Pesquisar

Como o ecossistema de inovação de Foz do Iguaçu avança em 2025

ecossistema de inovação foz do iguaçu economia pr

O ecossistema de inovação de Foz do Iguaçu vive um momento de expansão e consolidação em 2025, impulsionado por iniciativas que conectam ciência, tecnologia, educação e empreendedorismo em escala regional e trinacional.

A cidade tem se destacado como um corredor estratégico de inovação na América Latina, com o Itaipu Parquetec desempenhando um papel central na integração entre universidades, setor produtivo e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento territorial sustentável.

Entre 22 e 25 de outubro, o Itaipu Parquetec sedia a segunda edição do Festival Iguassu Inova, considerado um dos maiores encontros de inovação, ciência e tecnologia do Sul do país.

A expectativa é reunir cerca de 50 mil visitantes em atividades que vão de hackathons e rodadas de negócios a debates sobre diversidade e inclusão digital, envolvendo instituições do Brasil, Argentina e Paraguai.

A integração entre Latinoware, FIciências e outras frentes voltadas à formação de talentos transforma o festival em um catalisador de conexões e novos projetos.

Esse fortalecimento do ambiente inovador em Foz do Iguaçu tem refletido em impactos econômicos e sociais mensuráveis, com aumento da cooperação acadêmica, geração de oportunidades para jovens e fortalecimento da cultura empreendedora regional. A presença de grandes players institucionais e o posicionamento trinacional ampliam as possibilidades de internacionalização e atração de investimentos.

Para entender melhor esse cenário, o Economia PR Drops conversou com o Professor Colombo, Diretor-Superintendente do Itaipu Parquetec, sobre os avanços recentes do ecossistema, o papel das universidades e o protagonismo do Festival Iguassu Inova na estratégia de desenvolvimento sustentável e competitivo da tríplice fronteira. Confira:

Como vocês avaliam a evolução do ecossistema de inovação em Foz do Iguaçu e região nos últimos anos? Quais foram os principais avanços e quais ainda são os maiores desafios?

Colombo: Podemos dizer que, a cada ano, é perceptível o avanço e a contribuição do Itaipu Parquetec para Foz do Iguaçu. Temos atuado com soluções estratégicas tanto para a comunidade quanto para o mercado, realizando pesquisas, desenvolvendo aplicações práticas, apoiando startups e empresas, firmando parcerias e criando programas de capacitação voltados à comunidade local, com o propósito de fortalecer o empreendedorismo e a inovação aplicada. Além disso, contribuímos diretamente para a geração de empregos qualificados e para o desenvolvimento sustentável e econômico da região, tornando Foz do Iguaçu cada vez mais inovadora, competitiva e conectada às demandas atuais. De acordo com estudos do IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Foz do Iguaçu vem se consolidando como um dos principais polos de inovação e conhecimento do Paraná, impulsionado pela presença de instituições científicas e tecnológicas, universidades, centros de pesquisa e iniciativas empreendedoras que, em conjunto com o Itaipu Parquetec, formam um ecossistema de inovação robusto e articulado. Esses indicadores reforçam o papel do Itaipu Parquetec como indutor do desenvolvimento territorial sustentável, em consonância com o que o IPARDES define como:

“ecossistemas de inovação capazes de dinamizar economias locais, gerar valor agregado e ampliar oportunidades de inclusão produtiva e tecnológica.”

Segundo dados do IPARDES, a atuação do Itaipu Parquetec apresenta impacto direto na economia paranaense: a cada R$ 1,00 investido pelo Itaipu Parquetec, são agregados R$ 1,19 ao PIB Paranaense em 2023 e R$ 1,29 em 2024, demonstrando o alto retorno econômico e social das iniciativas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação conduzidas pelo Parque. Tudo isso reafirma o nosso compromisso em transformar inovação em bem-estar social, conectando conhecimento, tecnologia e pessoas para gerar impacto positivo na sociedade e no território.

A unificação do Latinoware e FIciências no Festival Iguassu Inova representa uma estratégia interessante. Como essa integração fortalece o ecossistema local e quais sinergias vocês observaram na prática?

