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Prêmio Legado anuncia vencedores e investe R$ 65,5 mil para expansão

Prêmio Legado Economia Pr
Foto: Divulgação

Sete iniciativas de impacto receberam o Prêmio Legado de Empreendedorismo Social 2025, durante a cerimônia de encerramento da 13ª edição do Projeto Legado, programa de aceleração do Instituto Legado de Empreendedorismo Social.

Realizado na última sexta-feira (7) no espaço Hotmilk, em Curitiba, o evento reuniu lideranças do ecossistema de impacto e celebrou o encerramento de uma jornada iniciada em maio deste ano, que envolveu formações, desafios avaliativos e três bancas presenciais.

Entre os sete empreendimentos premiados neste ano, seis são liderados por mulheres, quatro são do Paraná e três atuam em territórios fora dos grandes centros urbanos: Vale do Ribeira (SP), Cananéia (SP) e Poços de Caldas (MG). 

As causas representadas incluem saúde mental, inclusão de pessoas com deficiência, justiça climática, cultura caiçara, economia criativa, segurança do paciente e educação ambiental.

As soluções vão desde oficinas de brinquedos com madeira reaproveitada até plataformas digitais, escolas náuticas e gráficas sociais. A diversidade de abordagens e de perfis evidencia a força dos empreendimentos sociais no enfrentamento de problemas complexos a partir dos territórios.

Nesta edição o Projeto Legado recebeu 65 inscritos, sendo que 26 deles foram selecionados e 13 foram finalistas. Os prêmios variaram entre R$ 8.500 e R$ 10.000, totalizando R$ 65.500 em investimento social, doados por Instituto Legado, Marins Bertoldi Advogados, Lide Paraná, Impactability, Redvolution21, Nó Movimento em Rede, Elaine Zanon e Munhoz Grande & Adams Advocacia.

Confira abaixo as iniciativas premiadas:

Prêmio Impacto Socioambiental – Marapé Escola Náutica (SP)

Criada em Cananéia, no litoral sul de São Paulo, a Marapé Escola Náutica trabalha com juventude, território e patrimônio cultural. O projeto oferece aulas gratuitas de canoagem e navegação à vela para jovens de 12 a 18 anos em contraturno escolar.

A metodologia integra educação ambiental, com foco em conservação e biodiversidade, educação patrimonial, reforçando o pertencimento à cultura caiçara, desenvolvimento socioemocional, com autonomia, disciplina e cooperação. 

Mais de 50 jovens já foram formados pela escola, que atua para combater a desvalorização do território e fortalecer perspectivas de futuro para as juventudes da região.

Prêmio Impacto em Saúde e Qualidade de Vida – Dando Voz ao Coração (PR)

Fundada por mães que vivenciaram situações adversas em UTIs pediátricas, a organização atua em três frentes: acolhimento às famílias em luto ou em sofrimento intenso, advocacy, com sete leis sancionadas no Paraná e capacitação de profissionais de saúde, com foco em segurança do paciente.

Uma das conquistas é a Lei Isabel, que garante prioridade no atendimento para mulheres gestantes de alto risco, em homenagem à filha de Roberta Lopes Guizzo, que nasceu com problemas de saúde devido à ausência do diagnóstico precoce de diabetes da mãe durante a gestação. A menina faleceu 1 ano depois.

O projeto levado ao Legado capacitou quase 80 profissionais da saúde e fortaleceu a articulação institucional do grupo.

Prêmio Impacto em Saúde Mental – Espaço Dipsi (PR)

O Espaço Dipsi nasceu em uma região periférica de Curitiba com o compromisso de democratizar o acesso à saúde mental. A organização atua com um modelo de atendimento que combina terapia acessível, acolhimento comunitário e o conceito de “terapia com propósito”: ao contratar atendimento, a pessoa contribui para financiar sessões gratuitas para quem está em vulnerabilidade social.

Entre 2023 e 2025, o Espaço Dipsi já atendeu mais de 3 mil pessoas e já possui 40 profissionais no coletivo, que atuam de maneira integrada e comunitária.

Emporium Handmade (PR) – Prêmio Impacto em Economia Criativa

Pioneiro em Curitiba, o Emporium Handmade é um espaço exclusivo para marcas autorais, artesãos e pequenos empreendedores criativos que historicamente enfrentam desvalorização e falta de visibilidade.

Desde sua criação, há 11 anos, o projeto já realizou mais de 60 festivais, conectou 3.900 marcas e recebeu 114 mil visitantes, gerando mais de 23 mil empregos diretos e indiretos. 

Além dos eventos, o Emporium fortalece seu ecossistema com formação, visibilidade, redes de apoio e empoderamento.

Prêmio Impacto em Comunicação de Causas Ambientais – Dizaterra (PR)

A iniciativa nasceu para enfrentar simultaneamente a crise climática e a crise da desinformação, com a juventude no centro. A dizaterra produz conteúdo socioambiental para Instagram e TikTok, traduzindo termos técnicos, trazendo dados e contextualizando debates sobre biodiversidade, justiça climática e soluções locais.

Os conteúdos já mobilizam jovens que relatam ter compreendido temas ambientais pela primeira vez, o que confirma a efetividade da comunicação proposta.

O próximo passo é expandir o impacto por meio de oficinas de jornalismo socioambiental para jovens de periferias de Curitiba e Região Metropolitana, incentivando que eles mesmos contem as histórias de seus territórios, desde denúncias ambientais até práticas de resiliência climática.

Prêmio Impacto, Inclusão e Acessibilidade – Associação dos Deficientes Físicos de Poços de Caldas – ADEFIP (MG)

Com 38 anos de atuação, a ADEFIP é hoje uma referência regional em reabilitação, capacitação e inclusão de pessoas com deficiência.

A organização atende mais de 400 pessoas e realiza 6 mil atendimentos mensais gratuitos em quatro eixos: centro de reabilitação clínica, centro de inclusão escolar, centro de desenvolvimento de potenciais e centro de inclusão profissional

Foi nesse último eixo que nasceu a Inclusiva Print, gráfica social que emprega pessoas com deficiência e produz brindes, materiais e produtos personalizados.

A gráfica atua como ponte entre a reabilitação e a autonomia profissional, fortalecendo autoestima, pertencimento e renda.

Prêmio Impacto em Economia Circular – Brincando de Fabricar Brinquedos (SP)

Criado no Vale do Ribeira, o projeto transforma madeira de reuso, especialmente caixas de transporte de frutas que muitas vezes seriam descartadas, em brinquedos educativos.

A iniciativa funciona por meio de oficinas itinerantes em que as próprias crianças fabricam seus brinquedos, substituindo a lógica do consumo pela lógica da autoria e da criatividade.

O modelo financeiro também promove inclusão: a cada duas oficinas pagas, uma é oferecida gratuitamente em comunidades rurais da região, ampliando o acesso ao brincar e ao aprendizado.

O projeto já validou a metodologia em áreas urbanas e agora prepara sua expansão para 145 comunidades rurais do território.

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