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Catadores transformam reciclagem em negócio e faturam R$ 20 mil

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Foto: Divulgação Plastic Bank

A reciclagem deixou de ser apenas uma alternativa de sobrevivência para se tornar caminho de prosperidade e empreendedorismo social em diversas comunidades brasileiras.

Com o apoio da Plastic Bank, empresa canadense que estimula a reciclagem como ferramenta de combate à pobreza, catadores têm estruturado negócios capazes de faturar até de R$ 20 mil mensais e fomentar empregos para outros trabalhadores do ecossistema, gerando renda e impacto socioeconômico positivo.

Entre os casos, estão o de Gabriel Siqueira, da cidade de Serra (ES), e de Jaminson José Arcanjo, de Curitiba, que saíram de seus empregos e da coleta individual para liderar negócios de reciclagem.

Atuando no Brasil desde 2019, a Plastic Bank paga um bônus por quilo de material plástico entregue por catadores em pontos de coleta associados. No país, já foram coletados 8,707,482 de quilos, quantidade equivalente a 435,374,106 milhões de garrafas PET destinadas à reciclagem, garantindo renda extra aos coletores, acesso a benefícios sociais e incentivo ao empreendedorismo.

Cerca de 4.716 já participaram do programa, incluindo catadores do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Espírito Santo, do Paraná e do Amazonas. Durante sua atuação no Brasil, empresa já destinou mais de R$ 3,5 milhões em bonificações para a cadeia de reciclagem..

Um dos principais objetivos da Plastic Bank é fortalecer comunidades de coleta e promover inclusão social, dando visibilidade ao papel fundamental dos catadores. Nesse sentido, exemplos concretos de transformação podem ser vistos nas trajetórias de Gabriel e Jaminson, que conseguem, hoje, não só viver da reciclagem, mas também sustentar equipes inteiras com salários e melhores condições de trabalho.

Gabriel Siqueira tem apenas 27 anos, mas já está construindo um lucrativo negócio de reciclagem no município de Serra, no Espírito Santo. O rapaz trabalhava como frentista quando, após uma conversa com um senhor na rua, decidiu começar a catar recicláveis em terrenos baldios, ruas e lixões. No início, pesava pequenos lotes em uma balança de peixeiro e vendia os materiais para ferro-velhos.

Em seis anos de dedicação integral à reciclagem, Gabriel estruturou o ponto de coleta Gabriel Siqueira: uma operação que, hoje, processa até 100 toneladas de recicláveis por mês em um galpão, emprega 12 catadores com carteira assinada e atende a clientes que vão de pequenos compradores a grandes indústrias.

O apoio da Plastic Bank fortaleceu a empresa, com bonificação por quilo de plástico coletado e motivação extra para a equipe.

Atualmente, o negócio fatura cerca de R$ 20 mil mensais, com planos de expansão que envolvem a compra de um segundo galpão, exclusivo para a triagem de materiais, e a aquisição de caminhões e empilhadeiras.

“Reciclagem é tudo para mim. Foi o que mudou minha vida e me permitiu realizar sonhos, como ter um carro do ano e viajar com a minha família. Hoje, posso dar oportunidades a outras pessoas e mostrar que esse trabalho é digno e rentável afirma”, Gabriel Siqueira.

A trajetória de Jaminson José Arcanjo, de 39 anos, é marcada pela persistência. Depois de quase uma década em uma metalúrgica, conheceu a reciclagem por meio de um compadre e decidiu apostar nesse mercado. A escolha transformou sua vida: hoje, consegue faturar três vezes mais do que quando trabalhava com metalurgia.

À frente da cooperativa Eco União Recicla, em Curitiba, Jaminson lidera uma equipe de 25 trabalhadores, que processa até 80 toneladas de material por mês. O galpão conta com prensas, esteira e um espaço de refeitório novo. Os catadores associados recebem, em média, R$ 2.800 mensais, incluindo salário, cesta básica, café da manhã, almoço e o bônus oferecido pela Plastic Bank.

“Empreender na reciclagem é um aprendizado constante. Para quem está começando, recomendo buscar na prática: conhecer o mercado, avaliar preços, montar uma boa equipe e investir em equipamentos básicos, como esteira e prensa. Com organização e parcerias certas, é possível crescer”, ressalta Jaminson.

“No nosso trabalho, somos impactados por histórias de catadores que tiveram visões de negócios rentáveis e se dedicaram a isso, unindo impacto ambiental e transformação social. Nosso papel é oferecer mais condições para que histórias como as de Jaminson e Gabriel se multipliquem pelo país, porque, além de terem transformado as próprias vidas, estão investindo para que mais catadores façam o mesmo. Um salário de R$ 2.800 ou a oportunidade de trabalhar com carteira assinada na reciclagem são diferenciais notáveis no que o mercado está acostumado a oferecer a uma classe de trabalhadores tão subvalorizada.”

Além do Brasil, a Plastic Bank atua nas Filipinas, na Indonésia, na Tailândia, no Egito e em Camarões. Globalmente, já foram recuperados mais de 173,608,910 milhões de quilos de plástico — o equivalente a mais de 8,5 bilhões de garrafas. O plástico reciclado é reintegrado à cadeia produtiva em novos produtos e embalagens, fortalecendo a economia circular.

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