Uma capa da revista The Economist, que se tornaria objeto de estudo mundo afora, também chamou a atenção de, à época, dois universitários de Curitiba. Era maio de 2017, e Gelson Bagetti e Luca Piermartiri, estudantes de Administração, estavam dispostos a empreender. Em que, exatamente? Estava ali, naquela publicação, uma boa deixa.
“A capa dizia: dados são o novo petróleo”, recordam-se hoje os dois.
O caminho seria este: empreender no mercado de dados. Três anos depois, em 2020, nascia a Erathos, primeiro como consultoria e, há um ano, focada em software como serviço (SaaS) para ingestão de dados. Nesse último período, com essa especialização, a empresa viu triplicar seus negócios, relatam os fundadores.
A Erathos, com seu SaaS, conecta sistemas aos principais data warehouses do mercado (repositórios que centralizam dados extraídos de diversas fontes, a partir de integrações instantâneas com tais fontes). Como por exemplo BigQuery, da Google, e o Databricks. Deste, inclusive, a Erathos é a única empresa do Brasil na categoria de engenharia de dados chancelada como “tech partners validated”.
A esse processo de coleta e importação de informações e arquivos para armazenamento em um único banco de dados, para processamento e análise, dá-se o nome de ingestão de dados.
“Aquela capa da The Economist não anunciava apenas uma tendência — ela previa uma nova era. O petróleo moveu o mundo industrial; os dados movem um mundo cada vez mais inteligente. Ter acesso a informações de forma centralizada e analisá-las com inteligência gera clareza, transforma conhecimento em ação, promove decisões estratégicas e impulsiona o crescimento das empresas”, completa Piermartiri.
E não poderia ser diferente: a atuação da Erathos no mercado de dados tem sido, como prenunciava a capa da The Economist, exitosa.
“Nos três primeiros anos, como essencialmente uma empresa de consultoria, crescemos bastante, atendendo grandes indústrias, distribuidoras e empresas de tecnologia – do Brasil e até de fora do país”, celebra Bagetti.
Com a expansão inicial, a Erathos credenciou-se para obter aportes. Em 2023, instalada em Vitória, a empresa foi contemplada pelo Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (Funses), de investimento a startups.
Agora, em 2025, já segmentada em tecnologia para ingestão de dados, a Erathos está recebendo aporte liderado pela Bossa Invest.
O empreendimento foi contemplado também pela quarta edição do Inova, programa de fomento a startups promovido pelo Sebrae. A iniciativa envolve instituições como Bossa Invest, Unifique, Raja Ventures e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
“O que percebíamos como consultoria”, pontuam os sócios, “é que todo projeto de dados começa com entender onde estão os dados que queremos analisar, como podemos acessá-los, e cruzar essas informações para enxergar as informações da empresa de forma completa, em vez de ter os dados fragmentados em sistemas. Com isso constatamos que é uma parte essencial para se trabalhar com dados em escala, e uma parte com muita complexidade”.
Bagetti acrescenta, detalhando:
“Há informações em vários sistemas, como ERP, CRM, entre tantas outras fontes. Analisar, tirar valor dessas informações esbarra em uma dificuldade: extrair os dados de todas essas fontes e centralizar em um único banco”.
Ou seja: a primeira barreira para as organizações está justamente na ingestão de dados. Sim, era por aí o caminho.
A tecnologia da Erathos atende, assim, principalmente, às dores de analistas, engenheiros e head de dados, ou head de BI, coordenadores de TI ou CTOs. O portfólio de clientes da empresa segue diversificado: indústrias, distribuidoras, varejistas, empresas de tecnologia em geral.
A solução da Erathos extrai dados de mais de 70 fontes e oferece cinco opções destinos, sendo os principais data warehouses do mercado. O acesso pelo cliente é remoto e feito pelo próprio usuário – um modelo self-service, de operacionalização intuitiva.