Aos 91 anos, o astrônomo José Manoel Luís da Silva, é um dos protagonistas do documentário Aurora Boreal: Amor em Forma de Luzes e Cores, onde explica de forma científica e acessível o fenômeno que fascina gerações.
Com um currículo impressionante, José Luís atuou no Projeto Apollo entre 1968 e 1973, participando diretamente de 10 missões, incluindo a icônica Apollo 11, que, em 1969, levou o primeiro homem à Lua.
Ele integrou a equipe de cientistas brasileiros responsáveis pela observação e catalogação de eventos lunares inusitados, fornecendo dados fundamentais à NASA para elucidação de fenômenos lunares, até então inexplicáveis e para decisões estratégicas de voo e segurança.
Sua paixão pelo céu começou ainda na infância: aos sete anos, subia em árvores para “ficar mais perto das estrelas”. Pesquisador apaixonado pela observação astronômica, formou-se em Física e Matemática pela UFPR. Especializou-se no estudo de estrelas variáveis e foi um dos fundadores da Sociedade Astronômica Brasileira, que completou 50 anos em 2024, e um dos fundadores da Associação Brasileira de Planetários.
Além da trajetória científica, teve papel essencial como educador. Dirigiu o Observatório Astronômico e o Planetário do Colégio Estadual do Paraná, onde inspirou gerações a olhar para cima com mais curiosidade.
“Uma vez que nós moramos na Terra, e como eu sempre digo: nós estamos no céu, porque a Terra está no céu. Então, nós nascemos no céu”, reflete.
Sua história também se conecta a iniciativas de popularização da ciência, como a do Planetário Prof. Dr. Francisco José Gomes Ribeiro, do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, que oferece gratuitamente sessões infantis e para o público geral um domingo por mês, promovendo o encantamento com o Universo desde cedo.
Esses programas foram criados em 1978 pelo Professor José Luís e hoje prosseguem com o Professor Amauri Pereira, atual diretor, que foi seu aluno.
“Sem curiosidade, não há ciência. E sem Matemática e Física, não há como prever um eclipse ou enviar um foguete para Júpiter”, afirma.
No documentário, Silva narra com precisão como o Sol interage com o campo magnético da Terra para formar as auroras.
Dirigido por Júlio Mauro, o filme reúne imagens impactantes captadas por Marco Brotto pelo Círculo Polar Ártico, passando por Islândia, Groenlândia, Canadá, Noruega, Alasca, Ilhas Faroé, entre outros destinos.