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Sonar de alta tecnologia ajuda Corpo de Bombeiros do PR em buscas subaquáticas

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Foto: CBMPR

O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) conta com um equipamento com tecnologia de ponta para buscas em rios, lagos e mar com alta precisão que poupa tempo e dá mais segurança aos profissionais. O sonar subaquático side scan possibilita varrer uma grande área de cursos d’água e transformá-la em imagens 3D de alta fidelidade.

Na última quarta-feira (16) ele foi usado pelos bombeiros para ajudar no resgate do corpo de um jovem desparecido no domingo (13) no Rio Paranapanema, no Norte do Paraná. A equipe conseguiu, em três horas com o sonar, varrer 242 mil m² de uma área que, antes da ação dos mergulhadores, foi descartada como local onde estaria o corpo.

Com o sonar é possível identificar a localização exata de objetos ou estruturas submersas a até 300 metros de profundidade e em um espaço de 150 metros para cada lado. A tecnologia do sonar utilizado pelo CBMPR é conhecida do grande público por ter sido usada nas mais recentes imagens do navio Titanic.

“Podemos ter um panorama muito fiel do fundo do leito marinho ou de rios e represas para visualização de embarcações, carros e aeronaves afundadas e, eventualmente, corpos de pessoas que tenham se afogado”, explica o major Gabriel Greinert, comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) do CBMPR.

A unidade recebeu o sonar do Governo do Estado com um investimento de R$ 450 mil.

Além do Paraná, a tecnologia do side scan para buscas subaquáticas é empregada apenas pelas forças de segurança do Distrito Federal e do Rio de Janeiro. O sonar, fabricado nos Estados Unidos, tem potência superior aos sonares de pesca de uso profissional.

“A tecnologia é complexa, não tem uso simples e nos demanda muito treinamento”, diz o major Greinert.

O equipamento proporciona um ganho operacional, pois poupa o tempo que os mergulhadores despendem nas buscas.

“Em situações de afogamento ou recuperação de barcos e carros, a única maneira de encontrar era mergulhando. Quando temos pontos de busca definidos, pode ser rápido, mas quando não há sinais ou relatos de onde buscar, gasta-se muito tempo”, diz o comandante do GOST.

Os mergulhos rasos de até 12 metros podem ter até uma hora de submersão.

“Em 50 metros a permanência é de poucos minutos e o mergulhador tem que retornar à superfície diversas vezes, com poucas condições de avanço nas buscas”, informa o major.

Segundo ele, o Paraná tem rios e lagos com profundidade superior a 50 metros. Com o sonar, é possível varrer um perímetro amplo para o mergulho pontual, além de descartar outras áreas.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP) destinou ao GOST R$ 1,5 milhão em 2025 para novas tecnologias de busca, entre elas quatro conjuntos de mergulho técnico, com roupa seca e máscara full face, como escafandros.

Além disso, serão utilizados aparelhos de comunicação subaquática e computadores de mergulho.

“Estamos adquirindo material descompressivo, que permite ao mergulhador ficar por mais tempo em grandes profundidades”, explica o major.

A meta é, com o sonar e equipamento de mergulho técnico, ter uma equipe completa de operação apta aos 70 metros de profundidade, tabela máxima do mergulho descompressivo, até o final de 2026.

Na primeira operação do sonar side scan, em novembro de 2024, o GOST encontrou os corpos de dois trabalhadores da Sanepar que se afogaram na Represa do Passaúna, em Araucária.

“A equipe usou padrões de busca de mergulho no primeiro dia e não teve resultado. No dia seguinte, com o sonar, os corpos foram encontrados em 15 minutos de operação”, diz o major.

“Nossos esforços sempre serão de encontrar as vítimas de afogamento com vida. O protocolo internacional nos dá até 60 minutos para isso. O sonar subaquático é voltado a operações mais demoradas, nos desaparecimentos recentes são feitos os mergulhos rápidos”, explica o comandante do GOST, unidade que é referência em buscas no País.

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