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Endividamento cresce no PR e consumo dá sinais de retomada

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Foto: ngampolthongsai/Canva

Após sucessivas reduções, o endividamento voltou a crescer no Paraná, conforme revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).

Em julho, o percentual de famílias paranaenses com algum tipo de dívida subiu de 84,7% em junho para 85,8%. Ainda assim, a parcela de endividados é inferior aos 90,5% registrados no mesmo mês de 2024.

No cenário nacional, o percentual de famílias endividadas manteve-se estável, alcançando 78,5% da população em julho. Já a inadimplência apresentou leve aumento, passando de 29,5% para 30%, assim como a parcela de famílias que declararam não ter condições de quitar seus compromissos financeiros, que subiu de 12,5% para 12,7%.

Apesar da elevação no número de endividados, o cenário é positivo para o comércio. Diante da elevação dos juros nos últimos meses, os paranaenses haviam retraído o consumo, mas a recente estabilização das taxas tem influenciado o comportamento de compra das famílias, que voltam a se planejar para adquirir bens de maior valor, geralmente financiados ou parcelados.

Indicadores da CNC e da Fecomércio PR apontam aumento consistente na intenção de compras nos últimos três meses, especialmente de bens duráveis.

Essa tendência se confirma na composição das dívidas. O uso do cartão de crédito para compras alcançou 95,5% dos entrevistados em julho. Os financiamentos de veículos (6,2%) e imóveis (5,7%) voltaram a ganhar força ao longo do ano, e o crédito pessoal, praticamente ausente em janeiro (0,6%), dobrou sua utilização, chegando a 1,2%.

Compras por carnês também cresceram, passando de 2,2% no início do ano para 3,6% em julho.

A manutenção da inadimplência em níveis controlados é um dos fatores que reforçam a leitura positiva do cenário. O Paraná segue entre os estados com menor percentual de inadimplentes no país, na penúltima posição no ranking, o que reflete a capacidade das famílias de gerenciar seus compromissos.

O bom desempenho do mercado de trabalho paranaense também contribui para que as famílias planejem aquisições de bens a médio e longo prazo.

O tempo médio de comprometimento com dívidas das famílias paranaenses é de seis meses, sendo que 53,4% dos endividados possuem dívidas com vencimento em até três meses, enquanto 40,3% possuem compromissos financeiros com prazo superior a um ano.

A parcela da renda comprometida com dívidas é em média de 32,3%, índice considerado saudável por especialistas em finanças pessoais. A maioria (87,3%) compromete até metade da renda com dívidas, e apenas 12,7% extrapola esse limite.

O crescimento do endividamento foi mais expressivo entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, que passaram de 82,1% em junho para 83,9% em julho. Nessa faixa, também houve aumento das contas em atraso, de 7,7% para 8,9%. No entanto, nenhum entrevistado declarou impossibilidade de pagamento.

Entre as famílias com renda até dez salários mínimos, o índice de endividados passou de 85,2% para 86,3%. A inadimplência se manteve praticamente estável, com variação de 12,6% para 12,7%. O percentual de famílias que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas também permaneceu inalterado, em 2,7%.

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