Por Cristiano Buss, CEO da Teletex
Os conflitos são presentes em todos os ambientes, pois sempre que houver a convivência entre um grupo de pessoas, inevitavelmente haverá divergências de ideias, objetivos e opiniões.
Os gestores geralmente veem os conflitos como sinônimo de problema, mas, na verdade, eles sempre estarão presentes e a melhor postura é a de aprender a resolvê-los, pois além de inevitáveis, as divergências podem ser construtivas.
O primeiro passo é entender a raiz do problema. É uma questão de comunicação? Diferenças de opinião? Problemas pessoais? Quanto mais claro for o motivo do conflito, mais fácil será encontrar uma solução.
Se algum colaborador estiver envolvido em algum tipo de conflito com outro, é hora de colocar em prática de que a comunicação clara e precisa é sempre o melhor caminho para resolução de problemas.
Muitas vezes, basta colocar em prática a escuta, ou seja, ambos serem ouvidos com atenção e zelo. Às vezes, tudo o que precisamos é sentirmos acolhidos e ouvidos.
Por mais desafiador que um conflito possa ser, é preciso manter a calma. A respiração profunda ajuda a acalmar a mente e o corpo, reduz o estresse, melhora a concentração, aumenta a energia e equilibra as emoções. Vale lembrar: o objetivo é resolver o problema, não criar mais um.
É válido convidar a outra pessoa para uma conversa franca e aberta; expor seus pontos de vista com clareza e respeito; estar aberto para ouvir o que o outro tem a dizer, tentando encontrar soluções que possam atender aos dois lados.
Para isso, em vez de focalizar no problema, é preciso concentrar-se em encontrar soluções. Brainstorming é uma ótima ferramenta para gerar ideias criativas e encontrar um ponto de equilíbrio que funcione a todos.
Não devemos evitar conversas difíceis, pois elas fazem parte das equipes de alta performance e da maturidade profissional. Como é impossível o consenso 100% do tempo, cada parte deve sempre colocar seu ponto de vista e a decisão final deve refletir a opinião dos participantes.
Tomo como base aqui o livro “Os 5 Comportamentos das Equipes Coesas” de Patrick Lencioni, e a parte de conflitos é um dos cinco comportamentos essenciais de equipes eficazes e coesas.
Neste contexto, não é algo negativo, como muitas vezes é visto no ambiente corporativo. Pelo contrário: Lencioni argumenta que conflitos produtivos são fundamentais para o crescimento e sucesso das equipes. O que ele defende é a importância de permitir e encorajar conflitos saudáveis, francos e construtivos.
No modelo de Lencioni, os conflitos são uma oportunidade de abraçar o desacordo de forma saudável, com foco em ideias, e não em ataques pessoais. Equipes coesas não têm medo de discutir, debater e até confrontar uns aos outros, pois sabem que isso é parte do processo para alcançar os melhores resultados.
É preciso analisar a situação, identificar os erros e acertos, e usar a experiência para lidar melhor com situações semelhantes no futuro.
As discussões de conflitos saudáveis são sempre feitas de forma respeitosa. Lembrando que o equilíbrio emocional é a capacidade de lidar de forma saudável com as emoções, sejam elas positivas ou negativas.
Significa ter controle sobre os sentimentos, não deixando que eles dominem a vida da pessoa. Quando um colaborador está emocionalmente equilibrado, ele é capaz de enfrentar os desafios do dia a dia com mais serenidade, lidar melhor com o estresse e manter relacionamentos saudáveis.
Para atingir o bem-estar emocional é importante desenvolver a inteligência emocional. Trata-se da capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções e, de certa forma, as emoções dos outros.
Não é fácil, mas a inteligência emocional é o meio mais efetivo para aprender a lidar com a raiva, a tristeza, o medo e a ansiedade de forma construtiva.
Mas essa habilidade não é adquirida da noite para o dia, é uma construção, pois exige prática, dedicação e paciência. É uma jornada contínua de autoconhecimento e autocuidado.