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Cultura, reputação e futuro: o que 2025 ensinou e por que 2026 começa dentro das empresas

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Foto: Divulgação

O ano de 2025 termina deixando uma mensagem clara: reputação não é consequência do que as empresas dizem, mas do que suas culturas sustentam.

E dezembro — esse mês que acelera tudo, aperta tudo e revela tudo — reforça essa tese como nenhum outro.
É quando o discurso perde força e a prática aparece.

Quando o marketing desacelera e a cultura se evidencia. Quando a liderança deixa de ser promessa e vira comportamento.

Neste fechamento de ano, depois de acompanhar movimentos de mercado, crises, reposicionamentos, decisões estratégicas e gestos simbólicos, chegamos a um consenso inegociável: O futuro de uma empresa — e sua reputação — nasce dentro, não fora.

E 2025 nos deu exemplos reais e simbólicos dessa verdade.

1. Propósito só funciona quando a cultura sustenta a narrativa

Nas últimas semanas, a história do menino peruano de 15 anos emocionou milhões: ele viajou 18 horas para narrar a final da Libertadores e, barrado no estádio, decidiu subir uma montanha para viver o que considerava seu propósito.

Ele não tinha estrutura.
Ele não tinha acesso.
Ele não tinha garantias.

Mas tinha identidade — e isso moveu tudo.

Aquele garoto nos lembrou que: propósito não é intenção; é ação.

E essa lógica se aplica integralmente ao mundo corporativo.

Uma empresa pode ter campanhas brilhantes, slogans inspiradores e apresentações impecáveis, mas se sua cultura interna não sustenta a narrativa, tudo ruirá — cedo ou tarde.

E isso vale não apenas para pessoas e empresas, mas para territórios inteiros.

Curitiba mostrou exatamente isso ao se tornar a Capital do Natal no Brasil, em parceria com a Disney.

O que aconteceu ali não foi apenas um evento.

Foi um ato de narrativa territorial: uma cidade que já era reconhecida pela eficiência, planejamento e inovação agora adiciona uma camada emocional, simbólica e aspiracional à sua reputação.

Por trás das luzes e desfiles, existe uma verdade simples:

Curitiba não copiou uma festa. Curitiba construiu significado.

Cultura → Narrativa → Reputação.

É a mesma fórmula que empresas lutam para executar — e que cidades, quando entendem seu propósito, conseguem materializar de forma poderosa.

Escrevi uma coluna inteira sobre isso, analisando como Curitiba transformou Natal em ativo estratégico. (Clique aqui e confira).


E essa mesma lógica se conecta perfeitamente com esta reflexão: não existe narrativa forte sem cultura forte.

2. Comunicação interna virou estratégia central — não acessório

Se 2025 trouxe um insight que todas as lideranças deveriam internalizar, é este: cultura é reputação interna; reputação é cultura para fora.

E o elo entre essas duas camadas é a comunicação.

Equipes desinformadas, sobrecarregadas ou desalinhadas geram:

  • ruído
  • desgaste
  • erros
  • retrabalho
  • crises públicas
  • queda de performance

Por outro lado, vimos empresas que transformaram comunicação interna em vantagem competitiva — reduzindo atrito, alinhando expectativas e fortalecendo senso de pertencimento.

Lideranças que comunicam mal produzem equipes que produzem mal. Lideranças que comunicam bem produzem equipes que sustentam reputação.

E, em dezembro, isso fica especialmente evidente. É o mês em que times estão emocionalmente fragilizados, fechando ciclos e avaliando se continuarão ou não em 2026.

É quando líderes deveriam comunicar mais, não menos.

3. A reputação de 2026 será decidida agora — na cultura de 2025

Não existe reputação que sobreviva a uma cultura frágil.
Nem narrativa que sobreviva a uma prática inconsistente.
Nem propósito que sobreviva a líderes incoerentes.

Em 2025, vimos:

  • empresas que perderam credibilidade por contradição entre discurso e prática
  • empresas que ganharam relevância por coragem, transparência e consistência
  • empresas que sobreviveram a crises porque sua cultura era mais forte que o ruído externo
  • empresas que ruíram porque sua cultura não sustentava seu branding

A conclusão é direta: a reputação de 2026 será proporcional à coragem cultural de 2025.

E este é o ponto em que muitas empresas tropeçam: planejam metas de janeiro sem revisar a cultura de dezembro.

Movimentos que líderes de alta performance estão fazendo agora — antes do Natal

Enquanto a maioria corre para fechar o ano, líderes inteligentes estão fazendo três movimentos fundamentais.

1. Revisando a cultura como prioridade estratégica

A pergunta-chave deixou de ser: “Quais são nossos valores?”

E passou a ser: “Como nossa equipe vive esses valores no dia a dia?”

Porque cultura não é documento. É comportamento coletivo.

2. Fortalecendo comunicação interna como ferramenta de alinhamento emocional e estratégico

Decisão mal comunicada vira ruído.
Ruído vira desgaste.
Desgaste vira crise.

A liderança de 2026 será menos técnica e mais comunicativa.
Menos vertical e mais clara.
Menos controladora e mais coerente.

3. Construindo 2026 de dentro para fora

Metas podem esperar.
Pessoas, não.

Líderes que começam planejamentos olhando para dentro — cultura, clima, comunicação, rituais, expectativas — entram no novo ano mais fortes que os concorrentes.

Porque estratégia não sustenta cultura.
Mas cultura sustenta qualquer estratégia.

Natal, cultura e o início de um novo ciclo

Às vésperas do Natal, Curitiba se ilumina e transforma simbolismo em ativo.


O menino peruano nos lembra que propósito move aqueles que têm coragem.
E as empresas chegam ao momento definitivo do ano: olhar para dentro com honestidade.

Reputação não nasce em janeiro.
Ela é construída silenciosamente durante o ano — e revelada em dezembro.

2026 será o ano das marcas que souberem alinhar propósito, cultura e narrativa de forma viva — e não decorativa.

E, se 2025 nos ensinou algo, foi isso:

cultura verdadeira move organizações.
propósito verdadeiro move pessoas.
narrativa verdadeira move reputações.

E quando esses três elementos se encontram, 2026 não começa no calendário — começa na cultura.

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Leonardo Fagundes é estrategista de comunicação e reputação, especialista em posicionamento de marcas, líderes e narrativas. CEO da Apex Comunicação (APX), integra Inteligência Artificial ao PR para construir autoridade real e resultados consistentes. Assina análises sobre branding, narrativas corporativas e influência estratégica, conectando negócios, imagem pública e comunicação de alto impacto.

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