Enquanto o chão se movimenta em alta velocidade (sem perceber o ano já quase chega ao fim, mais uma vez) planejar o cenário do próximo ano, é, no mínimo, desafiador. O orçamento é um instrumento de gestão que baliza o andamento de muitas empresas.
Ele sustenta decisões, investimentos e movimentos que trazem o que o negócio precisa: sustentabilidade, rentabilidade e crescimento.
Agora é um período típico da elaboração e da defesa orçamentária em muitos segmentos. São gestores, líderes e equipes envolvidos em planejar, estruturar e analisar as possibilidades para 2026.
Ao lado desta realidade, temos a ebulição política mundial, confrontos ideológicos, ao passo que ao olhar para o Brasil, surge a insegurança de como pode ser a polarização do próximo ano eleitoral no país, movimentações tarifárias… Cenas que trazem um misto de sensações para as empresas, e arrisco algumas delas:
- Proteger o patrimônio, sem deixar de crescer
- Aproveitar para expandir já que algumas marcas podem recuar diante do contexto econômico
- Estruturar o “terreno”, deixando a base mais sólida para os desafios que possam surgir
- Investir com cautela e racionalidade, mas não deixar de buscar melhorias
- Otimizar custos com foco na eficiência
Dando luz a estes aspectos, fazer um novo orçamento é um exercício de diálogo com a liderança. Ajustar expectativas, negociar metas, alinhar interesses e necessidades fortalecem o negócio, a marca e a equipe envolvida.
Por falar no ativo humano, é um momento importante de olhar ainda mais para o time: valorizar entregas, reconhecer desvios, incentivar melhorias, sem perder de vista a valorização do colaborador (tão rara em alguns negócios), além do plano de metas e métricas que estão sempre no radar.
Um time que está envolvido no processo, desde a concepção orçamentária, até a sua execução, assume uma postura de autorresponsabilidade e sabe que o resultado é coletivo.
Realizar este processo com várias mãos é definir papéis e responsabilidades com clareza. Todos crescem quando a transparência está presente.
E isso é uma construção baseada em uma cultura do diálogo, de feedbacks estruturados e de uma conexão alinhada com a equipe (se sua empresa não tem, sempre há tempo de começar a construir estes pilares).
Metas orçamentárias traduzidas para o cotidiano do negócio aproximam os colaboradores e mostram a realidade da companhia. Além disso, quando o time se envolve no processo consegue dar sugestões e compreender rearranjos, inerentes ao processo, com mais facilidade.
Vale destacar que não se deve limitar a elaboração do plano orçamentário 2026 só com base em 2025, fazendo ajustes pontuais.
Além de um exercício analítico minucioso, é preciso ampliar o olhar para diferentes contextos, validar acertos, redesenhar iniciativas e ter, de forma tangível, os próximos passos do orçamento. Não é uma tarefa simples. Justamente por isso, a pauta de discussões é extensa em muitas empresas.
Saber conversar é essencial, para mediar conflitos, enxergar sob outras perspectivas e conseguir fazer os processos fluírem.
Quanto mais estruturados eles estiverem, mais palpável será para as áreas da organização conseguir identificar oportunidades e propor ações com mais chances de serem realizadas com êxito.