O GCEE – Grupo Cataratas de Eficiência Energética, equipe de estudantes de Foz do Iguaçu, foi destaque na Shell Eco-marathon Brasil 2025, realizada no Píer Mauá, no Rio de Janeiro. A equipe conquistou o eletrizante título de Vencedor na categoria Conceito Urbano – Célula de Hidrogênio (Urban Concept – Hydrogen Fuel Cell), considerada a mais desafiadora da competição e uma das mais avançadas em termos de inovação tecnológica.
A Shell Eco-marathon é reconhecida mundialmente como uma das principais competições de eficiência energética, reunindo talentos que projetam, constroem e testam veículos protótipos movidos por diferentes fontes de energia.
Nesta edição, participaram 44 equipes e cerca de 500 estudantes de Brasil, Peru, Colômbia e México, divididos entre categorias de combustão interna, bateria elétrica e hidrogênio.
“Este prêmio é resultado de muito esforço, estudo e dedicação. Representar Foz do Iguaçu e mostrar o potencial da nossa equipe em um evento internacional é um orgulho enorme para todos nós”, comemorou a capitã Giulia Demarchi, estudante de engenharia mecânica, emocionada após a conquista.
Uma trajetória de inovação
O GCEE nasceu em 2009, na Unioeste, dentro do Itaipu Parquetec. Desde então, tornou-se um espaço para que estudantes de Engenharia Mecânica e Elétrica desenvolvessem projetos de veículos de eficiência energética.
Ao longo dos anos, a equipe evoluiu de protótipos movidos a gasolina e etanol para elétricos e, mais recentemente, integrou alunos de diferentes áreas como Computação, Energia, Química e Materiais, ampliando a multidisciplinaridade.
Em 2023, o grupo deu um passo ousado: tornou-se a primeira equipe da América Latina a desenvolver um veículo Conceito Urbano movido a hidrogênio para competir na Shell Eco-marathon.
O projeto exigiu três anos de dedicação, sendo dois apenas na manufatura do veículo, que se tornou o cartão de visitas do GCEE na competição.
Emoção na pista
O ponto mais marcante da jornada aconteceu na volta final da competição. A piloto precisava completar 10 voltas em 25 minutos, totalizando 8,75 km. Era uma meta nunca antes atingida pelo time em provas oficiais.
“Nós nunca tínhamos alcançado essa marca em uma competição. Quando ela abriu a última volta, só rezávamos para que desse certo. Quando o carro cruzou a linha de chegada, a emoção tomou conta. Foi um dos momentos mais emblemáticos de toda a trajetória da equipe”, relembra Giulia.
Giulia compartilha que conciliar diferentes perfis acadêmicos e manter a motivação foi um dos principais desafios enfrentados. Segundo a capitã, a resiliência e a capacidade de gestão foram determinantes para alinhar esforços individuais em torno de um objetivo comum.
“Toda vitória é coletiva, e a nossa começou antes mesmo do campeonato. Essa gestão envolve o comprometimento e a dedicação de todos. Sem a resiliência da equipe antes do prêmio, não teríamos alcançado a vitória”, reforça.
Agora o grupo se prepara para o próximo passo: aumentar a performance e mirar ainda mais alto. O GCEE quer aprimorar seus índices de eficiência energética, buscando resultados equivalentes aos das principais equipes internacionais, que atingem entre 250 e 400 km/m³.
Já está nos planos o desenvolvimento de um novo veículo, com previsão de estreia em 2026, seja na Shell Eco-marathon Americas, em Indianápolis (EUA), ou em uma nova edição da competição no Brasil.
“Hoje me encho de orgulho em ver que os olhos da mobilidade sustentável estão voltados para Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Foi aqui que conseguimos incentivos e apoio à nossa pesquisa para mostrar ao mundo a viabilidade de novas soluções na mobilidade”, reforça Giulia.
A expectativa é que tais soluções possam um dia repercutir positivamente na mobilidade urbana.