Hoje é Dia do Empreendedorismo Feminino, uma data simbólica, mas essencial para lembrar que, por trás de boa parte da economia brasileira, existem mulheres que decidiram criar, inovar, insistir e, sobretudo, resistir.
Mulheres que enfrentam jornadas múltiplas, expectativas sociais, desafios estruturais e, ainda assim, constroem negócios que geram emprego, renda, impacto e transformação.
No Brasil, já somos mais de 10 milhões de empreendedoras, o que representa cerca de 34% de todos os donos de negócios no país, segundo dados atualizados do Sebrae para 2024/2025. Um contingente que cresceu 42% entre 2012 e 2024, mostrando que a presença feminina na economia não é apenas crescente, é determinante.
Essas mulheres estão em todos os segmentos: dos serviços tradicionais à tecnologia, passando por saúde, sustentabilidade, educação digital, desenvolvimento de software e design de experiência.
Aliás, 2025 projeta avanço ainda maior nesses setores mais técnicos, acompanhando um movimento global de democratização da formação e da digitalização.
Somos também responsáveis por 43,7% dos Microempreendedores Individuais (MEIs) do país, concentradas majoritariamente entre 35 e 44 anos, justamente a fase da vida em que o equilíbrio entre carreira, família e autocuidado se torna ainda mais desafiador
Não à toa, flexibilidade é a principal motivação para empreender (46%), seguida por independência financeira (40%). Afinal, 60% das empreendedoras assumem também a maior parte das tarefas domésticas. Somos líderes de negócio e líderes da casa — simultaneamente.
E quando olhamos para o futuro próximo, o cenário é ainda mais animador: 54,6% dos brasileiros que pretendem empreender até 2026 são mulheres. Ou seja, o empreendedorismo feminino não é apenas estatística atual: é tendência consolidada.
No Paraná, os números contam uma história de autonomia, resiliência e visão de futuro.
Cerca de 75% das empreendedoras paranaenses criaram seus negócios do zero, e 73% não têm sócios, assumindo integralmente a gestão, operação e manutenção da empresa (muitas vezes, novamente, em paralelo à rotina familiar).
Nossa motivação é clara: aumentar a renda (39%) e conquistar equilíbrio entre trabalho e vida familiar (38%). Atuamos com força especialmente nos setores de serviços (46,9%), comércio (21,3%) e indústria (18,5%), com quase metade já formalizada via CNPJ e mais de 56% contribuindo para a Previdência Social, o que amplia acesso a crédito e fortalece o desenvolvimento dos negócios.
Não por acaso, o Paraná está entre os estados com maior número de inscritas no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2025, com destaque em categorias como Negócios Internacionais, Produtora Rural, Ciência e Tecnologia.
É a prova de que o empreendedorismo feminino está sofisticando, inovando e ocupando espaços antes restritos.
Empreender é existir com coragem
Como mulher e dona de duas empresas, sei bem o que significa construir algo com as próprias mãos. Sei o que é tomar decisões difíceis com a cabeça cheia e o coração acelerado. Sei o que é lutar por credibilidade, espaço, voz e, acima de tudo, respeito.
Empreender, para nós, não é apenas abrir um CNPJ. É se colocar no mundo.
É desafiar estatísticas. É ocupar lugares que antes nos negaram. É provar, todos os dias, que sabemos (e muito) gerar riqueza, resolver problemas, liderar equipes, inovar processos e transformar realidades.
Somos muitas. Somos fortes. E somos fundamentais.
E hoje, mais do que celebrar, quero reafirmar algo simples, porém poderoso: não estamos sozinhas.
Meu parabéns, meu apoio e minha admiração a todas as Anas, Brunas, Camilas, Danielas, Elaines, Simones, Marias, Joanas… Enfim: a todas as mulheres que empreendem com coragem, talento, propósito e uma capacidade quase infinita de seguir.
Seguimos juntas!
Criando, crescendo, transformando e abrindo caminho para as próximas.