Pesquisar

Negligenciar sobrecarga transforma a saúde mental em passivo trabalhista

negligenciar sobrecarga economiapr
Foto: Divulgação

A negligência com a saúde mental dos colaboradores já deixou de ser apenas uma falha de gestão. Ignorar riscos como assédio, estresse crônico e burnout pode resultar em ações trabalhistas, aumento de custos previdenciários, sanções administrativas e perda de valor reputacional.

Com o avanço das normas que ampliam a responsabilidade legal das empresas sobre o bem-estar psicológico no trabalho, áreas como Recursos Humanos e Jurídico precisam agir em conjunto.

Para orientar esse movimento, a Andersen Ballão Advocacia promove, no dia 15 de outubro, em Curitiba, o evento Riscos Psicossociais no Ambiente de Trabalho, com foco em prevenção, conformidade e governança organizacional. O encontro é gratuito, aberto ao público empresarial e será realizado na sede do escritório.

A capacitação contará com a participação da advogada Daniele Esmanhotto Duarte, especialista em direito do Trabalho da ABA, e da consultora de Recursos Humanos Karla Santos. A proposta da palestra é apresentar os impactos jurídicos, os sinais de alerta e as boas práticas que as empresas podem adotar desde já para fortalecer uma cultura de cuidado, bem-estar emocional e segurança judicial.

Daniele Duarte explica que a mudança legal promovida pela nova redação da NR-1 (Norma Regulamentadora nº 1) exige uma nova postura das empresas em relação à saúde mental dos colaboradores.

A norma, que passa a integrar formalmente os riscos psicossociais às diretrizes de segurança e saúde no trabalho, impõe às organizações a responsabilidade de identificar, avaliar e prevenir fatores como sobrecarga, assédio e esgotamento emocional.

“A prevenção deixa de ser uma escolha de gestão e passa a ser uma obrigação legal”, afirma a advogada.

Para ela, ignorar esses aspectos pode gerar impactos significativos.

“A omissão pode levar a um aumento expressivo de ações trabalhistas, elevação dos custos previdenciários, multas administrativas e ainda comprometer a reputação da empresa no mercado”, alerta.

Na avaliação da especialista, o setor jurídico terá papel central nessa adaptação.

“O profissional do Direito precisa estar ao lado do RH na revisão de regulamentos internos, na orientação dos gestores e na implementação de canais eficazes de denúncia.”

Ela reforça que o momento é de preparar as organizações não apenas para cumprir a norma, mas para reduzir riscos e demonstrar compromisso com os princípios de ESG.

Karla Santos complementa o debate com a perspectiva prática de quem atua com gestão de pessoas. Para ela, o maior erro das empresas é tratar saúde mental como tendência e não como estratégia. É preciso transformar intenções em ações contínuas.

Segundo Karla, isso começa com o diagnóstico do clima organizacional, passa pela capacitação dos líderes e depende de uma comunicação transparente e alinhada com a cultura de segurança psicológica.

“A saúde mental precisa estar no planejamento da empresa, com metas claras, acompanhamento constante e o patrocínio direto da alta liderança”, afirma.

A consultora destaca ainda que empresas maduras conseguem comprovar o retorno do investimento em bem-estar.

“Quando esse tema é levado a sério, vemos menos afastamentos, mais engajamento e até impacto positivo nos resultados financeiros”, diz.

Para Karla, o momento de agir é agora.

“As organizações que iniciarem esse movimento com consistência estarão mais preparadas para o que vem pela frente, jurídica e estrategicamente.”

Compartilhe

Leia também

azul emprestimo economiapr

Franquia do PR comercializa mais de 900 unidades no Brasil

Mulheres tecnologia Economia PR

Estudo aponta setores que lideram contratações de mulheres em TI

Paraná Exportações Economia PR

PR amplia liderança em setores-chave de exportações