Na corrida pela inovação que transforma realidades e melhora a vida nas cidades, o Pitch Vale do Pinhão 2025 chega à sua sexta edição com força total.
Realizado em Curitiba pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, o programa selecionou 12 startups com soluções tecnológicas alinhadas a impacto social, sustentabilidade e desenvolvimento urbano.
Conheça as finalistas:
- Brainzz – Maquetes digitais inteligentes que transformam a experiência de venda no setor imobiliário.
- Caçamba do Bem – Reaproveitamento de resíduos da construção civil com foco em sustentabilidade urbana.
- Go Scope – Câmeras endoscópicas portáteis para diagnósticos médicos mais acessíveis e ágeis.
- Grupo Keep – Soluções digitais para antecipação e auditoria de recebíveis, voltadas ao varejo.
- Icapiedu – Chatbot educativo para prevenção ao bullying e promoção da saúde mental nas escolas.
- Investeendo – Plataforma de educação financeira gamificada voltada para jovens.
- IonycLeaf – Baterias sustentáveis de silício-enxofre, com alta densidade energética e foco ambiental.
- Mell.Ro – Garantidora digital de aluguel, com tecnologia para reduzir inadimplência e facilitar locações.
- Movision – Reabilitação fisioterapêutica com realidade virtual, tornando o tratamento mais eficiente.
- Paresi – Plataforma de conexão entre comunidades vulneráveis e redes de apoio.
- Planttcê – Alimentos funcionais produzidos a partir de vegetais rejeitados, com rastreabilidade e impacto social.
- Testbooster.AI – Automação de testes de software com inteligência artificial, voltada a times de QA.
Em entrevista ao Economia PR Drops, Marlon Cardoso, coordenador de Inovação da Agência Curitiba, detalha os diferenciais da edição deste ano, aponta as tendências observadas nas soluções apresentadas e reforça como a iniciativa consolida o Vale do Pinhão como um dos protagonistas no ecossistema de inovação nacional.
Leia a seguir:
Qual é o principal objetivo do Pitch Vale do Pinhão e como ele se conecta com a missão da Agência Curitiba de Desenvolvimento?
Marlon: O Pitch Vale do Pinhão é uma trajetória rápida de aceleração de negócios inovadores, em formato de disputa, que mobiliza o ecossistema nacional de startups e promove a cultura da inovação, a partir da avaliação e reconhecimento da startup mais inovadora do Brasil, em certificação pelo ecossistema de inovação de Curitiba, o Vale do Pinhão, em parceria com o Fórum Inova Cidades. Seu objetivo é identificar, valorizar e impulsionar startups com soluções inovadoras para cidades inteligentes e nova economia.
Em que medida o evento evoluiu desde as primeiras edições até este 2025?
Marlon: Desde sua primeira edição, o Pitch Vale do Pinhão (que está na sexta edição) amadureceu em estrutura, alcance e impacto. Em 2025, a competição conta com uma rede sólida de mentores e jurados especializados, além de parcerias estratégicas com grandes instituições, fundos de investimento e universidades. Também aperfeiçoou o processo de seleção e avaliação, tornando-o mais criterioso e técnico, estruturado em quatro dimensões do negócio (empresa, equipe, produto e mercado), garantindo mais transparência, informação e qualidade nas análises entregues como contrapartida às participantes.
O que diferencia esta edição de 2025 das anteriores?
Marlon: A edição de 2025, além de se destacar pela sofisticação do modelo avaliativo, aborda temáticas que possuem relacionamento íntimo com objetivos públicos estratégicos da cidade — inovações para cidades inteligentes e nova economia — e observa o Marco Legal de Startups como parâmetro de ingresso na disputa, tendo por limitante critério de participação o grau de maturidade das startups, o qual exigia que já possuíssem um MVP, ou seja, que já possuíssem um produto minimamente viável ao mercado. Além disso, nessa edição, o quesito de análise com maior pontuação é o que tem a ver com as estratégias de ESG, tanto internas (enquanto práticas) como externas (enquanto produto) que as empresas empregam em seu negócio.
O que mais chamou atenção nas startups finalistas deste ano?
Marlon: As finalistas de 2025 demonstraram forte capacidade de execução, conhecimento técnico sobre os setores em que atuam e propósito bem alinhado, em especial sobre o impacto positivo que podem gerar para melhorar a vida das pessoas, em vista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Além disso, as finalistas apresentaram produtos com diferenciais mais claros e modelos de negócio preparados para escalar, com maturidade tanto em tecnologia quanto em estratégia de mercado.
Quais tendências em tecnologia e inovação vocês conseguiram observar nas soluções apresentadas?
Marlon: Observamos o crescimento de soluções baseadas em inteligência artificial generativa, dados urbanos em tempo real, tecnologias verdes, agritechs urbanas e plataformas de impacto social. Também se destacou o uso de APIs públicas, blockchain para rastreabilidade e o desenvolvimento de soluções acessíveis e inclusivas — refletindo uma nova geração de empreendedores comprometida com impacto e sustentabilidade, além do produto inovador em si.
Como o Pitch dialoga com os desafios de cidades inteligentes e da nova economia?
Marlon: O Pitch se consolida como um instrumento de promoção da inovação aberta, apresentando e ligando startups ao setor público, grandes empresas e investidores. Ele fomenta soluções para os desafios urbanos reais (em mobilidade, saúde digital, educação, economia circular e segurança etc.), ao passo que estimula modelos baseados em dados e tecnologias emergentes com impacto para a chamada nova economia (voltada para indústria, comércio e serviços). Com isso, fortalece a transição de Curitiba para uma cidade mais conectada, eficiente e centrada nas pessoas.
Como o Pitch contribui para fortalecer o ecossistema de inovação de Curitiba e do Paraná?
Marlon: O evento amplia a visibilidade das startups locais e de todo o país, pois promove conexões estratégicas com investidores e parceiros institucionais, que geram oportunidades de negócios e até mesmo aproveitamento no contexto das políticas públicas. Também contribui para mapear talentos, valorizar a ciência aplicada e estimular o empreendedorismo de impacto. Ao fazer isso de forma contínua e institucionalizada, Curitiba, através do Pitch Vale do Pinhão, ajuda a consolidar as cidades brasileiras no cenário da inovação e desenvolvimento econômico contínuo e em escala. Vemos com grande satisfação esse movimento, embora inicial, de empresas com consciência de impacto positivo no mundo real. Temos que estimular isso cada vez mais, com vistas ao futuro das cidades, para trazer a melhor experiência possível ao cidadão, no contexto de “citizen success” (numa analogia ao “customer success”).