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A visão de Alfredo Gulin Neto sobre o novo luxo urbano

Alfredo Gulin Neto AG7 Luxo Economia PR
Foto: Divulgação / AG7

O mercado imobiliário de luxo no Brasil vem demonstrando resiliência mesmo diante do cenário de juros elevados. Isso porque o comprador de alto padrão, em sua maioria, utiliza recursos próprios, o que mantém a demanda aquecida em várias capitais.

Em 2025, segundo um levantamento da OLX, houve aumento de 19,3% nas buscas por imóveis acima de R$ 1,5 milhão no Distrito Federal, movimento que reflete o comportamento de consumidores de renda elevada em outras regiões do país. Mais do que exclusividade, esse público passou a valorizar atributos ligados à experiência, ao bem-estar e à sustentabilidade, confirmando a transformação do conceito de luxo.

Essa tendência é reforçada pelo avanço das gerações Millennial e Gen Z no mercado de bens de alto padrão, incluindo imóveis. O novo perfil prioriza consumo ético, saúde, qualidade de vida e integração com a natureza, fatores que têm impulsionado projetos voltados a oferecer não apenas status, mas propósito e autenticidade.

Em Curitiba, o segmento de luxo segue em expansão, com crescimento de 10% no último ano e avanço de 24,1% no superluxo.

A capital paranaense se destaca pela combinação de sofisticação e racionalidade, com empreendimentos que unem design autoral, tecnologia e baixa densidade, voltados a um público que valoriza privacidade e integração com o entorno.

É nesse contexto que a AG7, incorporadora curitibana recém-certificada como Empresa B, vem consolidando um posicionamento que associa luxo, bem-estar e liberdade.

Em entrevista ao Economia PR Drops, o CEO Alfredo Gulin Neto comenta a evolução do conceito de luxo no mercado imobiliário, o perfil do comprador de altíssimo padrão e os diferenciais de empreendimentos como o Ícaro Casa-Térrea, que marcam a nova fase da empresa e a expansão para Santa Catarina. Confira:

Como você definiria o luxo hoje no mercado imobiliário? E como a visão da AG7, associando luxo a wellness e liberdade, ressignifica o conceito tradicional?

Alfredo: Acreditamos que o luxo está ligado à antecipação de desejos. Então, quando você consome luxo, na verdade alguém está resolvendo alguma coisa que talvez você nem saiba que precisa. Mas depois que você tem, não consegue viver sem. Quando pensamos em um produto de luxo de qualquer natureza, estamos nos referindo a ativos irreplicáveis. Ele pode ser comprado por um sentimento, mas se trata de algo tão especial que irá, com certeza, gerar um retorno financeiro caso o proprietário queira revendê-lo. Porque se trata de algo único. Hoje, embora a qualidade e a localização ainda sejam cruciais, o luxo expandiu-se para dimensões focadas na qualidade de vida. O consumidor de alto padrão não quer apenas ter; ele quer ser e sentir. O tempo é visto como o ativo mais escasso, e um imóvel de luxo deve “devolver” tempo ao morador, seja pela localização, automação ou serviços. Autenticidade, design assinado e sustentabilidade real, indo além dos selos, completam essa nova definição. É nesse contexto que a visão da AG7, associando luxo a wellness (bem-estar) e liberdade, ressignifica o conceito. A AG7 está construindo essa proposta genuína de ser a empresa do bem-estar. Ao longo do tempo, estamos incorporando serviços aos condomínios, assim como as melhores comodidades para as áreas de lazer, como foco nessa proposta. Fizemos  jornadas com nossos clientes fora dos nossos projetos, inclusive para viajar conosco. Quando entregamos um empreendimento imobiliário, temos um roteiro do bem-estar para ensinar as pessoas como usar aquela área de lazer ao longo da sua rotina do dia a dia. O que nós estamos propondo é muito mais entregar valor adicional como uma rede de hotelaria do que, de fato, uma preocupação única e exclusiva em vender nossos imóveis. A AG7 não vende apenas metros quadrados; ela vende um upgrade no sistema operacional da vida do cliente.

