A balança comercial do Paraná fechou o mês de junho com superávit de US$ 36,70 milhões, resultado de exportações que somaram US$ 1,83 bilhão e importações de US$ 1,80 bilhão. A corrente de comércio atingiu US$ 3,63 bilhões no período.
Os dados constam no Boletim do Comércio Exterior da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), com base em informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Apesar da queda nas exportações de dois dos principais produtos da pauta estadual, a soja (-37,28%) e carne de aves (-30,00%), o mês de junho registrou avanço expressivo em outras áreas, com destaque para o setor automotivo.
As exportações de veículos de passageiros cresceram 196,44% em relação a junho de 2024, totalizando US$ 80,84 milhões. Veículos rodoviários somaram US$ 43,46 milhões, com crescimento de 250,61%, e os veículos para transporte de mercadorias e usos especiais atingiram US$ 41,51 milhões, com alta de 91,77%.
Para o assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, o desempenho da indústria automotiva reforça o protagonismo do Paraná nesse setor.
“Mesmo em um cenário global de desaceleração nas commodities, os números mostram que a indústria automotiva paranaense tem ampliado sua competitividade e consolidado sua posição como um dos motores da economia estadual”, afirma.
Nas importações, os produtos mais adquiridos pelo Paraná foram adubos ou fertilizantes químicos (US$ 307,90 milhões), com elevação de 18,73%, e partes e acessórios de veículos (US$ 112,77 milhões), que cresceram 14,52% no comparativo anual.
Entre os principais destinos das exportações paranaenses, a China manteve a liderança com participação de 23,59%, apesar da queda de 36,48% em relação a junho do ano passado.
A Argentina, porém, figura como o segundo principal parceiro comercial paranaense, com aumento expressivo de 166,55% nas exportações, alcançando 9,10% do volume comercializado pelo estado.
A nova política tarifária dos Estados Unidos impactou as exportações, que caíram 7,1% na variação anual, posicionando o mercado americano na terceira posição do ranking, com uma participação de 6,9%.
Historicamente, o Paraná apresenta déficits na balança comercial com os Estados Unidos, em 2017 e 2019, por exemplo, o saldo negativo ultrapassou US$ 1,3 bilhão. Contudo, essa tendência se inverteu em 2024, quando o estado registrou um superávit de US$ 108 milhões, resultado que se manteve positivo também em 2025.
“Quando determinados mercados passam a impor restrições ou reduzem a demanda, o empresariado busca alternativas. O avanço da Argentina como segundo maior destino das exportações é um sinal positivo de diversificação e abertura de novas oportunidades comerciais para o Paraná”, analisa Dezordi.
Além da Argentina, outros países ampliaram significativamente suas importações do Paraná, entre eles a Argélia (540,00%), Omã (243,03%), Índia (160,57%) e Singapura (92,72%).
Nas importações, a China também é o principal parceiro comercial, com 23,29% de participação e crescimento de 13,13% no período.
Já os Estados Unidos, embora tenham reduzido suas compras de produtos paranaenses, aumentaram em 27,60% o volume exportado ao estado. As importações da Argentina também cresceram, com elevação de 10,93%.