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IoT avança na logística para reduzir perdas em pátios e CDs

IoT Logística Bindflow Economia PR
Foto: Divulgação

A Internet das Coisas segue em curva de adoção acelerada em setores críticos da infraestrutura, incluindo transporte e logística. A consultoria IoT Analytics projeta que, até o final de 2025, o mundo terá cerca de 27 bilhões de dispositivos conectados à internet em todos os segmentos da economia.

No Brasil, o cenário logístico torna essa expansão especialmente relevante. Dos mais de 1,7 milhão de quilômetros de estradas existentes no país, apenas 12,4% são asfaltados, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT). A mesma entidade aponta que 66,5% da malha viária apresenta algum tipo de deficiência.

Os custos logísticos, por sua vez, chegaram a 13% do PIB, de acordo com dados de 2025 da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), quase o dobro da média dos países desenvolvidos.

Nesse cenário, soluções baseadas em IoT vêm sendo aplicadas para ampliar o controle operacional em centros de distribuição e áreas de carga. Um exemplo é o sistema desenvolvido pela BindTrack, unidade da curitibana Bindflow, que utiliza antenas, sensores e tags conectadas para monitorar em tempo real a movimentação de veículos em pátios logísticos.

A tecnologia permite registrar eventos como entrada em portarias, acesso à balança e alocação nas docas, além de emitir alertas automáticos em casos de desvios de rota ou posicionamento incorreto.

Segundo o gerente da BindTrack, César Villela, pequenos erros operacionais podem gerar impactos relevantes, como o carregamento errado de um caminhão e a necessidade de retrabalho.

“Com a automação, isso é evitado de forma precisa e confiável” afirma.

Ele ressalta que as soluções desenvolvidas pela empresa são projetadas para se integrar aos sistemas já utilizados pelas companhias e que conseguem se adaptar a diferentes estruturas operacionais.

A tecnologia tem sido aplicada inclusive em ambientes com infraestrutura limitada, como pátios portuários ou áreas agrícolas sem rede elétrica ou conectividade. Nesses casos, são utilizadas antenas com suporte a 4G e alimentação solar. Em regiões com alta exposição à maresia, os conectores precisaram ser redesenhados para evitar corrosão.

Além da logística de transporte, a empresa tem testado aplicações em outras frentes operacionais. Em uma das provas de conceito, sensores RFID foram usados para monitorar o tempo de permanência de trabalhadores em câmaras frias, com alertas automáticos emitidos quando os limites definidos pelas normas internas eram ultrapassados.

Outro projeto, ainda em negociação, trata do rastreamento de paletes reutilizáveis, itens que representam perdas significativas em operações de grande escala.

Villela afirma que o diferencial está na possibilidade de configurar regras específicas para cada tipo de operação, usando os dados coletados em campo para gerar eventos automatizados e ações em tempo real.

“Cada operação tem sua lógica, e é nisso que focamos: criar automação para onde o ERP ou WMS não dá conta sozinho” resume.

Com atuação desde 2021, a BindTrack desenvolve projetos sob medida voltados à automação de fluxos logísticos em setores como agronegócio, indústria e distribuição. A unidade integra o portfólio da Bindflow, grupo com sede em Curitiba, que também atua nas áreas de saúde, pagamentos e gestão financeira.

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