Ele tem apenas 15 anos.
Viajou quase 18 horas de ônibus até Lima para viver um sonho.
Chegou ao estádio lotado, mas foi barrado. Sem ingresso, sem acesso, sem alternativa.
A maior parte das pessoas teria voltado para casa.
Ele fez outra escolha.
Subiu uma montanha.
Sozinho.
Com um microfone simples e um celular.
E narrou — do alto, à distância, com a voz trêmula, emocionada, verdadeira — a final da Libertadores.
O vídeo viralizou.
Milhões assistiram.
E ninguém viu apenas um menino narrando futebol.
Todos viram um propósito em estado bruto.
Porque propósito é isso: aquilo que você faz mesmo quando ninguém te chama.
Aquilo que você insiste em fazer mesmo quando te dizem “não”.
Aquilo que você se torna — mesmo quando o mundo ainda não te reconhece como tal.
Não era só uma narração. Era uma declaração.
Aquele menino não estava registrando um jogo.
Estava registrando uma identidade.
Estava dizendo ao mundo:
“Eu nasci para isso.”
E essa frase não precisa ser dita.
Ela é percebida.
A intensidade do gesto revela a força do propósito.
E poucas imagens recentes sintetizam isso tão bem quanto a de um jovem narrando um jogo monumental, isolado numa montanha, enquanto milhares assistiam de camarote.
Ali não havia cenário, produção, contrato ou plateia.
Havia verdade — e verdade é o que sustenta reputação.
Propósito é esforço. Narrativa é consequência.
Por isso essa história toca tanto.
Porque ela ignora os atalhos e lembra o essencial:
- propósito exige esforço
- sonho exige movimento
- narrativa exige coragem
- reputação exige constância
Grandes narrativas não nascem em ambientes perfeitos.
Nascem onde a falta de estrutura obriga alguém a provar que realmente quer aquilo.
E no fim, o gesto mais simples — uma narração improvisada no alto de uma montanha — tornou-se uma das cenas mais simbólicas do ano.
Um lembrete poderoso de que:
Quem encontrou seu propósito sempre encontra um caminho.
Quem não encontrou, sempre encontra uma desculpa.
A metáfora é clara — e vai além do menino. Vai para todos nós.
Quantos profissionais, talentos e empresas paralisam diante do primeiro “não”?
Quantas marcas desistem quando o acesso não é imediato?
Quantos líderes só se movem quando o cenário é confortável?
Aquela imagem convoca uma pergunta incômoda e necessária:
Qual é a sua montanha?
E mais ainda: O que você está disposto a fazer quando o campo estiver fechado?
Propósito não é glamour.
É persistência.
É identidade colocada em prática.
É transformação do impedimento em palco.
Marcas e líderes têm muito o que aprender com esse menino
Porque ele mostrou, em uma única noite, algo que muitas empresas ignoram durante anos:
Propósito sem sacrifício é slogan.
Propósito com sacrifício vira reputação.
E reputação — hoje — é um dos ativos mais valiosos do mundo.
A história dele nos lembra que narrativa não é aquilo que contamos, mas aquilo que fazemos quando ninguém está olhando.
O gesto dele construiu uma narrativa que inspira milhões.
Enquanto muitas marcas gastam fortunas buscando esse tipo de impacto.
Na próxima coluna, vou explorar este ponto pela ótica corporativa:
Por que dezembro separa quem tem propósito de verdade de quem apenas performa propósito —
e como líderes e empresas podem entrar em 2026 com uma narrativa coerente, consistente e estratégica.
A montanha dele não era só geográfica.
Era simbólica.
E é nela que começamos esta conversa sobre propósito — individual e corporativo.