Controlar o fluxo de caixa é um dos maiores desafios enfrentados por micro e pequenos empresários no Brasil. Segundo o economista Noé Santiago, especialista em crédito empresarial e fundador da Anidea, uma gestão financeira inadequada está entre as principais causas de fechamento precoce de negócios no país.
Dados do Sebrae mostram que quase 50% das pequenas empresas encerram suas atividades antes de completar quatro anos, sendo que 39% dos casos estão relacionados à falta de entendimento sobre capital de giro.
“É essencial que os pequenos empreendedores entendam o fluxo de caixa como uma ferramenta estratégica, e não apenas uma formalidade contábil”, afirma Santiago.
Ele explica que o fluxo de caixa é o registro das movimentações financeiras da empresa, projetando entradas e saídas de dinheiro.
“Esse controle permite não apenas evitar surpresas desagradáveis, mas também planejar investimentos e identificar oportunidades de crescimento”, completa.
Para empresas que enfrentam sazonalidade ou dificuldades para manter o fluxo de caixa positivo, o crédito pode ser um grande aliado.
Noé Santiago aponta que linhas de crédito bem estruturadas oferecem vantagens como capital de giro imediato, flexibilidade nos pagamentos e a possibilidade de aproveitar oportunidades estratégicas, como aquisição de novos equipamentos ou ampliação de estoque.
“Por exemplo, em momentos de alta demanda, como Natal ou Dia das Mães, o crédito pode viabilizar a compra antecipada de mercadorias sem comprometer as finanças do período seguinte. Com planejamento, essa ação se transforma em lucro”, ressalta Santiago.
No entanto, o economista adverte que o crédito deve ser usado com cuidado.
“O ideal é buscar linhas de crédito com taxas de juros compatíveis ao retorno esperado e integrá-las ao planejamento financeiro da empresa, para que o recurso se torne uma ferramenta de expansão, e não uma armadilha.”
Santiago também compartilha estratégias para pequenos empresários otimizarem suas finanças com o auxílio do crédito:
1. Planejamento financeiro rigoroso: Tenha clareza sobre as receitas, despesas e prazos de pagamento. Isso evita a necessidade de recorrer ao crédito emergencial, que geralmente possui taxas mais altas.
2. Crédito com garantia de imóvel: Essa modalidade de crédito é ideal para empresas que demandam por um crédito barato e com prazos mais longos. Com essa combinação, pequenos empreendedores conseguem desafogar o caixa, e ter acesso a mais crédito do que conseguiriam em outras modalidades.
3. Negociação com fornecedores: Linhas de crédito podem ser usadas para obter melhores condições de pagamento com fornecedores, aumentando a margem de lucro.
Embora o foco do economista seja ajudar os pequenos empresários a realizar seus sonhos, Santiago destaca que a Anidea, sua empresa de consultoria, atua como parceira na organização financeira.
“Na Anidea, nosso objetivo é simplificar a gestão financeira para que o empreendedor possa focar no que realmente importa: fazer o negócio crescer”, explica.
Dados do Mercado Pago apontam que 27% do PIB brasileiro é gerado por micro e pequenas empresas. Apesar dos desafios, o economista acredita que com as ferramentas certas, o pequeno empresário pode reverter cenários desfavoráveis.
“Mais do que nunca, o crédito deixou de ser apenas um recurso financeiro e se tornou um mecanismo de transformação. É possível crescer com sustentabilidade e planejamento”, finaliza Noé Santiago.
Pequenos empreendedores que desejam melhorar sua gestão financeira e explorar novas possibilidades devem começar pela organização do fluxo de caixa, transformando dados em decisões estratégicas. O caminho para o crescimento está ao alcance, desde que bem planejado.
