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Por que propósito virou ativo estratégico — e o que aprendi em 15 dias na Angola

Leo Fagundes Angola propósito Economia PR
Foto: Zuzu for Africa

Passei duas semanas em Angola com a ONG Zuzu for Africa, que atua em uma comunidade do Bengo oferecendo educação, alimento e dignidade para crianças e famílias locais. Fui como voluntário, mas voltei como estrategista — transformado.

Porque lá, longe de qualquer ambiente corporativo, eu enxerguei algo que empresas e líderes ainda subestimam: propósito não é sobre o que você comunica. É sobre o que você sustenta quando ninguém está olhando.

E esse entendimento tem impacto direto no mundo dos negócios.

Propósito não é sobre “parecer”, é sobre “pertencer”.

O conceito de propósito ganhou espaço nos últimos anos. Empresas falam de impacto, ESG e transformação social. Mas existe uma diferença profunda entre adotar o discurso e viver a prática.

Em Angola, eu vi propósito de verdade: crianças sorrindo com um prato de comida, professores improvisando em salas de aula com pouca estrutura, e uma comunidade inteira sobrevivendo com quase nada — mas com muita força.

Ali, propósito é concreto. Não é marketing. Não é campanha. É o que mantém vidas de pé.

E é justamente essa autenticidade que falta para muitas marcas.

Consumidores hoje buscam marcas com alma — não com slogans

A geração atual (e a próxima) está redefinindo o que significa valor:

  • elas pagam mais por marcas que representam algo maior,
  • se conectam com causas reais,
  • e rejeitam empresas cujo propósito acaba na embalagem do produto.

O público está mais atento.
E propósito superficial custa caro para a reputação.

Por outro lado, quando uma marca vive sua verdade, cria um capital intangível poderoso:

  • confiança,
  • lealdade,
  • percepção positiva,
  • e preferência na decisão de compra.

Propósito não substitui um bom produto.
Mas amplifica tudo o que a marca faz.

O que compartilhei nas redes provou isso na prática

Quando comecei a dividir parte dessa experiência nas redes sociais, especialmente no Instagram, algo chamou atenção: os conteúdos geraram alto engajamento, milhares de curtidas, centenas de compartilhamentos e um alcance que ultrapassou 12 milhões de pessoas.

E não foi por causa de técnicas de viralização.
Foi por causa de sentido.

Pessoas se conectam com histórias reais, humanas, que revelam propósito.
Elas respondem à verdade — não ao roteiro.

Isso vale para líderes.
E vale para empresas.

Propósito é a ponte emocional que cria comunidade.

Propósito também é estratégia de reputação

Vivemos uma era em que reputação é ativo financeiro. E marcas com propósito claro constroem vantagem competitiva sustentável.

Propósito:

  • alinha times,
  • fortalece cultura,
  • atrai talentos,
  • aproxima clientes,
  • previne crises,
  • e diferencia em mercados saturados.

Não é sobre filantropia.
É sobre coerência.

A empresa que entende isso não precisa “inventar” um propósito bonito.
Ela precisa descobrir o seu, praticar e comunicar com verdade.

Angola me lembrou do que realmente importa

Na correria dos negócios, métricas, metas e entregas, é fácil esquecer o motivo central do que fazemos.

Mas às vezes, é preciso sair do eixo.
Ir longe.
Encontrar o essencial.

Ali, no Bengo, com crianças que sorriram com tão pouco, eu entendi que propósito não é um capítulo da estratégia.
É o primeiro parágrafo.

E para marcas, líderes e empresas, a mensagem é clara:

Quem não sabe por que faz o que faz, nunca vai liderar.
E quem tem um propósito verdadeiro, nunca anda sozinho.

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Leonardo Fagundes é estrategista de comunicação e reputação, especialista em posicionamento de marcas, líderes e narrativas. CEO da Apex Comunicação (APX), integra Inteligência Artificial ao PR para construir autoridade real e resultados consistentes. Assina análises sobre branding, narrativas corporativas e influência estratégica, conectando negócios, imagem pública e comunicação de alto impacto.

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