*Por Bruno Lage, administrador com MBA em Finanças (FGV); atuou em grandes bancos e family offices e, em Curitiba, cofundou a Catálise com Marcelo Aoki.
Se eu tivesse que resumir o mercado de crédito no Brasil hoje, diria que vivemos uma transformação notável. O momento é de cautela, mas a luz ao fim do túnel existe e abre caminho para novas oportunidades.
O aperto nas condições bancárias, somado aos juros ainda elevados, vem cedendo espaço a instrumentos alternativos. É nesse contexto que os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) emergem como protagonistas.
Os números confirmam a força dos FIDCs. Em 2024, o patrimônio líquido alcançou R$ 635,7 bilhões, alta de 42,11% em relação ao ano anterior, segundo a Uqbar (Tudo Sobre FIDCs).
A captação líquida somou R$ 113,5 bilhões, 185% acima de 2023 — consolidando os FIDCs como uma das principais alternativas de financiamento para empresas e de alocação para investidores.
De um lado, pequenos e médios negócios encontram nos FIDCs condições mais competitivas do que no crédito bancário tradicional. Do outro, investidores institucionais buscam retorno acima da renda fixa, sem a volatilidade típica da bolsa.
Essa combinação ajuda a explicar a velocidade do crescimento.
Com projeções que apontam para um patrimônio próximo de R$ 1 trilhão até o fim de 2025, os FIDCs tendem a ganhar ainda mais espaço no novo ciclo do crédito brasileiro. Minha leitura é que eles funcionam como uma ponte necessária entre empresas carentes de financiamento e investidores em busca de diversificação.
Mas essa ponte só será segura se for construída com disciplina, governança sólida e análise criteriosa de risco. É exatamente assim que operamos na Catálise: estruturando e gerindo FIDCs com rigor técnico, alinhamento de interesses e transparência para que o capital chegue a quem precisa, com mais segurança e sempre com propósito.