A educação na vida de João Hofmeister pode ser entendida como uma força motriz pelo conhecimento, mas também como exemplo de determinação e propósito.
O jovem curitibano está nos Estados Unidos, em Harvard, para cursar o mestrado em Políticas Públicas, com bolsa de estudos integral concedida pelo Belfer Center for Science and International Affairs (em português, Centro Belfer de Ciência e Relações Internacionais).
Esse é um exemplo de trajetória construída, planejada e organizada desde muito cedo.
“Eu sempre tive o objetivo de estudar nos Estados Unidos, mas não imaginei estar em um lugar de tanto prestígio como Harvard”, afirma o estudante.
João conta que é a junção de muitos esforços empenhados ao longo da vida, desde o nono ano, de domingo a domingo, além de se engajar em projetos escolares extracurriculares e de voluntariado, culminando com a formação no Positivo International School e o aperfeiçoamento desse conhecimento com o curso de Relações Internacionais, na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
“Não foi fácil conseguir a bolsa. É um processo, eu diria, de anos de aplicação. Eu fiz um processo seletivo à parte para conseguir a bolsa, tive que escrever alguns textos, enviar o currículo, explicar como a bolsa se encaixava com meu perfil e com as minhas experiências ao perfil do Centro”, explica o estudante.
Assim como João, outros 16.877 mil alunos brasileiros estão em instituições de ensino americanas. O Brasil ocupa a nona posição entre as nações que mais enviam alunos para os Estados Unidos, segundo dados do relatório Open Doors 2024, censo oficial da educação internacional nos EUA, realizado pelo Departamento de Estado do país.
João foi aprovado em cinco universidades americanas: Stanford, Johns Hopkins, Georgetown, George Washington e Harvard. Também foi aprovado na Alemanha, na Hertie School.
Mas ele não trilhou esse caminho sozinho, viu que a base para percorrer o sonho acadêmico de uma década seria traçada em um bom colégio, com apoio dos professores e suporte familiar.
“Me alfabetizei no Colégio Positivo – Júnior e ali aprendi os meus gostos e interesses por geografia, história e filosofia. Quando entrei no Positivo International School, consegui dar profundidade e avançar no conhecimento. Foi nesse lugar que também consegui me engajar muito com a comunidade escolar”, pontua o estudante.
“Fiquei muito feliz com a aprovação do meu filho no mestrado em Harvard, mas meu maior orgulho está na trajetória que ele construiu. O João descobriu cedo o que queria e foi determinado em seguir o caminho até alcançar seus objetivos”, declara Ronaldo Hofmeister, pai do estudante.
Além do suporte familiar, o apoio pedagógico e suplementar educacional fez toda a diferença. As experiências proporcionadas no Positivo International School seguem a estrutura curricular IB – International Baccalaureate – modelo que estimula habilidades e cultiva ideias globais do século XXI.
“O desenvolvimento de habilidades e competências tem um valor muito grande nesse tipo de conquista. O auto gerenciamento, estímulo ao pensamento crítico e a comunicação, são fatores mais importantes do que alcance de uma nota alta numérica, pois mostram como o aluno gerencia conflitos e situações adversas, além de promover um perfil mais criativo e autônomo”, explica a coordenadora pedagógica do Ensino Médio (IBDP coordinator) e professora de IBDP Visual Arts do Positivo International School, Juliana Maria Lazari.
Segundo ela, em geral, a seleção de alunos para esse modelo de programa, como o IB, requer um olhar mais holístico sobre o desempenho dos alunos.
“O que vai ao encontro da demanda do mercado de trabalho, no qual essas demandas são essenciais”, destaca a professora.
O passo a passo até Harvard
1 – Começar cedo
Um dos segredos do sucesso de João é começar a se preparar cedo. Ele começou ainda no sexto ano do Ensino Fundamental, com participação em projetos de pesquisa, feiras de ciências, criação de projetos de voluntariado, além de exercitar a liderança dentro e fora de sala de aula.
“É difícil ter uma receita de bolo, o processo é muito individual porque cada pessoa tem interesses diferentes, mas o essencial é descobrir o que o mundo espera de você no futuro, o que você gosta de fazer e exercitar as suas habilidades potenciais”, aconselha.
2 – Incentivo acadêmico
Outro critério que o estudante destaca refere-se a fazer boas escolhas para escolas que incentivam a parte acadêmica de pesquisa e inovação.
“Comecei a discutir política internacional no colégio e ali trilhei o meu caminho”, diz João, que fundou e liderou durante três anos, ainda no Ensino Médio, projetos sociais e fundou o Modelo das Nações Unidas – uma simulação educacional da Organização das Nações Unidas (ONU) – em que os estudantes podem vivenciar a função de um diplomata, debater e encontrar soluções para problemas que afetam as comunidades globais.
3 – Protagonismo
Participar de atividades extracurriculares, criar projetos com impacto social e exercitar a liderança são algumas recomendações do estudante.
O envolvimento com as atividades escolares é um passo importante para moldar a vida profissional. João fundou os clubes na escola, liderou grupos, desenvolveu projetos de voluntariado, apoio a refugiados, além de dispor especial atenção ao aperfeiçoamento do inglês.
4 – Acreditar e gostar do que faz
O envolvimento com projetos desde cedo é apontado pelo estudante como um fato essencial de descoberta, para compreender a afinidade com a pesquisa ao ponto de fazer dela um objetivo profissional. Para o jovem, acreditar e gostar do que faz é o que dá sustentação para a caminhada acadêmica. Até chegar em Harvard, o estudante atuou com educação política, deu aulas, trabalhou com pessoas cegas e ministrou vários workshops.
5 – Buscar qualificação
Buscar qualificação para ampliar o currículo e como forma de desenvolver as habilidades necessárias para concorrer por vagas e bolsas de estudos em universidades internacionais é outro passo muito importante. João, por exemplo, foi aprovado em seis universidades de prestígio internacional, mas escolheu Harvard porque essa sempre foi sua meta.