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Olimpíadas de Paris, oportunidades e a hipocrisia

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Foto: Alexandre Loureiro / COB

Estamos vivendo os últimos dias das Olimpíadas de Paris (prepara, coração). Nesta edição, atualmente com 16 medalhas no quadro geral, o Brasil pode ter uma de suas melhores campanhas em jogos olímpicos. Em Tóquio, chegamos a 20. Considerando que ainda temos algumas finais para disputar, é torcer para que alcancemos esse patamar.

Mas já conquistamos feitos históricos:

  1. Igualdade de gênero: 32 modalidades, 5.250 vagas destinadas a cada sexo. Prêmios em dinheiro iguais para homens e mulheres (R$350 mil para atletas que conquistarem medalhas de ouro; R$210 mil para medalhas de prata; e R$140 mil para os medalhistas de bronze).
  2. Medalhas inéditas: Rebeca Andrade se consagrou como a maior medalhista olímpica brasileira. Rayssa Leal, com 16 anos, conquistou sua segunda medalha olímpica no skate, se tornando a única brasileira com essa conquista. O judô brasileiro foi gigante e trouxe boa parte das nossas 15 medalhas totais, sendo uma delas de ouro, com Bia Souza – que, depois de um dos famosos mutirões da CazéTV, se tornou a judoca mais seguida no Instagram, com mais de 2 milhões de seguidores. O vôlei de praia feminino também tem chances de conquistar uma medalha de ouro hoje – algo que não acontece desde 1996.
  3. Incentivo esportivo – As redes sociais fizeram, como sempre, um grande alvoroço para nossos atletas, o que é ótimo para o esporte. Além da Bia, outros atletas tiveram seus perfis “invadidos” por torcedores e viram seus números aumentarem exponencialmente. Isso ajuda a aumentar a visibilidade de suas carreiras e atrair patrocínios, apoios, publis.

Em contrapartida, há, também, números não tão bons – e, não querendo jogar balde de água fria na torcida, são nesses que quero focar.

Dentre tantas conquistas e celebrações, há quem levante a bandeira da oportunidade. Esse grito precisa ser feito. Por mais que esteja comprovado por A + B que Brasil não é apenas o “país do futebol” (aliás, só se for o feminino, porque o masculino…), o apoio para outras modalidades ainda é baixo.

Não que seja o meu forte, mas um pouco de matemática por aqui:

  • Segundo o Ministério do Trabalho, o salário médio de um jogador de futebol é de R$8,4 mil (apenas para um comparativo);
  • Dos 276 brasileiros inscritos nos Jogos Olímpicos, só cinco nunca receberam parcelas do programa Bolsa Atleta (um atleta olímpico recebe R$ 3.437,00 por mês. Há quem ganhe mais e quem ganhe menos, dependendo da categoria – estudante, pódio, medalhista, etc);
  • Como você já deve ter imaginado, o valor da bolsa não supre todas as despesas;
  • Pela primeira vez em 14 anos, o valor teve um aumento.

Claro que isso impacta na performance dos atletas: sem estrutura, com pouco apoio, há pouco resultado. Sobra, basicamente, o talento – que, claro, todos têm de sobra. Mas numa matemática básica, não é suficiente para enfrentar atletas que contam com o pacote completo (dom + condições + conforto + CTs + o que quer que seja).

Mudando o foco, mas mantendo o pensamento: você, empresário indignado com a falta de apoio no esporte, o que você tem feito para apoiar profissionais do seu entorno?

  • Quantos profissionais mais velhos você dispensou ou sequer olhou o currículo por achar que não davam conta?
  • Quantos jovens aprendizes você contratou?
  • Quantas pessoas sem experiência, mas com vontade de aprender, você integrou à sua equipe?
  • Quantos pequenos negócios ou empreendedores você apoiou para ajudar a fomentar o desenvolvimento econômico da sua região?
  • Quantos programas ou treinamentos ofereceu para incentivar sua equipe a evoluir?


O Brasil é um lugar onde oportunidades são privilégio – e a culpa não é de nenhum “juiz ladrão”.

Se você acha que a falta de apoio acontece só longe de você, reveja, repense e, principalmente, refaça.

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Jornalista, Community Manager e Editora-chefe do Economia PR

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