabalho e CEO  Issat (Instituto de Saúde e Segurança do Trabalhador) de Cascavel.

Mas na prática: o que vai mudar? 

As empresas serão obrigadas, a partir de agora, a adotar medidas preventivas para proteger a saúde mental dos colaboradores. O monitoramento, por parte da empresa, terá que ser regular, sob risco de penalidades.

O grande desafio é encontrar medidas de monitoramento, uma vez que cada empresa traz inúmeras particularidades.

Afinal, o que são riscos psicossociais?

São fatores que impactam diretamente a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores. Estão divididos em três grupos:

– Fatores organizacionais: sobrecarga de trabalho, falta de autonomia, insegurança no emprego.

– Fatores sociais: assédio, conflitos interpessoais, ausência de suporte da equipe.

–  Fatores ambientais: ruído excessivo, ergonomia inadequada.

E muitos destes fatores que buscam o bem estar da equipe tem interface com o clima organizacional – um termômetro que não pode ser ignorado.

E engana-se quem pensa que clima dentro de uma empresa se constrói apenas com e-mails bonitinhos e festa de aniversariantes do mês (eles têm seu valor, mas é preciso ir além!). 

Clima organizacional é a percepção coletiva das pessoas sobre o ambiente de trabalho: as relações interpessoais, a qualidade da gestão feita pelos líderes, os processos de comunicação, o reconhecimento, as condições físicas e emocionais.

E um clima empresarial com traços satisfatórios reflete no bem estar da equipe. 

Comunicação é pilar do clima

Uma empresa que valoriza processos de comunicação e os mantém estruturados fortalece o negócio e as relações estabelecidas dentro e fora dele. 

Tanto os canais oficiais de comunicação da empresa, com conteúdo específico sobre as ações da mesma, assim como a comunicação interna, entre a equipe/setores, entre líder e liderado são fundamentais para a construção de um clima agradável e seguro de trabalho. 

Feedbacks frequentes, regras bem definidas, combinados respeitados e reuniões que mantenham todos atualizados sobre projetos e metas são “soluções simples”, que exigem tempo, dedicação e consistência, e mostram resultados positivos para a saúde emocional da instituição e da equipe.

Além disso, uma ferramenta amplamente usada no ambiente corporativo é a pesquisa de clima organizacional, indicador que traz respostas para muitas das medidas que as empresas podem tomar para novas ações.

É uma reação em cadeia:

. Clima saudável  

. Comunicação clara e humanizada

. Pessoas tendem a se sentir mais satisfeitas

. Maior sensação de segurança e bem-estar

. Melhor desempenho e produtividade.

Fato é, que a discussão do monitoramento dos riscos psicossociais previstos na NR 1, ainda é preliminar. Há muito a ser analisado e estudado a fim de encontrar medidas cabíveis de análise conforme o segmento empresarial, o porte da empresa, o perfil do público, dentre outras particularidades. 

Cabe observar que, embora todos estejam envolvidos em prol do olhar econômico/financeiro do negócio, em praticamente todos os casos, são pessoas produzindo e resolvendo problemas para pessoas. O foco é humano. O cuidado também deve ser. 

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Jornalista especialista em mídias digitais, negociação empresarial e Comunicação e Expressão.

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