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Movimento “Elas São Tech” ganha força e amplia adesões no PR

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Foto: Divulgação

O setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) é sinônimo de inovação, velocidade e disrupção. Mas, quando o assunto é equidade de gênero, o ritmo ainda está aquém do desejado.

Segundo o Relatório de Diversidade de Gênero no Setor de TIC, divulgado pela Brasscom, entre 2020 e 2023, a participação feminina na área cresceu 7,7% ao ano — um avanço superior aos discretos 1,5% registrados entre os homens.

Ainda assim, as mulheres ocupam apenas 39% das vagas, frente aos 61% ocupados por homens.

Avanços importantes, mas ainda distantes de romper a histórica barreira que limita a presença feminina nas cadeiras de comando e nas linhas de código.

É justamente nesse contexto que nasce — e se consolida — o Elas São Tech, um movimento que vai além da militância para se estabelecer como rede de apoio, negócios e, sobretudo, de visibilidade para mulheres que ousam ocupar esse território tradicionalmente masculino.

Criado no Paraná, em novembro de 2024, como um braço do tradicional Coffee Time, encontro promovido pela Assespro-PR — entidade que representa as empresas de tecnologia no Estado —, o Elas São Tech rapidamente evoluiu de evento para movimento, com propósitos claros: colocar as mulheres no centro da narrativa e convidar a todos — sim, todos, inclusive os homens — a se engajarem nesta transformação.

“O embaixador ou embaixadora se conecta com a causa, fomenta o tema, gera conteúdos, participa ativamente dos eventos e, acima de tudo, abraça o grupo de forma genuína”, explica Raquel Uchôa Moreira, diretora de Mulheres na TI da Assespro-PR e uma das idealizadoras da iniciativa.

O convite está aberto: qualquer pessoa ou empresa pode se tornar um embaixador oficial do movimento. E o papel vai muito além do simbólico: significa apoiar financeiramente, emprestar a marca e o prestígio e, em troca, receber um selo digital, certificado, acesso exclusivo aos eventos e — talvez o mais relevante — integrar um ecossistema ativo de lideranças, negócios e oportunidades.

“É uma troca que fortalece todo um ecossistema integrado de empresas e empreendedores parceiros da mesma causa”, reforça Raquel.

Em 2025, o movimento amplia ainda mais sua atuação: deixa de ser um espaço exclusivamente feminino e adota um caráter transversal. O mote agora é o protagonismo compartilhado — mulheres liderando, mas lado a lado com homens comprometidos com a transformação da cultura corporativa no setor de tecnologia.

“Estamos muito mais com um aspecto do tipo ‘Elas para Todos’, por envolver um grupo maior de entusiastas e apoiadores da causa. Isso é muito positivo”, comemora Raquel.

A estratégia é clara: enquanto os indicadores mostram que o avanço é gradual, o Elas São Tech aposta na mobilização comunitária para acelerar mudanças, conectar lideranças e inspirar novas gerações de profissionais a ocuparem espaços com mais diversidade, inovação e impacto.

Para Adriano Krzyuy, presidente da Assespro-PR, iniciativas como o Elas São Tech reforçam a importância da inclusão e da necessidade contínua de ampliar esse debate.

“Na Assespro-PR, sempre tivemos muita liberdade e alegria em compartilhar cargos de liderança com executivas. As mulheres estão à frente do tempo, são organizadas, líderes, entusiastas, capazes de enormes conquistas. Somos parceiros, agora e sempre, de toda a jornada pelo lugar da mulher — que, na verdade, é onde ela quiser, da forma que quiser, com qualidade e muita competência”, destaca.

“Não basta falar sobre diversidade; é preciso transformar a diversidade em valor concreto para o setor”, completa Raquel.

Enquanto a indústria busca superar um passivo histórico, quem se aproxima do Elas São Tech encontra um movimento pronto para fazer a diferença — não apenas para quem já está na área, mas para quem ainda virá.

Neste ano, temas relevantes já foram colocados em pauta, como a aplicação da NR 01 nas empresas de tecnologia (a norma define as disposições gerais de segurança e saúde no trabalho no Brasil) e os desafios tecnológicos para indústrias de pequeno e médio porte.

Para se tornar um embaixador, basta sinalizar o interesse inicialmente, respondendo ao questionário preparado pela organização, para pessoas físicas e para empresas. Um contato será feito posteriormente para dar sequência ao processo.

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