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Desafios da gestão de saúde para empresas foi o tema do Fórum LIDE Paraná

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Fórum LIDE Paraná Economia PR
Foto: Rubens Nemitz Jr

Encontrar o equilíbrio entre o bem-estar de colaboradores e a sua disponibilidade e produtividade no ambiente de trabalho se tornou um dos principais desafios das empresas atualmente. O tema, inclusive, aparece em destaque na pesquisa Global Human Capital Trends 2025, coordenada pela consultoria Deloitte. Para abordar este assunto sob a perspectiva de líderes, médicos, gestores de planos de saúde, health techs, entre outros, o Fórum LIDE Paraná de Saúde e Bem-Estar foi realizado na manhã desta terça-feira, na sede da Associação Médica do Paraná, em Curitiba.

“Nossa ideia é entender o impacto da saúde em nossas organizações, analisando questões de custos e benefícios para termos mais produtividade e pessoas mais felizes trabalhando conosco”, afirmou a presidente do LIDE Paraná, Heloisa Garrett.

A iniciativa foi estruturada em dois painéis: a temática “Ecossistema de Cuidados” abriu os trabalhos, seguindo para o tema “Saúde Mental no Ambiente Corporativo”.

Entre as apresentações, o médico e palestrante Dr. José J. Camargo fez uma fala magna sobre “Humanidade na Saúde”, aprofundando o impacto da inteligência artificial no fazer médico.

Um ecossistema de cuidados

É comum que se observe o sistema de saúde apenas na relação médico e paciente, mas é preciso ir além para tornar esta operação mais assertiva e econômica.

“Nosso desafio é enxergar o benefício de saúde mais do que uma obrigação. Qualquer um pode enfrentar uma doença em sua vida e quer estar amparado para se cuidar com mais força para executar o trabalho com dignidade”, afirma Marcos Scaldelai, diretor-executivo da SafeCare, que atua na gestão de 360º em saúde.

Scaldelai defende que o papel das empresas é promover uma abordagem integrada em saúde, focada em prevenção, cuidado com as pessoas e eficiência financeira.

Esse olhar auxilia os gestores a encarar problemas recorrentes do mercado de trabalho que interferem na produtividade e no desempenho econômico, como a sinistralidade e o absenteísmo, com estratégias multidisciplinares.

O CEO do Eco Medical Center, Cássio Zandoná, ressaltou o propósito do surgimento do empreendimento: a centralização do atendimento.

“O sistema de saúde é descentralizado por natureza: consulta em um local, exame em outro e a liberação pelas fontes pagadoras. Nosso propósito é unificar o atendimento para valorizar um dos nossos bens mais importantes: o tempo”, disse.

Essa gestão se volta não apenas aos pacientes, mas também aos médicos e às fontes pagadoras.

“Oferecemos funcionalidades para o médico aprimorar a gestão de clínicas. Ao contrário do que se imagina, monitoramos o histórico do paciente para que o especialista conheça as informações de sua especialidade e gerais para definir a conduta médica. Com isso, queremos reduzir o excesso de exames e pedidos, melhorando a sustentabilidade do setor com qualidade e integração”, ressaltou.

Prestes a completar três anos, o Eco Medical Center se baseia no tripé conveniência, integração e qualidade.

O diretor-executivo da Paraná Clínicas, Eduardo Jorge, apresentou o Programa Afeto, que visa assegurar um atendimento especializado para pacientes com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“Trata-se da criação de uma estrutura de atendimento exclusiva para o TEA, que visa fazer a reintegração social das crianças em um projeto terapêutico definido, com diagnóstico correto e acolhimento aos pais”, ressalta.

Isto permite à operadora cumprir os marcos regulatórios estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) relativos à enfermidade e superar as dificuldades, como a ineficiência de diagnósticos, a falta de planejamento das abordagens de tratamento e a orientação adequada aos pais.

“Nós temos também que pensar na sustentabilidade e em como fazer este controle. A redução de custos dos pacientes do Projeto Afeto ficou em torno de 28%”, afirmou Jorge.

NR1 e os riscos psicossociais

Uma das novidades recentes que impacta as empresas foi a inclusão dos riscos psicossociais dentro da Norma Regulamentadora 1, cujo início de vigência foi estendido para maio de 2026 para que haja mais tempo para ajustes.

A NR1 foi tema das apresentações da psicóloga, CEO e head de Saúde Mental e Qualidade de Vida da Apta, Nazareth Ribeiro, e da auditora chefe do Ministério do Trabalho, Viviane de Jesus Forte.

Nazareth defendeu que, quando as empresas priorizam a saúde mental, reduzem custos, aumentam a produtividade e fortalecem a cultura organizacional. Ela citou o aumento de 47% dos casos de burnout após a pandemia, que colocaram o Brasil como o segundo país do mundo em incidência da doença.

“Uma liderança ativa pode reduzir isso em 70%, o que vai interferir no absenteísmo e melhorar o Retorno sobre Investimento (ROI) de programas de saúde preventiva”, explicou.

Viviane contextualizou o desenvolvimento da NR1 em um formato tripartite, com a participação de representantes dos empresários, dos trabalhadores e do governo.

“Entendemos que o texto fica mais bem elaborado e condizente com as necessidades do setor e atividade econômica. Nós precisamos desenvolver uma cultura de prevenção no Brasil. As empresas devem fazer a gestão de todos os seus riscos, incluindo os psicossociais”, afirmou.

O papel do médico

As complexidades de gestão e as novidades no tratamento e atendimento de pacientes afetam também a carreira e a rotina dos médicos.

A perspectiva dos profissionais foi apresentada pelo instrutor do Centro de Simulação Clínica da PUCPR, Ricardo Gullit, que mostrou os desafios de médicos recém-formados de se integrar ao mercado e daqueles já consolidados em se manter atualizados.

A expectativa é que esse trabalho se torne mais simples com a plataforma Acelera Carreira Médica.

“Em nosso ecossistema, o profissional encontra ferramentas para lidar com diversos problemas: do atendimento em si a um familiar descontente com a assistência, incluindo questões de gestão dos negócios e relacionadas à própria carreira, para que seja sustentável e feliz”, afirma Gullit.

Além dos dados e informações dos painéis, o Fórum LIDE Paraná de Saúde e Bem-Estar contou ainda com a palestra magna do médico e palestrante José J. Camargo, membro titular da Academia Nacional de Medicina.

O profissional abordou o papel do médico em um mundo com cada vez mais capacidade técnica e conhecimento científico, potencializado pela inteligência artificial.

“Apesar de todas essas conquistas brilhantes, os pacientes idosos falam com nostalgia dos médicos de antigamente. Em algum lugar, nós perdemos a conexão. Ignorar que a conquista emocional dos pacientes depende de pequenos detalhes é um erro grosseiro”, disse, mencionando a necessidade do toque humano e do exame físico, que é o ritual que fortalece a relação médico e paciente.

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O LIDE – Grupo de Líderes Empresariais é uma organização privada que conecta executivos de diversos setores para promover o desenvolvimento econômico, social e a governança ética. No Paraná, é presidido pela jornalista Heloisa Garret e atua integrando empresas locais a grandes corporações nacionais e internacionais por meio de eventos e fóruns, funcionando como uma rede exclusiva de networking, conteúdo e geração de negócios.

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