Com margens pressionadas e a busca constante por maior eficiência operacional, a automação tem ganhado espaço na saúde privada. Projeções indicam que, até 2030, a receita desse mercado no setor médico brasileiro pode alcançar US$ 2,11 bilhões, refletindo sua rápida expansão e impulsionada por uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) estimada em 8,8%, segundo levantamento da Grand View Research.
“A automação se tornou uma aliada estratégica para a saúde, ajudando agerar ganhos significativos de eficiência e agilidade e muitas vezes redução dos custos operacionais”, diz Gilson França, CEO da Weega Technologies, desenvolvedora das soluções tecnológicas para empresas médicas.
Entre as principais tecnologias utilizadas pelo setor estão as soluções ligadas à administração do fluxo financeiro, que aceleram o processamento de contas hospitalares e as ferramentas que ampliam a capacidade de tomada de decisão.
“São tecnologias que tornam os processos complexos mais eficientes, gerando informações de forma mais amigável permitindo a tomada de decisão mais efetiva”, destaca França.
Um exemplo concreto de que quem não adotar essas soluções ficará em desvantagem está nos números do mercado global de gerenciamento do ciclo de receita (Revenue Cycle Management – RCM) — conjunto de tecnologias, serviços e processos utilizados por hospitais, clínicas, laboratórios e demais prestadores de saúde para administrar o fluxo financeiro associado ao atendimento de pacientes.
Esse mercado, estimado em US$ 133 bilhões em 2024, deve alcançar impressionantes US$ 300,92 bilhões até 2032, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 12,35% no período de 2025 a 2032.
Soluções como o Yantra BOT, por exemplo, criado pela Weega, processa o fechamento das contas, do pronto atendimento, internação, ambulatório e exames, com alto nível de eficiência, validando regras de faturamento, identificando inconsistências e minimizando o volume de glosas.
A tecnologia reduz até 90% do tempo de processamento e queda expressiva no risco de glosa, ou seja, divergências ou recusas de pagamento para reapresentação.
Segundo o CEO da Weega, a média de tempo de processamento por conta varia entre 40 e 115 segundos, liberando as equipes para se concentrarem em tarefas mais estratégicas e diminuindo a necessidade de ampliar estruturas físicas e operacionais. Até agora, a solução já processou 510 mil contas, totalizando R$ 212 milhões em valor faturado.
“Na prática, isso significa mais contas fechadas, mais rápido e com menos retrabalho. O tempo de processamento por conta caiu de 5–10 minutos (processamento manual) para apenas 40 a 115 segundos com o ‘robô’. Esse ganho de velocidade reduz o ciclo de faturamento, que podia levar até 21 dias, para menos de 14 horas em ambientes com grande volume”, explica França.
Outra tecnologia que vem se destacando no mercado é o BSA (Business Data Analysis), que permite navegar por indicadores como glosa, tempo de recebimento, ocupação hospitalar, giro de leitos, média de permanência, gestão de suprimentos, cirurgias, faturamento pendente, tudo com acesso pela web.
A solução reduz processos que antes levavam seis meses para apenas um, trazendo mais eficiência e controle operacional.