Colombo: A unificação do Latinoware com o FIciências no Festival Iguassu Inova trouxe algo que antes não era tão evidente: a conexão entre diferentes áreas, públicos e toda a comunidade. Antes, cada evento acontecia de forma independente. Agora, eles continuam separados, mas dentro do mesmo festival, o que permite uni-los, aproximar os públicos e mostrar o que cada um tem de melhor e mais interessante. Ou seja, o festival é como uma grande vitrine, ele traz visibilidade para iniciativas locais e mostra o potencial da inovação, ciência, tecnologia e da própria cultura para a região.

Com 35 mil visitantes na primeira edição, que impactos concretos vocês já conseguem mensurar, seja em termos de conexões geradas, negócios fechados, projetos iniciados ou parcerias estabelecidas?

Colombo: Na primeira edição, já vimos o quanto o festival pode ir além. E ao longo do pré-evento deste ano, parece que vamos ultrapassar nossa meta, com mais público, possíveis parceiros e conexões estratégicas chegando para fortalecer ainda mais o ecossistema. Mas, mais do que números, sempre buscamos fazer o melhor, garantindo que mais pessoas possam participar, se conectar e se beneficiar das iniciativas. Nosso objetivo é que o festival continue crescendo como um espaço de inovação, aprendizado e colaboração para toda a região.

Qual é o papel das universidades e centros de pesquisa regionais no desenvolvimento do ecossistema de inovação? Como o festival potencializa essa relação entre academia, mercado e comunidade?

Colombo: Podemos dizer que quando há universidades em iniciativas, é certo que vem coisa boa. As universidades são o coração de um ecossistema de inovação. É nelas que surgem as pesquisas, o conhecimento novo e os talentos que vão transformar ideias em grandes soluções. Elas fornecem a base científica e tecnológica que permite que empresas e mesmo a comunidade testem, aprimorem e apliquem essas ideias. Aqui temos a sorte de contar com a UNILA, Unioste e UAB, que são fontes de pesquisa, conhecimento e talentos. No festival, essa presença é potencializada em um mesmo espaço. Pesquisadores, startups, empresas apresentam suas ideias e encontram novas oportunidades, e a comunidade se inspira e aprende.

Comparando com outros polos de inovação do Sul do Brasil, quais são os diferenciais competitivos que Foz do Iguaçu e a região oferecem para startups e empreendedores de base tecnológica?

Colombo: O que nos diferencia em relação a outros polos de inovação do Sul do Brasil é, principalmente, a localização estratégica e a estrutura que oferecemos. Estamos instalados em uma das maiores usinas do mundo, o que permite que startups e empreendedores tenham contato direto com grande mercado e potenciais parceiros. Além disso, contamos com espaços para teste de soluções, apoio em alguns casos até com aporte financeiro, e toda a riqueza de estar em uma região de tríplice fronteira, com oportunidades internacionais. Nosso ambiente é preparado para fomentar inovação, e nossa incubadora e aceleradora já é certificada Cerne 4, o que garante qualidade, processos estruturados e acompanhamento estratégico.

O festival tem um posicionamento trinacional, considerando a proximidade com Argentina e Paraguai. Como essa integração regional aparece nas discussões sobre inovação e quais oportunidades vocês enxergam nessa conexão?

Colombo: O posicionamento traz uma riqueza enorme para as discussões sobre inovação, porque permite que ideias, experiências e soluções sejam compartilhadas além das fronteiras, com diferentes contextos, culturas e mercados. Ou seja, inovar aqui em Foz significa sempre pensar de forma regional e global ao mesmo tempo, e isso é um diferencial que poucos ecossistemas de inovação conseguem oferecer.

Olhando para o futuro, qual é a visão de longo prazo para o Festival Iguassu Inova e como ele se insere na estratégia de desenvolvimento econômico e social da região?

Colombo: Nossa meta é clara: consolidar o festival como uma das principais referências de evento da América Latina sobre inovação, tecnologia, ciência, negócios e multiculturalismo, tudo reunido em um único espaço. E também fortalecer o Itaipu Parquetec como um polo de inovação, reforçando seu posicionamento em Foz do Iguaçu e na tríplice fronteira. O parque é reconhecido por conectar pessoas, gerar oportunidades e transformar conhecimento em desenvolvimento econômico e social para a região.

Compartilhe

Leia também

ALAS Summit Economia PR

ALAS Summit reforça papel do PR na inovação latino-americana

Escolas públicas IA Economia PR

Como escolas públicas do PR formam campeãs nacionais em IA

Selig Saúde Economia PR

Como a SeLig Saúde leva economia circular e inovação à odontologia brasileira