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Brasil estaciona em ranking de startups; Curitiba tem pior resultado desde 2020

Ranking global de startups Economia PR
Foto: vgajic / Getty Images Signature

O Brasil manteve a 27ª posição no Global Startup Ecosystem Index 2025, ranking global de startups da plataforma StartupBlink que analisa ecossistemas de inovação em mais de 100 países e 1.000 cidades. É o terceiro ano consecutivo em que o país aparece nesta colocação, o que evidencia uma certa estabilidade — mas também estagnação — em relação ao cenário internacional.

Apesar de contar com polos relevantes e unicórnios mundialmente conhecidos, como Nubank, iFood e QuintoAndar, o Brasil ainda está distante dos líderes do ranking: Estados Unidos, Reino Unido, Israel e Canadá. Esses países seguem dominando os principais indicadores de maturidade, investimento, internacionalização e geração de exits bilionários.

A edição de 2025 do relatório trouxe novidades, como o Crescimento Anual do Ecossistema, que compara os dados dos dois últimos anos para avaliar a evolução dos ambientes de inovação.

O cálculo leva em conta a pontuação total obtida em 2024 e 2025, considerando desde o surgimento ou fechamento de startups até a atuação de hubs, alterações no algoritmo e peso de cada variável ao longo do tempo.

Além disso, o relatório agora apresenta dados estratégicos por país: investimento total em 2024, taxa de crescimento anual, setor de maior destaque, número de unicórnios, exits acima de US$ 1 bilhão desde 2015 e quantidade de startups aceleradas pela Y Combinator.

No Brasil, o destaque setorial vai novamente para as fintechs, com o país ocupando a 17ª posição global na vertical — sua melhor colocação entre os setores analisados.

Curitiba perde força no ranking global de startups e tem pior resultado desde 2020

No recorte brasileiro, São Paulo segue como o principal polo de startups, liderando com ampla vantagem. O resultado da capital paulista é 8 vezes maior que o segundo colocado nacional.

Curitiba, por sua vez, sofreu um revés significativo: caiu da 137ª para a 149ª posição global, uma queda de 12 posições, e registrou seu pior desempenho desde 2020. A capital paranaense teve ainda a menor taxa de crescimento entre as dez principais cidades brasileiras: apenas 8%.

Apesar disso, a cidade ainda se destaca em nichos específicos. Sua melhor performance setorial foi registrada em Sales Tech (tecnologia para vendas), com a 22ª colocação global. O desempenho mostra a capacidade de especialização de Curitiba, mesmo diante de um cenário mais desafiador.

Além disso, a cidade permanece entre as mais bem colocadas do Brasil, superando capitais como Belo Horizonte, Porto Alegre, Florianópolis e Brasília, embora tenha sido ultrapassada pelo Rio de Janeiro no ranking nacional, que assumiu a segunda posição nacional.

Para o prefeito Eduardo Pimentel, a força do ecossistema curitibano reside na cooperação entre diferentes atores da inovação:

“Curitiba venceu todos os principais prêmios de Smart City recentemente, e isso só foi possível graças a um ecossistema de inovação vibrante. Nossas startups, empresas de tecnologia, universidades e hubs de inovação reunidos ao longo do Vale do Pinhão trabalham juntos nessa transformação. Estamos ansiosos para continuar esse movimento e melhorar a cidade para cada empresa e cada cidadão.”

Outras paranaenses também se posicionaram entre as mil cidades analisadas: Maringá, ao despencar 30 posições em relação ao ano passado, aparece em 760º lugar. Já Londrina ganhou 23 colações, chegando ao 884º lugar mundial.

Perspectivas e desafios

A performance do Brasil no índice mostra um ambiente resiliente, mas ainda distante de seu verdadeiro potencial. A burocracia, os impostos, a instabilidade jurídica e a escassez de capital para startups em estágio inicial continuam sendo obstáculos recorrentes.

Por outro lado, há avanços notáveis em algumas regiões e setores, impulsionados por programas como o InovAtiva Brasil, StartOut Brasil e ações locais como as desenvolvidas pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação.

Para que o Brasil — e o Paraná — avancem no ranking nos próximos anos, será preciso mais do que inovação: será necessário visão de longo prazo, investimento contínuo e políticas públicas que sustentem o ecossistema como um ativo estratégico para o desenvolvimento econômico.

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