A procura por imóveis sustentáveis tem se consolidado como uma das principais tendências do mercado imobiliário brasileiro. Dados de uma pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica mostram que 57% dos compradores buscam espaços mais arejados e integrados à natureza, enquanto 80% priorizam a presença de áreas verdes no entorno do imóvel.
Os números ajudam a explicar uma mudança significativa no perfil do consumidor, que passou a valorizar não apenas o imóvel em si, mas o estilo de vida proporcionado por ele.
Nesse contexto, ganham força empreendimentos que apostam na sustentabilidade, no conforto e no bem-estar como diferenciais centrais, muitas vezes associados ao conceito de segunda moradia.
Para a corretora de imóveis e personal organizer Adriana Moura, a pesquisa reflete um comportamento que já vinha sendo observado no dia a dia do mercado.
“Hoje, as pessoas estão mais conscientes sobre o impacto do ambiente em que vivem. A busca por imóveis sustentáveis está diretamente ligada à saúde, à qualidade de vida e ao equilíbrio entre rotina e descanso”, afirma.
Segundo Adriana, o imóvel deixou de ser apenas um espaço funcional e passou a ter um papel mais amplo na vida das famílias.
“Existe uma preocupação maior com ventilação natural, iluminação, áreas verdes e espaços que permitam desacelerar. Isso explica por que tantos compradores estão repensando o que realmente querem de uma moradia”, avalia.
Esse movimento também fortalece o conceito de segunda moradia, que vem sendo ressignificado nos últimos anos. De acordo com a consultora, esse tipo de imóvel não é mais visto apenas como um local de lazer eventual.
“Muitas pessoas passaram a enxergar a segunda moradia como um refúgio constante, um lugar para equilibrar a vida profissional com momentos de descanso e contato com a natureza”, explica.
A tendência do chamado luxo sustentável surge justamente dessa combinação entre conforto, consciência ambiental e bem-estar.
“O luxo hoje está muito mais ligado à experiência de viver bem do que a excessos. Sustentabilidade, projetos inteligentes e integração com o meio ambiente pesam cada vez mais na decisão de compra”, destaca Adriana Moura.
Nesse cenário, também ganham espaço empreendimentos sustentáveis desenvolvidos exclusivamente para pessoas com mais de 60 anos, que desejam manter a autonomia no dia a dia, mas com a conveniência e a segurança de serviços especializados.
As áreas comuns e os apartamentos contam com design e tecnologia pensados para a longevidade, incluindo banheiros adaptados para cadeirantes, elevadores com capacidade para maca e sistemas de botão de pânico nas residências.
Esses empreendimentos adotam o conceito de “senior living”, funcionando como um ecossistema que integra moradia e serviços voltados à saúde e ao bem-estar.
A proposta é oferecer qualidade de vida, segurança e conforto, com infraestrutura planejada para atender às necessidades do envelhecimento ativo, reforçando a tendência de um mercado imobiliário mais consciente, inclusivo e alinhado às novas demandas da sociedade.