Curitiba tem características únicas em relação a outras capitais? O que define o DNA do comprador de altíssimo padrão na cidade?

Alfredo: Curitiba possui características absolutamente únicas que a diferenciam de outras capitais brasileiras, e essas peculiaridades moldam diretamente o perfil do comprador de altíssimo padrão. Vou falar do exemplo do público do Ícaro Casa-Térrea, que é válido para outros empreendimentos também. Em geral são famílias que buscam se presentear com o que existe de melhor no Brasil em moradia vertical. Essas pessoas desejam mais contato com a natureza e mais segurança. Em outras palavras: querem manter o seu jardim e, simultaneamente, sentir-se ainda mais seguras. O grande sucesso desse projeto é além de entregar, o fato de não retirar, ou seja, apresentar diferenciais que agregam valor ao que ele já está acostumado.

Como o cenário econômico dos últimos anos impactou esse mercado? Houve mudança no perfil do comprador (investidor versus morador, por exemplo)?

Alfredo: O comprador de altíssimo padrão é frequentemente o morador-Investidor que tem uma mentalidade de “uso e valorização”. Ele está comprando o imóvel primariamente para morar e viver bem (uso), mas com a convicção técnica de que está fazendo um investimento superior, que se valorizará exatamente por entregar essa nova definição de luxo (qualidade, wellness, e privacidade). O cenário econômico turbulento apenas reforçou que o lar é o ativo mais importante e onde se deve concentrar o investimento para proteção patrimonial e, crucialmente, para a maximização da qualidade de vida.

Na prática, como wellness e sustentabilidade se materializam em um empreendimento como o Ícaro?

Alfredo: O Ícaro tem spa, piscina, academia e pista de corrida. Mas, vai além dessas entregas que são consideradas “padrão”, pois agrega também alguns espaços diferenciados, como um bosque particular, casa da árvore, lago ornamental  e uma cascata. Tem no projeto de paisagismo árvores frutíferas, que permitem o luxo de pegar uma fruta do pé, sem sair de casa, por exemplo. Os espaços internos e externos convidam as pessoas a se relacionarem com a natureza, com o esporte, socializar, se concentrar e relaxar. Pegar frutas no pé, plantar árvores, atrair os filhos que já saíram de casa para querer ficar novamente com os pais.

Qual é o impacto econômico de um empreendimento como o Ícaro para Curitiba?

Alfredo: A recepção ao Ícaro Casa Térrea confirma o apelo singular do negócio no segmento de altíssimo padrão. As unidades estão sendo rapidamente absorvidas, já alcançamos 35% das vendas e a expectativa é chegar a 100% antes do empreendimento ser entregue. O resultado é ótimo para nós e para Curitiba, mas os mercados têm um tamanho, não consigo lançar um projeto como o Ícaro Casa-Térrea todo ano em Curitiba ou vou competir com os meus próprios projetos. Então, para continuarmos crescendo, precisamos de mercados que nos deem oportunidade. A partir de 2026, a maior parte da operação vai ficar aqui, mas também vai para Balneário Camboriú (SC), estamos adquirindo mais áreas lá e vamos continuar tracionando o mercado para a AG7.

Que legado a AG7 pretende deixar para a cidade além da estética dos empreendimentos?

Alfredo: Unimos conceito, tendência, design, arquitetura, sustentabilidade, construtores, fornecedores, cientistas e os profissionais mais preparados e renomados em suas áreas na criação de empreendimentos únicos, que transportam a experiência do morar a uma nova dimensão, mais personalizada e atualizada com os novos tempos.  Isso resulta em projetos que seguem os referenciais globais, que valorizam a conexão entre as pessoas e o entorno, entregando uma solução arquitetônica harmônica de moradias de luxo. Um dos legados, com certeza é transformar o mercado por meio da arquitetura autoral, com serviços, hospitalidade e bem-estar.

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