A região Sul registrou 1.739.954 tentativas de fraude entre janeiro e setembro de 2025, segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil.
O volume corresponde a 16,0% de todas as ocorrências contabilizadas no país no período e reforça a relevância da região no cenário nacional de crimes digitais.
No recorte nacional, foram 10,8 milhões de diligências acumuladas até setembro, e a datatech estima que o ano deve encerrar com mais de 14 milhões de tentativas de fraude em todo o Brasil, refletindo a pressão contínua desse tipo de crime sobre consumidores e empresas.
Entre os estados do Sul, o Paraná liderou em volume absoluto, com 692.759 tentativas de fraude, seguido por Rio Grande do Sul (606.041) e Santa Catarina (441.154).
“O avanço das tentativas de fraude acompanha diretamente o crescimento das transações digitais no país. À medida que consumidores e empresas aceleram sua presença online, também se expande o espaço de atuação dos criminosos, que exploram cada ponto vulnerável das jornadas digitais. Esse cenário reforça a necessidade de que as tecnologias antifraude evoluam no mesmo ritmo da digitalização, combinando camadas de proteção, como biometria, análise de dispositivos e comportamento, para bloquear riscos antes que se convertam em prejuízo”, afirma o Diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Rodrigo Sanchez.
Bancos e serviços financeiros concentram a maior parte das tentativas de fraude
Ao todo, bancos, emissores de cartões e instituições financeiras concentram 60% das tentativas de fraude mapeadas nos nove primeiros meses do ano.
Ainda de acordo com o executivo, esse recorte mostra como os fraudadores priorizam ambientes em que conseguem monetizar rapidamente as diligências, ao mesmo tempo em que exploram em outros setores.
Os segmentos de “Serviços”, “Telefonia” e “Varejo”, por serem múltiplos pontos de acesso para cadastros, assinaturas e transações online, compõem um ecossistema de risco que atravessa todo o mercado de consumo digital.
As vítimas de 26 a 50 anos concentram, em conjunto, 58,9% de todas as tentativas de fraude mapeadas no período, evidenciando que o foco dos criminosos recai justamente sobre o público em plena atividade econômica e com maior intensidade de uso dos canais digitais.
“Na prática, os dados indicam que quase seis em cada dez diligências fraudulentas miram pessoas em idade produtiva, com maior acesso a crédito, serviços financeiros e compras online. Mas é importante dizer que, embora menos presentes em volume relativo, as ocorrências que miram públicos mais jovens e mais velhos ainda são alarmantes e têm aumentado acompanhando o ritmo da aceleração da digitalização. Os golpistas estão cada vez mais espertos e usufruindo de ferramentas para fazer fraudes mais rapidamente e de maneira cada vez mais personalizada”, declara Sanchez.
Fraudes são identificadas sobretudo por checagem cadastral e validação biométrica
Na análise por modalidade de detecção, as inconsistências cadastrais seguem como principal frente de identificação das tentativas de fraude, respondendo por 51,4% das ocorrências mapeadas entre janeiro e setembro de 2025.
Em seguida, aparecem as validações ligadas à autenticidade de documentos e biometria, que concentraram 33% das diligências, enquanto os comportamentos suspeitos em dispositivos, como padrões associados a históricos de fraude, representaram 15,6% dos casos.
“Fraudadores estão o tempo todo testando novas brechas e formatos de ataque, por isso as empresas precisam estar sempre um passo à frente, combinando diferentes tecnologias de autenticação de identidade”, argumenta Sanchez. “Uma proteção em camadas é essencial para transformar dados em proteção real, identificando as tentativas de fraude ainda na origem.”