Por Rogério Scheffer, CEO da Águia Sistemas
Na indústria alimentícia, eficiência, qualidade e rastreabilidade não são apenas metas, mas sim exigências inegociáveis. Em um setor que movimenta mais de R$ 1,2 trilhão por ano no Brasil, segundo a ABIA, a gestão interna do fluxo de materiais e informações deixou de ser uma atividade de apoio para se consolidar como um verdadeiro pilar estratégico.
Esse conjunto de processos, que envolve desde a movimentação de insumos até a expedição de produtos acabados, é hoje a engrenagem que garante produtividade, sustentabilidade e segurança alimentar em um cenário cada vez mais competitivo.
O elo invisível que sustenta a cadeia
A cadeia da indústria alimentícia é seguramente a mais longa e complexa, por fatores como sazonalidade e perecividade.
Desde a produção no campo e sua logística particularmente complexa, a recepção de matérias-primas nas indústrias, o acondicionamento de produtos perecíveis, passando pelo controle de estoques, separação, consolidação de pedidos e pela expedição, cada etapa precisa ser eficiente e segura.
Um erro nesse fluxo pode comprometer não apenas a qualidade do produto final, mas também a reputação da marca. É nesse ponto que a logística interna atua como elo invisível, mas indispensável, conectando setores, otimizando recursos e reduzindo desperdícios.
Se antes, sistemas de armazenagem específicos e automação pareciam tendências de futuro, hoje já é presente. Tecnologias como AGVs e AMRs, esteiras mecanizadas, sistemas de armazenagem vertical, sistemas de picking, sorters de alta performance transformando fábricas e centros de distribuição. Essas soluções viabilizam o aumento de escala, reduzem erros humanos e criam ambientes de trabalho mais seguros.
Ao mesmo tempo, a comunicação e a conectividade, viabilizam ganhos de eficiência expressivos na gestão de demanda e fluxos. Seguem fundamentais e básicos a utilização de sistemas WMS, WCS, IoT, RFID, com cuidado especial ao banco de dados para maior eficiência na análise crítica de dados e controle da rastreabilidade inéditos. Em um setor onde qualquer falha pode gerar contaminações ou grandes perdas essa visibilidade se torna essencial.
O consumidor de hoje pede variedade: novos sabores, diferentes tamanhos de embalagem, opções mais saudáveis além de expectativas por entragas cada vez mais curtas em lotes cada vez mais fracionados.
Atender a estas demandas só é possível quando os processos são bem definidos e os fluxos internos são flexíveis, preparados para se adaptar rapidamente às flutuações e demandas do mercado. Trata-se de buscar efetividade em tudo, ou seja Eficiência e Eficácia.
Os bastidores da produção de alimentos nunca foram tão estratégicos. Quem dominar a eficiência dos fluxos internos e a eficácia dos processos estará em posição privilegiada para liderar em um mercado que exige rastreabilidade, sustentabilidade, altos níveis de controle de processos, flexibilidade e agilidade na tomada de decisões
Investir em sistemas de armazenagem adequados e eficientes, em movimentação e automação é uma escolha que define a liderança ou até mesmo a sobrevivência de empresas em um setor onde os desafios se renovam diariamente.